Cenário econômico com taxa de juros de 15% ao ano
O reflexo mais claro dessa política é observado nos níveis de inadimplência da população brasileira.
Oi, pessoal!
Nesta quarta-feira, 18 de junho de 2025, o mercado financeiro conheceu as decisões sobre a taxa de juros no Brasil e nos EUA. A decisão unanime do Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central do Brasil foi em elevar a taxa básica juros (SELIC) em 0,25 ponto percentual, saiu 14,75% para 15% ao ano, é a sétima alta seguida e é o maior patamar desde 2006. Um nível sufocante ao setor produtivo e para população brasileira. Nos Estados Unidos a decisão do Federal Reserve (bacon central americano) foi permanecer com as taxas inalteradas no intervalo de 4,25% a 4,50% ao ano. Além disso, a situação geopolítica atual, com o conflito entre Israel e Irã, adiciona uma camada extra de volatilidade aos preços de ações e commodities. Diante desse cenário dinâmico, gostaria de compartilhar algumas variáveis importantes. Lembrando, é uma avaliação técnica.
Primeiro, observamos uma desvalorização do dólar (US$) frente às principais moedas globais. No fechamento do mercado, a cotação da moeda americana ficou em R$5,50. Para o setor produtivo brasileiro, que frequentemente depende de insumos importados, essa desvalorização representa um alívio significativo no caixa das empresas. Se o dólar se mantiver abaixo dos R$5,50, é provável que a inflação ceda, o que pode resultar em uma queda nos preços de produtos e serviços para o consumidor final. Do lado do governo americano, a desvalorização do dólar é vista com bons olhos. A desvalorização facilita a recompra de títulos governamentais e abre caminho para o ciclo de redução da taxa de juros no país, estimulando a economia americana.
Em segundo lugar, a guerra tarifária continua a reconfigurar a economia mundial. No contexto brasileiro, essa dinâmica tem sido predominantemente benéfica, especialmente para as exportações. As negociações tarifárias impulsionaram significativamente nossas vendas ao exterior, com destaque para as commodities energéticas, metálicas e, principalmente, as ligadas ao agronegócio que atingiram níveis recordes. Isso tem resultado em um volume expressivo de entrada de dólares em nossa economia.
No entanto, esse crescimento exponencial das exportações também evidência uma ineficiência estrutural no país, a nossa infraestrutura logística. Os custos de transporte no Brasil são muito elevados, principalmente devido à predominância do modal rodoviário. Além disso, os investimentos em infraestrutura portuária não têm acompanhado o ritmo do crescimento das exportações, e a burocracia e morosidade ainda são um grande entrave para o andamento de projetos estruturantes. Tudo isso se traduz em elevação de custos do setor produtivo, redução de margens e menor atratividade para novos investimentos. É crucial que o país invista em diversificação e modernização de sua infraestrutura logística para sustentar esse crescimento.
Por fim, a taxa de juros elevada no Brasil continua a ser um obstáculo para a economia, impactando diretamente a oferta de crédito tanto para empresas quanto para pessoas físicas. Essa situação inviabiliza novos e atuais investimentos, o que, por sua vez, freia a criação de empregos e a geração de
renda.
O reflexo mais claro dessa política é observado nos níveis de inadimplência da população brasileira. Em abril, registramos um aumento de 1,15% em comparação a março, totalizando 76,6 milhões de endividados, meus amigos é muita gente. Esse número representa 47,1% da população adulta do país,
um aumento significativo em relação ao ano anterior. O valor médio da dívida por pessoa é de R$5.968,71, e o valor médio por dívida é de R$1.555,33, somando um total de R$457 bilhões em dívidas.
Essa situação exige atenção e estratégias que promovam o acesso ao crédito de forma sustentável e que aliviem o endividamento das famílias.
Enquanto isso, o governo federal e o Congresso Nacional parecem ignorar a necessidade de corte de despesas e, paradoxalmente, tem promovido aumentos de impostos. Essa estratégia fiscal, muitas vezes justificada pela sustentação de políticas públicas, levanta discussões sobre sua real intenção, especialmente com as eleições de 2026 se aproximando. A sustentabilidade fiscal de longo prazo e a responsabilidade com o dinheiro do contribuinte são temas que precisam ser debatidos abertamente e o poder público tem que assumir a sua função para solucionar este problema, que já refletem em pesquisas.
Diante do complexo cenário econômico global e doméstico, marcado por decisões cruciais sobre juros, volatilidade geopolítica, desafios internos como a política fiscal, infraestrutura e o endividamento, exigem mais do que simples reações. Precisamos de uma governança fiscal responsável e investimentos estratégicos que realmente impulsionem o crescimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros, sem comprometer o futuro. Uma tarefa árdua no momento, principalmente para o povo brasileiro que sempre paga a conta.
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