Justiça do MA concede habeas corpus para a influenciadora Tainá Sousa, apontada como líder de esquema criminoso
Segundo a polícia, Tainá Sousa é investigada por lavagem de dinheiro, organização criminosa, e por ter supostamente criado uma 'lista de execução de autoridades'.
SÃO LUÍS - A Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA) aceitou um pedido de habeas corpus feito pela defesa da influenciadora Tainá Sousa, suspeita de liderar um grupo criminoso envolvido com jogos de azar e lavagem de dinheiro.
Nesta terça-feira (9), os magistrados da 3ª Câmara Criminal entenderam que, atualmente, não há provas suficientes que justifiquem a manutenção da prisão. As investigações continuam e Tainá deve ser solta e responder pelos crimes em liberdade.
A influenciadora está presa desde o dia 1º de agosto por quebrar medidas cautelares impostas pela Justiça, no âmbito das investigações da Operação Dinheiro Sujo.
As investigações apontam que a influenciadora teria papel central na organização criminosa, utilizando sua visibilidade nas redes sociais para promover plataformas ilegais de apostas online, especialmente o chamado “Jogo do Tigrinho”. Além disso, ela teria articulado ações para garantir a continuidade das atividades ilícitas sem ser alvo da polícia.
Além de Tainá, a Polícia Civil indiciou outras sete pessoas investigadas por lavagem de dinheiro e organização criminosa relacionada a divulgação do 'Jogo do Tigrinho', em São Luís, que tinha como principal alvo a influenciadora digital Tainá Sousa.
No decorrer das investigações, a polícia afirma que descobriu como funcionava o esquema para ganhar dinheiro de forma ilegal e montou o organograma da quadrilha. Eram três grupos principais:
1º Núcleo
Responsável por divulgar o jogo e atrair vítimas dentre os seguidores
Composto por:
- Influenciadora Tainá Sousa - Líder do grupo criminoso
- Vitor Lima, irmão de Tainá
- Neto Duailibe, ex-namorado de Tainá
- Isabela Thalita Nascimento Gonçalves e Marília Dutra
2º Núcleo
Responsável pela lavagem de dinheiro com a compra de imóveis e investimentos bancários
Composto por:
- Tainá Sousa
- Maria Angélica Roxo Lima - Advogada de Tainá Sousa
- Otávio Teodósio Filho - Pai de Tainá Sousa
- Vitor Lima, irmão de Tainá
- Neto Duailibe, ex-namorado de Tainá
3º Núcleo
Responsável pela segurança do grupo, o que incluía policiais militares e outros seguranças que realizavam o trabalho pela influenciadora de forma irregular
Composto por:
- Um homem identificado apenas como 'Davi'
- Maria Angélica Roxo Lima - Advogada de Tainá Sousa
- Lauanderson Silva Salazar - Policial militar
Lista de execução
Durante a investigação, a polícia afirma ter encontrado uma “lista de execução” de autoridades, atribuída a Tainá e ao pai dela, Otávio. Entre os nomes citados estariam o jornalista Luís Cardoso, que morreu em abril deste ano, um jornalista não identificado, o deputado estadual Yglésio Moisés e o delegado Pedro Adão, que coordena o caso.
Segundo a Polícia Civil, os alvos seriam pessoas que atuam contra jogos ilegais, como o “Jogo do Tigrinho”, contrariando interesses da influenciadora. O delegado Pedro Adão ressaltou que as mensagens indicam “intenção homicida”, mas não configuram um plano concreto.
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Sobre a operação
A operação 'Dinheiro Sujo' foi deflagrada no dia 30 de agosto para cumprir mandados de busca e apreensão contra cinco influenciadores que fariam parte de um grupo criminoso liderado por Tainá.
De acordo com a polícia, o grupo utilizava redes sociais para divulgar o 'Jogo do Tigrinho', atraindo vítimas por meio de promessas enganosas de lucros rápidos e elevados. Os seguidores eram estimulados a se cadastrar e depositar valores em plataformas de jogos do tipo caça-níqueis, operadas por indivíduos que contratavam os influenciadores investigados para impulsionar a divulgação.
Além de Tainá Sousa, também foram alvos os influenciadores Maria Angélica, Otávio Filho, Otávio Vitor e Neto Duailibe. Para a polícia, todos usavam suas imagens para promover os jogos e levar as vítimas para um grupo de WhatsApp em nome da Tainá Sousa. O grupo também tinha uma advogada, que era encarregada pela lavagem de dinheiro, segundo a polícia.
Como parte das medidas judiciais da operação, foi determinado o bloqueio de R$ 11.424.679,00 dos investigados, além do sequestro e apreensão de uma moto aquática e veículos de luxo, incluindo modelos como Range Rover Velar, Range Rover Evoque, BMW e Toyota Hilux.
Além disso, a investigada também é alvo de um inquérito por maus-tratos a animais e incitação ao crime. As denúncias indicam que ela ofereceu bebidas alcoólicas e energéticas ao próprio cão de estimação, filmou a ação e publicou nas redes sociais.
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