COLUNA
Clayson Diniz
Clayson Diniz é formado em contabilidade pela UFMA, pós-graduado em finanças - IBMEC - Rio, e pós-graduando em planejamento patrimonial e sucessório pela PUC- MG.
Clayson Diniz

Pague menos imposto e deixe um legado: como o PGBL pode ser sua melhor estratégia fiscal e sucessória

Além de ser uma ferramenta de aposentadoria, o PGBL pode se tornar uma poderosa estratégia para reduzir o imposto agora.

Clayson Diniz

O prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda deste ano está acabando — mas você já pode começar a se preparar para pagar menos imposto no ano que vem. E não se trata de nenhum segredo obscuro ou brecha legal: estamos falando de planejamento financeiro com inteligência fiscal, usando um instrumento que muitos brasileiros ainda desconhecem ou subutilizam — o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre).

Além de ser uma ferramenta de aposentadoria, o PGBL pode se tornar uma poderosa estratégia para reduzir o imposto agora, formar patrimônio ao longo do tempo e ainda garantir uma herança eficiente para os seus filhos, sem as burocracias e custos do inventário.

Diferimento fiscal: o que é e por que importa?

O grande atrativo do PGBL está no chamado diferimento fiscal. Quem faz a declaração de IR no modelo completo pode abater até 12% da sua renda bruta tributável anual ao investir em um plano PGBL. Isso significa que você reduz a base de cálculo do imposto de renda e, na prática, paga menos imposto naquele ano.

Exemplo simples: se você ganha R$ 100 mil no ano, pode investir até R$ 12 mil em um PGBL e declarar uma renda tributável de R$ 88 mil. O imposto que seria cobrado sobre os R$ 12 mil fica adiado para o futuro — geralmente na aposentadoria, quando sua alíquota de IR provavelmente será menor.

Planejamento sucessório: uma vantagem pouco comentada

Além da economia no IR, o PGBL também pode ser uma excelente ferramenta de sucessão patrimonial. Isso porque os valores acumulados em um plano de previdência não entram no inventário e podem ser pagos diretamente aos beneficiários indicados, de forma rápida, sem burocracia e livre de ITCMD em alguns estados (confira a regra local).

Enquanto outros bens ficam travados no processo de partilha, o valor do PGBL pode ser usado, por exemplo, para custear as despesas do inventário, manter o padrão de vida da família ou proteger os filhos de um colapso financeiro inesperado com a perda do provedor da renda.

Quem deve considerar essa estratégia?

O PGBL é especialmente interessante para quem:

Declara o IR no modelo completo;

Tem renda tributável e deseja reduzir o imposto legalmente;

Busca formar patrimônio de longo prazo com benefício fiscal;

Deseja organizar sua sucessão patrimonial de forma mais eficiente;

Já tem filhos ou dependentes e pensa em proteção familiar.

Importante: o benefício do abatimento vale apenas para contribuintes que contribuem para o INSS ou regimes próprios de previdência (como servidores públicos).

A hora de agir é agora

Embora o impacto do PGBL aconteça na próxima declaração, a decisão precisa ser tomada este ano — e quanto antes, melhor. O planejamento não se faz em cima da hora, muito menos quando falamos de algo tão sério quanto economia tributária e sucessão familiar.

Por isso, comece a conversar com seu planejador financeiro ou consultor de previdência. Entenda seu perfil, avalie as opções de fundos e trace uma estratégia alinhada ao seu futuro e ao da sua família.

Conclusão: menos imposto, mais legado

A maioria das pessoas encara a previdência privada apenas como uma aposentadoria alternativa. Mas o PGBL vai muito além: ele é um instrumento legítimo de planejamento fiscal e patrimonial, capaz de gerar economia hoje e segurança amanhã.

Se você ainda não considerou essa estratégia, este é o momento. Porque pagar menos imposto e garantir tranquilidade para quem você ama não é privilégio — é inteligência financeira.


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