A educação ambiental como pilar para a redução e a gestão sustentável dos resíduos sólidos no Maranhão
Somente com uma sociedade comprometida com a defesa do meio ambiente e corresponsável será possível reduzir a produção de resíduos, proteger os ecossistemas e promover uma economia verdadeiramente circular
O crescimento urbano e industrial no Brasil tem levado a um aumento alarmante na geração de resíduos sólidos. De acordo com o artigo da Professora Renildes Matos de Freitas, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) — estabelecida pela Lei nº 12.305/2010 — é um marco legal que busca unir esforços da gestão pública e privada em torno de princípios como a não geração, redução, reutilização, reciclagem e disposição final adequada dos rejeitos. No entanto, a implementação dessas diretrizes enfrenta grandes desafios locais, especialmente nos municípios do Maranhão, onde a universalização da coleta seletiva e a destinação correta dos resíduos sólidos urbanos e industriais ainda estão longe de se tornar realidade.
A educação ambiental, que a PNRS destaca como uma ferramenta fundamental para a transformação social, deve ser vista como um pilar das políticas públicas. Ela é a maneira mais eficaz de conscientizar tanto a população quanto o setor industrial sobre a responsabilidade compartilhada em relação ao ciclo de vida dos produtos e ao destino de seus resíduos. Não é suficiente apenas impor obrigações legais; é essencial cultivar uma consciência ecológica coletiva que entenda o impacto do consumo e da produção desenfreada no meio ambiente e na saúde pública.
Nos municípios do Maranhão, a falta de infraestrutura para a coleta seletiva e o tratamento adequado dos resíduos destaca a urgência de ações educativas contínuas. Criar cooperativas de catadores, promover a separação de resíduos na fonte e fortalecer programas de logística reversa requer uma população bem-informada e engajada. A educação ambiental, portanto, não é apenas um adicional, mas sim a base da sustentabilidade local, pois une o conhecimento técnico às práticas da comunidade.
O setor industrial também desempenha um papel crucial nesse cenário. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) estabelece uma responsabilidade compartilhada entre produtores, comerciantes e consumidores, o que significa que é necessário adotar tecnologias limpas, diminuir a geração de resíduos e investir em reciclagem e reaproveitamento. Contudo, essa transformação só será efetiva quando houver um verdadeiro engajamento social e uma fiscalização rigorosa, apoiadas por políticas de capacitação e conscientização ambiental.
Em resumo, um dos grandes desafios do Maranhão é fazer com que a legislação se alinhe à prática do dia a dia. A universalização da coleta seletiva e a destinação correta dos resíduos sólidos — tanto urbanos quanto industriais — dependem de uma gestão pública eficiente, de investimentos em infraestrutura e, acima de tudo, de uma educação ambiental crítica e emancipadora. Somente com uma sociedade comprometida com a defesa do meio ambiente e corresponsável será possível reduzir a produção de resíduos, proteger os ecossistemas e promover uma economia verdadeiramente circular.
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