SÃO LUÍS – Foi preso, nesta quinta-feira (30), um homem suspeito de envolvimento no ataque na região da Cidade Operária, em São Luís, que deixou um jovem morto e outras quatro pessoas gravemente feridas.
Claywert Victor Verde da Silva, conhecido como “CL”, de 18 anos, foi preso por meio do serviço de inteligência do Comando de Policiamento de Área Metropolitana Leste (CPAM/Leste).
Suspeito de participar de ataque que matou jovem é preso em São Luís
A polícia encontrou uma arma de fogo com o suspeito. Segundo a Polícia Civil, no momento Claywert Victor está sendo autuado apenas por posse ilegal de arma, pois contra ele não há mandado de prisão pelo homicídio na Cidade Operária.
Entretanto, o jovem seguirá sob investigação para saber sua real participação no crime.
Ataques na região da Cidade Operária
Primeiros registros:
- Os primeiros casos de violência foram registrados no domingo (19), em bairros como Cidade Olímpica, Tibiri e Bairro de Fátima, em São Luís. Três pessoas morreram e outras três ficaram feridas em diferentes pontos da capital.
- O episódio mais grave da semana ocorreu no bairro Cidade Operária, onde um jovem de 19 anos, identificado como Eduardo Lemos Martins, foi morto e outras cinco pessoas ficaram feridas após um ataque a tiros em frente a um estabelecimento comercial. Os criminosos fugiram em direção à Cidade Olímpica.
Motivações:
- De acordo com o secretário de Segurança Pública, Maurício Martins, os ataques são resultado de uma guerra entre facções criminosas.
- “É uma guerra de facções que ocorre em todo o Brasil. O Brasil precisa acordar para esse momento em que vivemos. [...] São organizações criminosas confrontando o Estado Brasileiro, e nós não podemos aceitar”, declarou o secretário em entrevista à GloboNews.
Bairros e cidades afetados:
- Os ataques ocorreram em diversos pontos da Grande Ilha. Em São Luís, houve registros nos bairros Cidade Operária, Cidade Olímpica, Tibiri, Bairro de Fátima, Liberdade, Vila Magril, Monte Castelo, Vinhais, Vila Janaína, Residencial Maria Aragão, Vila Vitória e Vila Palmeira.
- Casos também foram confirmados em São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa.
Consequências na rotina:
- A violência impactou o funcionamento de escolas e universidades, que suspenderam as atividades por segurança. Mais de 20 escolas estaduais e municipais não abriram as portas na quinta (23) e sexta-feira (24).
- As universidades Uema, UFMA e IFMA também suspenderam as aulas e reduziram o atendimento administrativo.
O que dizem as autoridades:
- O secretário Maurício Martins afirmou que as forças de segurança permanecem nas ruas e que o Serviço de Inteligência trabalha na identificação dos responsáveis.
- Segundo ele, não há registros de ataques dentro ou nas proximidades de escolas e universidades, e as equipes seguem atuando para restabelecer a normalidade.
- Martins também voltou a criticar o sistema judicial brasileiro, afirmando que a legislação atual é frágil no combate às facções criminosas, o que facilita a soltura de integrantes dessas organizações.
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Cerca de 40 pessoas são presas por envolvimento na onda de violência na Grande São Luís
Na última semana, a polícia prendeu 40 pessoas por envolvimento na onda de ataques violentos que deixou sete mortos e mais de dez feridos na Grande São Luís. Os dados foram divulgados no último sábado (24) pela Secretaria de Estado de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA).
Na manhã deste sábado, a Força Estadual cumpriu mandados de prisão preventiva contra suspeitos de alta periculosidade investigados por integrar organizações criminosas envolvidas em tráfico de drogas e crimes violentos.
Um dos capturados, Gilberto Rodrigues Barros, conhecido como “Juba”, foi detido no bairro Alonso Costa, em São José de Ribamar, em cumprimento a mandado de prisão preventiva por integrar organização criminosa.
Segundo a SSP-MA, outras seis prisões foram realizadas pela Polícia Militar, na noite da sexta-feira (24), durante barreiras e incursões em pontos estratégicos da Grande Ilha. Também foram apreendidas três armas de fogo, 55 munições, quatro carregadores, dois veículos e entorpecentes variados, entre cocaína, maconha e skank. Desses, quatro foram autuados em flagrante no município de Raposa, onde também foram apreendidas as três pistolas e diversas munições.
