Disputa

Ethereum supera Bitcoin em fluxos de ETF institucional pela primeira vez

O avanço da adoção de instrumentos regulados explica parte da demanda por ativos com maior aplicação tecnológica.

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No universo dos ETFs, os gestores ampliaram a exposição a contratos inteligentes e staking líquido, favorecendo tokens que geram rendimento além da apreciação de preço. (Foto: divulgação)

A disputa entre Ethereum e Bitcoin ganhou um novo capítulo no terceiro trimestre de 2025, quando o segundo maior ativo digital do mercado ultrapassou o líder histórico em fluxos líquidos direcionados a fundos negociados em bolsa (ETFs) institucionais. 

O movimento, avaliado em US$ 9 bilhões em entradas para produtos lastreados em ETH contra US$ 8 bilhões em BTC, representa mais do que uma rotação momentânea. Ele sugere uma transição de foco entre investidores de grande porte, que passam a valorizar utilidade e rendimento sobre escassez e narrativa de reserva de valor.

Fluxos de capitais e a nova composição dos ETFs

O avanço da adoção de instrumentos regulados explica parte da demanda por ativos com maior aplicação tecnológica. Essa dinâmica é comparável à lógica de diversificação observada em segmentos de inovação digital, como criptomoeda comprar agora, onde análise de risco, gestão de portfólio e liquidez em blockchain orientam decisões. 

No universo dos ETFs, os gestores ampliaram a exposição a contratos inteligentes e staking líquido, favorecendo tokens que geram rendimento além da apreciação de preço. 

As alocações de Ether dobraram em um ano, alcançando 6,8 milhões de unidades sob custódia. Essa substituição gradual de posições em Bitcoin, predominante desde 2021, ocorre dentro de um ambiente regulatório mais maduro e com volume institucional crescente.

Comportamento das “baleias” e recomposição de carteiras

Os grandes endereços de Ethereum voltaram a acumular após a correção acentuada de outubro, quando liquidações massivas reduziram o preço em mais de 20%. Dados de blockchain indicam recompras consistentes acima da faixa de US$ 3.200, sugerindo confiança na consolidação do mercado. 

Enquanto parte do capital especulativo ainda opera em prazos curtos, gestores de fundos soberanos e pensões adotam posições estruturais, buscando exposição a protocolos capazes de gerar receita via taxas de rede. Essa diferenciação em relação ao perfil típico do investidor de Bitcoin reflete um amadurecimento funcional, movendo o eixo da narrativa do “ouro digital” para a da “infraestrutura digital rentável”.

A arquitetura dos produtos e o papel do staking

Os ETFs de Ethereum combinam o ativo subjacente com estratégias de validação, redistribuindo as recompensas de staking entre cotistas. Essa configuração permite um rendimento composto superior ao de instrumentos passivos lastreados apenas na variação de preço. 

Gestores destacam que o equilíbrio entre segurança e retorno depende da proporção de tokens bloqueados, pois taxas de participação mais altas reduzem a liquidez, mas fortalecem o ecossistema. 

O aumento de 62% na participação de ETH em staking desde o início do ano gerou escassez momentânea de oferta nos mercados à vista, ampliando o impacto positivo nos preços e na confiança institucional.

Implicações regulatórias e lições para outros criptoativos

Autoridades financeiras nos principais centros globais reforçaram diretrizes sobre custódia e transparência, permitindo que grandes administradoras ajustassem seus prospectos a normas locais. 

A clareza sobre tratamento tributário e obrigações de reporte reduziu o custo de entrada para fundos dedicados a criptomoedas mais complexas. Com isso, ativos que oferecem mecanismos nativos de rendimento ganharam atratividade frente aos produtos puramente especulativos. 

A competição entre emissores também motivou o desenvolvimento de índices híbridos, que misturam tokens de diferentes camadas de rede para equilibrar risco e utilidade. Esse processo tende a se expandir para soluções de interoperabilidade e tokenização de ativos do mundo físico.

Mudança de narrativa: de reserva de valor a infraestrutura de rendimento

O debate sobre o papel do Bitcoin enquanto pilar monetário da economia digital permanece relevante, mas a ascensão do Ethereum nos fluxos institucionais indica que investidores buscam ecossistemas produtivos. 

A possibilidade de participar de economias descentralizadas, financiar protocolos de crédito ou alimentar aplicações em finanças programáveis, reforça o argumento de que o retorno sustentável vem da utilidade direta. Analistas descrevem essa transição como uma “mudança estrutural de tese”, na qual a eficiência de rede e o volume de transações substituem o apelo simbólico da escassez. 

Se esse padrão persistir, os próximos trimestres podem consolidar a noção de que o valor digital futuro será medido pela capacidade de gerar atividade econômica concreta e não apenas pela narrativa da limitação de oferta.

Perspectivas para o quarto trimestre e possíveis ajustes de mercado

Com o início do quarto trimestre, as projeções indicam novos aportes aos ETFs de Ethereum caso as taxas de rede mantenham estabilidade e o rendimento anual ultrapasse 4%. O desafio, segundo gestores, é equilibrar a pressão por liquidez com a necessidade de preservar eficiência energética e governança descentralizada. 

A entrada contínua de capital institucional também pode intensificar a volatilidade de curto prazo, dependendo do comportamento das baleias e dos fluxos de derivativos atrelados aos tokens. Ainda assim, o sentimento predominante é de consolidação: a superação de Bitcoin nos fundos reflete não apenas uma preferência momentânea, mas uma percepção evolutiva sobre onde o ecossistema de criptomoedas encontra sua maturidade tecnológica e financeira.

*A publicação tem caráter meramente informativo e publicitário, não devendo ser interpretada como recomendação de investimento ou de compra/venda de quaisquer ativos. O site não se responsabiliza por decisões de investimento tomadas com base nas informações aqui divulgadas. Antes de investir em criptomoedas ou outros ativos, consulte sempre fontes oficiais e, se necessário, um profissional habilitado.

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