EU NÃO SIGO, TU SEGUES, ELE SEGUE
O incrível, porém, é que essa mania – de seguidor - veio para ficar...
O incrível, porém, é que essa mania – de seguidor - veio para ficar...
Outro dia me perguntaram se eu era seguidor de alguma celebridade. Eu respondi que jamais seguiria alguma por 3 motivos. Primeiro por não gostar de entrar em fila, segundo porque não conhecendo nenhuma não confiaria em segui-las e, terceiro, porque no dia em que eu morrer nenhuma vai se dar ao trabalho de me seguir.
Seguir alguém nas redes sociais, como todo mundo sabe, é como se identifica aquele que tem empatia por outro, o admira ou compartilha suas postagens e suas falas. Tenho a convicção, porém, que a denominação mais apropriada para isso deveria ser outra, do tipo: compartilhador, adepto, solidário, mas, nunca seguidor, já que a semântica dessa palavra pressupõe o contrato de uma relação pouco trivial e consistente, por motivos de admiração diversos.
A expressão ‘Seguir’, neste caso, acaba exibindo uma conotação muito forte para o que se propõe se você, por exemplo, lembrar que os “seguidores” de Jesus Cristo foram os apóstolos que a ele se juntaram. Ora, como usar a mesma denominação referindo-se a alguém capaz de se anunciar seguidor de mediocridades como Luan Santana, Gabi Gol ou Luciano Hulck? Que tipo de paralelismo pode haver de uma situação com a outra?
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O incrível, porém, é que essa mania – de seguidor - veio para ficar, as pessoas fazendo questão de exibir ostensivamente seu número de seguidores como se fosse uma moeda de apresentação. Pelo andar da carruagem dia virá, caro leitor, em que o número de seguidores do cidadão estará no seu currículo, na sua carteira de identidade e se instalará, no caso dos aposentados do INSS, na sua Prova de Vida. Certamente, o aposentado que exibir um número pífio de seguidores não será digno de ser considerado vivo. Claro, ausente de seguidores, esse indivíduo para o Governo e a sociedade não passará de um morto-vivo, o que é pior do que morto.
Fico imaginando para daqui a vinte anos, talvez menos, que as grandes realizações dos grandes homens do passado serão deixadas em segundo plano preteridas em termos de veneração de suas memórias para o número de seguidores que tiveram.
Praticando um exercício de memória torna-se óbvio supor que Hitler deverá ser reabilitado para a história como um grande herói pelo grande número de seguidores que arrebanhou, como invejável influenciador (influencer) que foi.
Quanto ao filho de Deus, Jesus Cristo, coitado! Esse foi um grande fracasso, angariou apenas 12 seguidores em vida se incluirmos Judas que o traiu. Se tivesse esperado dois mil anos para vir ao mundo e fosse hoje fazer uso das redes sociais para atrair seguidores e enviar sua mensagem estaria fadado a um retumbante desprezo. Enfim, se fosse depender de seguidores para sobreviver Jesus Cristo não chegaria sequer a morrer na cruz nos seus 33 anos. Morreria de fome antes.
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