Falta de vagas para a internação e médicos são alguns dos problemas relatados por pacientes (e seus acompanhantes) e constatados na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Vinhais, em São Luís. O Estado esteve no local na tarde de ontem e ouviu algumas pessoas que buscaram atendimento na unidade de saúde, confirmando que houve casos de pacientes esperando por atendimento do lado de fora ou deitado nas calçadas.
A dona de casa Gercineide dos Santos Diniz, de 30 anos, que reside na Vila Magril, chegou à UPA no início da manhã de terça-feira, dia 28, com quadro de infecção urinária. Após exames, a equipe médica de plantão constatou que a paciente necessitava permanecer internada no local. Segundo denúncia da mãe da paciente, Maria Aparecida Rodrigues Sá, por falta de leitos, a dona de casa precisou dormir sentada em uma cadeira durante toda a noite. "Isso é humilhante. Até agora a gente está sem leito", disse.
Gercineide Diniz disse a O Estado que estava com dores, minimizadas pelas medicações aplicadas na veia da paciente. "Somente estou com menos dor por causa dos remédios, mas até agora não consegui um lugar para deitar", disse. Cansada de ficar sem leito, a dona de casa ficou deitada por alguns minutos na calçada da própria UPA. Após o tempo, de acordo com testemunhas, ela foi retirada do local.
Outro caso de negligência de atendimentos denunciado por pacientes foi o da também dona de casa Francisca Maria Oliveira, de 60 anos. Aos gritos, ela reclamava, na recepção da UPA, segundo ela, da falta de assistência à sua filha - Rafaela Crycia Nunes, de 15 anos. "Estou aqui desde as duas horas da tarde. São cinco horas e até agora, nada. Estou aqui plantada com a minha filha passando mal", esbravejou.
Mais tarde, um pouco mais calma, Francisca Oliveira, que é moradora do município de Buriticupu, relatou a O Estado que viajou à capital maranhense para saber qual problema de saúde acometia a sua filha, que teve uma convulsão minutos antes de dar entrada na UPA do Vinhais ontem. "Ela chegou aqui muito ruim, cheia de dores no corpo. Quando chegamos à UPA, ela [Rafaela] teve uma convulsão. Mesmo chegando aqui deste jeito, o senhor acredita que ela ainda não foi atendida?", disse.
Procurada por O Estado, até o fechamento desta página, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) não se pronunciou sobre as denúncias.
Somente estou com menos dor por causa dos remédios, mas até agora não consegui um lugar para deitar"Gercineide Diniz , paciente sem leito na UPA do Vinhais
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