Dúvida cruel

O juiz João Francisco Rocha avaliou que o jornal “valeu-se de fontes não confiáveis" na reportagem sobre mortes em hospital de Coroatá. Forma indelicada e equivocada de referir-se a familiares dos pacientes mortos e funcionários da unidade de saúde.

Editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h58

Além de acatar uma alegação mentirosa no processo que culminou num direito de resposta sem precedentes na história do jornalismo maranhense (conforme a coluna registrou ontem), o juiz João Francisco Gonçalves Rocha avaliou que O Estado “valeu-se de fontes não confiáveis” na apuração da reportagem sobre mortes ocorridas na UTI do Hospital Macrorregional de Caxias.

As fontes que O Estado citou na reportagem foram: as famílias das pessoas que perderam seus familiares no hospital e funcionários da unidade de saúde que afirmaram ter testemunhado o desespero no momento em que, segundo eles, ocorreu pane no sistema de oxigênio.

O jornal, conforme determina o bom jornalismo, tem o dever de preservar fontes que temem ser vítimas de represálias - no caso, os funcionários do Macrorregional de Coroatá.

A terceira fonte ouvida por O Estado na reportagem foi o próprio Governo do Estado, que deu sua versão no caso e cujo conteúdo, emitido em nota, foi publicado na íntegra (o jornal tem arquivado o e-mail encaminhado pela SES para comprovar que houve publicação da resposta em sua integralidade).

Portanto, ou o magistrado generalizou as fontes da matéria, taxando-as de “não confiáveis”, o que inclui, obviamente, o Governo Estado, ou apenas discriminou, de forma insensível e preconceituosa, as famílias dos pacientes mortos e os funcionários que trabalhavam no plantão do hospital na hora do ocorrido. Dúvida cruel.

Acima da lei

A última dos agentes palacianos agora é dizer que O Estado está confrontando, intimidando, o Judiciário ao denunciar a ligação de parentesco do juiz João Francisco Gonçalves Rocha com um aliado direto do governador Flávio Dino.

O jornal, como qualquer empresa, cidadão ou instituição, tem o direito de lutar por seus direitos garantidos na Constituição Federal. Ou não?

Só para variar, ao invés de dar explicações, o governo parte para o ataque. E a população segue sem repostas. Só não vê quem não quer.

Tornozeleira

O agiota Josival Cavalcanti, o Pacovan, deixou ontem a cela que ocupava na Delegacia da Cidade Operária (Decop).

Ele foi preso no bojo das operações “Maharaja” e “Morta Viva” de combate à agiotagem em prefeituras maranhenses.

Apesar de posto em liberdade, ele seguirá monitorado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público por meio de uma tornozeleira eletrônica.

De saída?

O deputado estadual Max Barros (PMDB) já não esconde mais de ninguém que anda de olho em oportunidades para sair do partido.

Avesso a embates como os que vive a legenda atualmente, ele estuda cenários antes de definir um rumo.

Na mesa, já tem uma proposta do ex-deputado federal Gastão Vieira para filiar-se ao PROS.

Candidatura

O Partido Progressista oficializará amanhã a filiação da vereadora de São Luís Rose Sales, recém egressa do PCdoB.

No evento, analistas políticos esperam que, além da assinatura da ficha de filiação, seja anunciada a pré-candidatura da parlamentar.

Ela deve ser mesmo o nome do partido para a eleição de 2016 na capital.

Articulação

O secretário de Estado de Infraestrutura, Clayton Noleto (PCdoB), anda se articulando para a disputa de 2016 em Imperatriz.

Candidatíssimo a prefeito, ele já se reuniu com um novo bloco de vereadores da cidade.

Os parlamentares assumiram postura independente da gestão de Sebastião Madeira (PSDB).

Satisfação

As redes sociais são instrumentos comumente usados pelo governador Flávio Dino e toda sua equipe.

Nos perfis dos secretários, sempre uma postagem mostrando qual atividade está sendo desenvolvida.

O que chama atenção é que todos que postam fazem questão de marcar o homem forte de Flávio Dino, Márcio Jerry, encarregado de cobrar dos gestores as atividades.

Chiadeira

Foi nas redes sociais que os auxiliares de Flávio Dino chiaram mais com a revelação do grau de parentesco entre o juiz João Francisco Rocha e aliados do governador.

No fim, o que Márcio Jerry e companhia queriam era forçar a barra e dizer que existe uma tentativa de intimidar o Judiciário.

Explicar por que o Estado entrou com uma ação em uma Vara de juiz aliado do governador, ninguém se dispôs.

Destaque

A única área do governo estadual que é elogiada e vem demonstrando trabalho com resultados práticos para a população é o Procon.

O desempenho do diretor do órgão, Duarte Júnior, já vem causando ciumeira entre os governistas.

Há quem diga que a comunicação oficial dá mais espaços para o Procon, deixando outras áreas à míngua.

Novo alvo

Pré-candidato a prefeito de São Luís, o médico João Bentivi (PRTB) começou a sofrer represália de setores do governo Flávio Dino.

Esta semana ele foi atacado pelo vereador Professor Lisboa (PCdoB), que o acusou de estar se preparando para fazer papel de “laranja”.

E também recebeu a comunicação de dispensa verbal do setor de Otorrino do Hospital Carlos Macieira.

Calmaria

Após a crise do convênio Mais Asfalto, protagonizada pelo deputado Edivaldo Holanda Braga (PTC), o prefeito Edivaldo Júnior (PTC) reapareceu nas ruas da capital.

Vistoriou ontem obras de recuperação de vias no bairro Turu, posou para fotos ao lado de máquinas e cumprimentou moradores da comunidade.

Na semana passada, em meio à tensão provocada pelo pai, Edivaldo pareceu preocupado tão somente em não desagradar o padrinho político Flavio Dino. Agora, parece respirar mais aliviado...

E mais

A operação de asfaltamento de avenidas no Turu, realizada pela Prefeitura de São Luís, nada tem a ver com a parceria de R$ 20 milhões com o governo.

O dinheiro da parceria - já criticada pelo pai do prefeito, deputado Edivaldo Holanda - ainda não passou de promessa.

O ex-prefeito Luis Fernando tenta vender para Flávio Dino a imagem de que seria a melhor opção do grupo para a Prefeitura de São Luís.

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul repudiou o deputado maranhense Alexandre Almeida (PTN), após “ofensas” à cidade de Campo Grande.

E o deputado Othelino Neto tem tomado a frente nos embates com a oposição na Assembleia Legislativa.

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