SÃO LUÍS - O Maranhão está entre os estados que podem sofrer perdas bilionárias com a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos às exportações brasileiras. A estimativa consta em levantamento da Coordenação de Estudos, Pesquisas, Tecnologia e Inovação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), que aponta o estado como o terceiro maior exportador da Região Nordeste para o mercado norte-americano em 2025, atrás apenas de Ceará e Bahia.
Até o mês de junho deste ano, os três estados foram responsáveis por 84,1% do total exportado da Região para os EUA, com um volume equivalente a R$ 8,7 bilhões. Em 2024, a participação conjunta de Bahia, Maranhão, Ceará e Pernambuco somou cerca de R$ 14 bilhões em exportações.
ALTA NA TARIFA DEVE REDUZIR COMPETITIVIDADE
Segundo José Farias, coordenador de Estudos da Sudene, a elevação da tarifa pode gerar perdas expressivas para a economia regional. Ele afirma que o aumento nos custos tende a afastar compradores americanos, que buscarão novos fornecedores no mercado global, o que comprometerá o PIB e a geração de empregos nos estados exportadores.
“A medida poderá ter consequências indiretas ainda mais pesadas, atingindo toda a cadeia produtiva regional. Mesmo produtos primários, como o cacau, sustentam diversas atividades econômicas no território”, explicou Farias.
MARANHÃO EXPORTA PASTAS QUÍMICAS E MINÉRIOS
No caso do Maranhão, os produtos mais sensíveis à medida são pastas químicas e minérios, segundo a sondagem. Já no Ceará, a pauta inclui aço, frutas, pescados e calçados. Na Bahia, os destaques são cacau, óleos vegetais, pneumáticos e frutas, com destaque para as perdas projetadas nas exportações de cacau (US$ 46 milhões) e pneus (US$ 42 milhões).
“Estamos tratando de uma pauta diversificada, com bens de valor agregado médio que perderão competitividade diante de uma taxação adicional dessa magnitude”, concluiu Farias.
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