
Logo após o anúncio da renúncia do papa Bento XVI, feito na segunda-feira no Vaticano, a lista de possíveis sucessores de Joseph Ratzinger começou a circular. Há nomes europeus, latino-americanos e africanos como favoritos. Enquanto o Conclave é aguardado, cresce a opinião entre os analistas mundiais de que o novo Pontífice da Igreja Católica deve ser um italiano, e Angelo Scola é o nome provável nesse caso.
As especulações prosseguem até março, quando ocorrerá o Conclave, cujo resultado é imprevisível, já que cada membro do Colégio de Cardeais tem liberdade de voto. Hoje, há 118 cardeais com menos de 80 anos, a idade máxima para poder ser eleitor. Pelo menos dois, porém, atingirão a data-limite antes do pleito.
Angelo Scola é o nome mais provável para o vaticanista americano Kevin Eckstrom. Segundo ele, o sucessor precisa passar pelo aval da Cúria Romana, dominada por europeus, o que reduz as chances de um potencial cardeal que não tenha nascido no continente. Correndo por fora, na sua avaliação, estaria o conterrâneo Timothy Dolan, 62 anos, que se tornou a principal voz do catolicismo nos EUA depois de ter sido nomeado arcebispo de Nova York em 2009.
"O mais provável é de que o homem que sucederá Bento XVI seja um bispo de Roma, que compartilhe a sua visão da Igreja - tradicional, resistente a mudanças estruturais e insistente em ser uma minoria profética num mundo que está perdendo as rédeas. Ao renunciar, Bento XVI terá uma oportunidade sem precedentes para garantir isso, já que os cardeais serão hesitantes em escolher alguém que leve a Igreja para uma direção diferente", entende Robert Mickens, correspondente em Roma para o jornal The Tablet, um semanário católico internacional fundado em Londres em 1840.
"Um italiano hoje tem mais chances. Seria uma grande surpresa se o escolhido fosse um africano. Não por racismo, mas porque a Igreja Católica na África ainda é vista com desconfiança pelo Vaticano", analisou Philippe Levillain, professor de História Contemporânea da Universidade Paris X.
"Em tese, todos os cardeais são elegíveis, mas acredito que pela conjuntura da Igreja atual é pouco provável que tenhamos um papa que não seja europeu. A necessidade grande de renovação no Vaticano exige a escolha de alguém que tenha conhecimento das cúrias, dos decanatos, de tudo o que acontece nessa estrutura grande e pesada de 2 mil anos de história", afirmou o teólogo Isidoro Mazzarolo, pós-doutor em teologia e professor da PUC-Rio.
Para o Monsenhor Robert Wister, professor de História Eclesiástica na Seton Hall University, em Nova Jersey (EUA), "o novo homem terá de ser um administrador melhor e saber delegar melhor a autoridade do que o atual papa. Um cardeal com experiência em uma grande diocese, que fale muitas línguas e tenha cerca de 70 anos de idade, seria um bom candidato. Scola é o principal candidato".
Decisão repercute durante o Rebanhão
Fiéis que participaram do último dia da programação do Rebanhão divergiram opiniões sobre a renúncia do papa Bento XVI. Depois que foram informadas que o pontífice anunciou sua renúncia na manhã de segunda-feira, 11, as pessoas fizeram orações por Bento XVI pedindo que Deus dê forças a ele por sua decisão.
Segundo o coordenador da RCC Diocesana e Estadual, o diácono Francisco Camêlo, a informação foi confirmada ao público depois de surgirem vários comentários sobre o assunto nas arquibancadas do Ginásio Castelinho. Daí surgiu a ideia de fazer uma oração coletiva.
Para o diácono Francisco Camêlo, a decisão do papa foi acertada com o intuito de não prejudicar a Igreja. "A Igreja é sábia, já tem mais de dois mil anos e é capaz de se restabelecer para enfrentar as dificuldades. Enquanto todos brigam pelo poder, ele renunciou para que a Igreja continue caminhando", afirmou.
Na manhã de ontem, o assunto ainda era frequente nas conversas entre os fiéis. Quem concordou com a opinião do diácono Francisco Camêlo foi José Francisco Teles Matos (51). Para ele, o papa foi correto em resguardar a Igreja. "Nós temos que saber as nossas limitações. Com base nelas, dirigimos nossa vida espiritual. Com certeza, Deus aceitou a decisão dele. Ele é valente e de muita fé pela sua decisão", ressaltou.
Entre o público que participou do encontro católico, muitas pessoas não concordaram com a renúncia do papa. Algumas pessoas até comparam o pontífice com o papa anterior como fez Telma Maria Pereira Passos (44). "Não concordo com a saída dele. Ele devia ter ido até o final, lutar com todas as forças como João Paulo Segundo, que não deixou de lutar mesmo debilitado", comparou.
A participante do Rebanhão Dalila Gonçalves Ramos teve um posicionamento semelhante. "Eu aceito essa decisão, mas preferiria que ele não saísse. Queria que ele perseverasse", disse.
Programação - Além dos momentos dedicados ao terço, oração de louvor e adoração ao Santíssimo, o público do 21º Rebanhão contou com uma pregação especial sobre Maria e a celebração da Santa Missa por dom Belisário, arcebispo de São Luís.
Um dos pregadores da manhã de ontem foi Lázaro Praxedes, que veio de Pelotas, no Rio Grande do Sul, e fez uma pregação baseada no versículo Se Deus é por Nós, quem será contra Nós (Romanos 8.31).
Pela tarde, a programação do último dia de evento foi descontraída. A animação ficou por conta do show da banda de swingueira Parresia, da Comunidade Católica Shalom.
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