Comandante-geral da PMMA detalha medidas contra a violência na Grande São Luís
O Comandante-Geral da Polícia Militar do Maranhão, coronel Wallace Amorim, concedeu entrevista ao JMTV 1, da TV Mirante, no início da tarde desta quinta-feira (23), onde falou sobre as ações de combate à criminalidade na Grande Ilha de São Luís, que registrou tentativas de homicídios, confrontos entre facções, disparos de arma de fogo e ações criminosas em diferentes bairros nas últimas horas, preocupando a população e provocando a suspensão de atividades em instituições de ensino. O coronel Wallace destacou a ação da Operação Impacto, que está nas ruas há dois meses com policiamento reforçado para prevenir crimes, e ressaltou que a Polícia Militar está preparada para combater as facções.
Casos de criminalidade se intensificam em São Luís. (Foto: reprodução)
"A Operação Impacto está em toda a Grande Ilha de São Luís, com grandes resultados. Só no último final de semana, foram mais de 18 pessoas presas, 48 conduzidos, mais de 20 armas de fogo e drogas apreendidas. Houve essa situação na área leste de São Luís, onde já estávamos com a Operação Impacto. Como na Cidade Operária teve essa questão escolar, nós reforçamos com o Batalhão Escolar. Todas as escolas, seja do município, do estado ou particular, estão sendo visitadas por nossos policiais, que estão conversando com gestores, diretores e professores. Podem ficar tranquilos, que a Polícia Militar garante a segurança. Não iremos abrir a entrada para faccionados ou quem quiser se passar por faccionado. Quem entrar na frente da Polícia Militar e da sociedade, nós iremos combater de forma firme e eficaz", destaca o Comandante-Geral.
População de São Luís pode colaborar no combate à onda de violência
Além de revelar as providências da Polícia Militar para combater a criminalidade na Grande Ilha de São Luís, o coronel Wallace Amorim também ressalta que a população pode colaborar com informações sobre crimes, ameaças e ocorrências por meio dos canais oficiais de denúncia.
"As informações que nós temos são oficiais, do 190. Se a pessoa estiver se sentindo insegura ou tiver uma informação, ligue para o 190, mande todas as informações que nós iremos enviar uma guarnição para averiguar. Se quiser, pode ligar para o 181, que é o Disque Denúncia. Nos dois números, a pessoa não será identificada, não precisa se preocupar", diz o coronel.
Polícia Militar está procurando líderes de organizações criminosas em São Luís, diz Comandante-Geral
O coronel Wallace Amorim disse ainda que existe um trabalho em conjunto entre as forças de segurança para identificar e capturar líderes de organizações criminosas que sejam responsáveis pelas ocorrências recentes que aterrorizaram a população da Grande Ilha de São Luís.
"No CIOPS (Centro Integrado de Operações de Segurança), existem algumas ocorrências de disparo de arma de fogo. Em alguns casos, a gente foi ao local, tinha um disparo ou outro, mas não tinha tiroteio. Estamos com a equipe de inteligência da SSP (Secretaria de Segurança Pública), PM e Polícia Civil, já levantando mandados de prisão e de busca e apreensão para pegar os cabeças e quem estiver à frente dessas ocorrências", afirma o Comandante-Geral.
Crescimento do número de assassinatos na Grande Ilha de São Luís
Na entrevista, o coronel Wallace Amorim também explicou sobre a questão do crescimento do número de assassinatos na Grande Ilha de São Luís, que já ultrapassou os 250 casos em 2025, superando dados de 2024 e 2023, restando ainda dois meses para o fim do ano. O Comandante-Geral da Polícia Militar afirma que os embates entre grupos criminosos resultaram em um maior número de óbitos e destacou a ação da corporação contra as facções.
"Quando a gente fala em escalada da violência, a gente tem que qualificar esse tipo de crime, mesmo os assassinatos. Temos que ver o tipo de vítima. Estavam tendo muitos embates entre essas gangues rivais, esses embates geralmente ocorrem quando a Polícia Militar sai de uma área para cobrir outra. Quando teve tiroteio recentemente no Retiro Natal, todos os cinco elementos envolvidos foram presos e apresentados", explica o coronel.
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