Os 102 anos de Almeida Galhardo
Almeida Galhardo nasceu em Tutóia, Maranhão, no dia 2 de dezembro de 1922 na Rua Senador Leite, há 102 anos.
Almeida Galhardo nasceu em Tutóia, Maranhão, no dia 2 de dezembro de 1922 na Rua Senador Leite, há 102 anos. Seu pai era Pedro Luiz Soares, funcionário público federal da Mesa de Rendas (Alfândega) e sua mãe, era D. Joaquina de Almeida Soares. Ele tinha sete irmãos: Rosa Soares Caldas, Maria de Lourdes Soares Ramos, Antônia de Almeida Soares Maia, Maria da Glória Soares da Cruz, Paulo de Jesus de Almeida Soares, José Ribamar de Almeida Soares e Joaquim Pedro de Almeida Soares. Seu nome de registro era: Francisco das Chagas Almeida Soares.
Foi um jovem talentoso poeta, cronista e jornalista, além de aviador, que militou na imprensa maranhense nos anos de 1940 e se destacou como um dos mais promissores poetas de sua geração, publicando seus belos sonetos nos suplementos literários dos jornais ludovicenses.
O poeta, professor, historiador e escritor Carlos Cunha, em 1969, no Jornal do Maranhão, em artigo dedicado ao poeta tutoiense, diz o seguinte: “Havia em Galhardo um poeta extraordinariamente lírico, pois ele era um cantor dominado pelos sentimentos [...] Havia em Almeida Galhardo ou Francisco de Almeida Soares um profundo amor pelas alturas [...] É muito pequena esta homenagem que presto a um dos nossos maiores poetas. Mas os grandes homens são assim: nascem e morrem depressa para que as suas obras permaneçam eternas entre os vivos [...] Mas quem agora de bom senso [...] não recorda o poeta de Tutóia, da terra das areias brancas que será cantado enquanto houver poesia na terra?”.
Seus poemas eram muito populares. Entre os mais famosos estão: “Cruz de Ouro”,“ Gaivotas”, “Pierrô e Columbina”, “ Mulher”, entre outros. Trabalhou nos jornais Correio da Tarde, Diários Associados e Diário de São Luís.
Veio para São Luís ainda adolescente, aos 14 anos, em 1936, trazido pelo pai, a fim de estudar no velho Seminário Santo Antônio para ser padre e realizar o sonho dos pais, católicos fervorosos. Como era costume à época, num então país de quase cem por cento de católicos, as famílias que tinham certa condição financeira ou se sacrificavam, escolhiam destinar um dos filhos ao sacerdócio, com ou sem vocação.
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Após sete anos de vida religiosa e celibatária, aos vinte e um anos, em 1943, o jovem Chagas Soares, como era chamado pelos seus colegas seminaristas, percebeu que não tinha vocação para o sacerdócio e finalmente, deixou o claustro, iniciando sua carreira como jornalista, poeta e aviador. Seu primeiro emprego foi como jornalista do “Correio da Tarde”, depois trabalhou nos Diários Associados e por fim, no Diário de São Luís. Também trabalhou como fiscal na Prefeitura de São Luís.
O pseudônimo Almeida Galhardo surgiu quando ainda era seminarista e estava começando a publicar seus primeiros poemas no jornal “Correio da Tarde”. Para não se identificar, passou a utilizar esse pseudônimo, que adotou definitivamente a partir daí.
Galhardo viveu em São Luís nos anos de 1930/1940 e encantou os leitores com suas talentosas poesias. Era centrista e foi membro fundador (1945) do Centro Cultural Gonçalves Dias, ocupando a cadeira patroneada por Maranhão Sobrinho. O CCGD era uma das mais importantes agremiações literárias de sua época, formada pelos mais promissores jovens poetas de sua geração.
Infelizmente, numa tragédia que gerou comoção e abalou São Luís em 8 de agosto de 1948, o vate maranhense, cognominado por seu contemporâneo, Lago Burnett, de “o poeta das gaivotas” que tanto cantou a liberdade do voo das gaivotas e o azul infinito do céu, que adorava voar, tragicamente e ironicamente, morreu jovem, aos 25 anos, em consequência de um acidente de avião no então povoado da Forquilha, zona rural da cidade. Em 2022, por ocasião de seu centenário de nascimento, Almeida Galhardo, foi um dos homenageados da 15.ª Feira do Livro de São Luís, a FeliS.
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