Tecnologia imersiva transforma a educação e leva museus maranhenses para as escolas

O acesso à cultura ainda é um grande desafio no Brasil, e no Maranhão esse cenário é ainda mais crítico. Segundo dados do IBGE, 90% dos maranhenses nunca visitaram um museu, um índice preocupante para um estado que carrega uma das heranças culturais mais ricas do país.

Entre os fatores que explicam essa realidade estão a falta de acesso, distanciamento geográfico e a pouca conexão do público jovem com espaços culturais. Mas uma iniciativa inovadora vem mudando esse panorama e provando que a tecnologia pode ser uma aliada da educação e da preservação do patrimônio histórico.

A VR TECH, empresa especializada em realidade virtual e experiências imersivas, tem levado o acervo de museus e pontos históricos para dentro das escolas, permitindo que crianças e adolescentes explorem esses espaços sem sair da sala de aula. Por meio de óculos de realidade virtual, os alunos podem “caminhar” pelos museus, observar detalhes das obras de arte e interagir com um ambiente que antes parecia distante.

Primeiros testes e impacto educacional

A tecnologia foi testada em escolas particulares e já demonstrou um impacto positivo na educação. Um dos espaços a receber essa experiência foi o Colégio Reino Infantil, onde estudantes do 5º ano participaram de uma visita virtual ao Museu de Artes Visuais do Maranhão, localizado no Centro Histórico de São Luís. Durante a atividade, as crianças puderam ver de perto detalhes das obras, aprender sobre a história do casarão que abriga o museu e compreender melhor o papel da arte na identidade cultural do estado.

A experiência chamou a atenção de educadores e coordenadores pedagógicos, que notaram um engajamento muito maior dos alunos. “A gente percebeu que os estudantes se conectam mais com o conteúdo quando eles vivem a experiência. Depois da atividade, muitos começaram a perguntar sobre outros museus, sobre a história da cidade e até sobre como podem visitar esses espaços presencialmente”, relatou um professor da escola.

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Tecnologia como inclusão cultural

A proposta da VR TECH não é substituir a visita física aos museus, mas sim funcionar como um primeiro contato, despertando o interesse dos estudantes e quebrando barreiras de acesso. A empresa acredita que a realidade virtual pode atuar como uma ponte entre a nova geração e o patrimônio cultural, tornando o aprendizado mais dinâmico e acessível.

Embora a iniciativa tenha sido implementada inicialmente em escolas particulares, o objetivo da empresa é expandir para escolas públicas e comunidades mais afastadas, onde o acesso à cultura é ainda mais limitado. “Nosso sonho é democratizar essa experiência e permitir que qualquer aluno, independentemente de onde estude, tenha a chance de conhecer a história e a arte do Maranhão de uma forma envolvente e tecnológica”, explica Flávio Neto, um dos diretores da VR TECH.

Futuro da educação cultural

A aplicação da tecnologia na preservação e divulgação do patrimônio cultural é uma tendência crescente em diversos países, e o Maranhão dá um passo importante ao adotar essa metodologia. A combinação de realidade virtual e ensino imersivo abre novas possibilidades não apenas para escolas, mas também para universidades, centros culturais e instituições de pesquisa.

Ainda em fase de expansão, a iniciativa mostra que é possível ressignificar o ensino da cultura e história local, conectando o passado ao futuro por meio da inovação. Se um aluno não consegue ir até o museu, por que não levar o museu até ele?

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