SEVERIDADE

CCJ aprova a castração química para progressão de regime

A proposta aprovada na comissão prevê a castração química voluntária como condição para a liberdade. O projeto também aumenta as penas para crimes sexuais.

Ipolítica

Deputados comemoraram aprovação do projeto. (Vinicius Loures / Câmara dos Deputados)

BRASÍLIA - A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou um projeto de lei nesta quarta-feira (2). A proposta condiciona a progressão de regime de condenados por estupro. O benefício dependerá da aceitação voluntária da castração química. O texto, que também aumenta penas, segue agora para a análise do plenário da Casa.

O relator da matéria, Capitão Alberto Neto (PL-AM), defendeu a medida na comissão. Ele argumentou que o tratamento é voluntário, indolor e já utilizado em outros países. Segundo o parlamentar, a prática não representa uma afronta à dignidade humana. Ele citou os Estados Unidos e a Grã-Bretanha como exemplos onde o método é usado.

O projeto eleva significativamente as penas para crimes sexuais. A punição para estupro, atualmente de 6 a 10 anos, passará para 10 a 20 anos de reclusão. Já para o estupro de vulnerável, a pena sobe dos atuais 8 a 15 anos para 12 a 20 anos. As punições são ainda maiores nos casos que envolvem lesão corporal de natureza grave.

OUTRAS MUDANÇAS NA LEI

Outros crimes também tiveram as penas alteradas pela proposta. A violação sexual mediante fraude passa de 2 a 6 anos para 4 a 8 anos de reclusão. A importunação sexual terá a pena aumentada em 50% se a vítima for criança ou adolescente. Além disso, o texto prevê um acréscimo de 2/3 da punição para cada ato libidinoso cometido.

A proposta também amplia o rol da Lei dos Crimes Hediondos. Passam a ser incluídos os crimes de corrupção de menores e satisfação de lascívia na presença de crianças. Adicionalmente, a denúncia de crimes sexuais passará a ser uma obrigação do Ministério Público. A queixa da vítima não será mais uma condição para a ação penal.

Apesar da aprovação, a medida encontrou críticas dentro da própria comissão. Os deputados Rubens Pereira Júnior (PT-MA) e Helder Salomão (PT-ES) questionaram a eficácia do tratamento. Ambos apoiaram o aumento das penas para os crimes sexuais. No entanto, eles expressaram dúvidas sobre os resultados práticos da castração química.

DEBATE SOBRE EFICÁCIA

O debate na comissão evidenciou as diferentes visões sobre o tema. A defesa do projeto focou no caráter voluntário do tratamento para diminuição da libido. Já os críticos levantaram dúvidas sobre a real efetividade da medida como política pública. A discussão sobre a castração química deve continuar durante a análise do texto pelo plenário da Câmara.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.