SÃO LUÍS - O Clio vermelho encontrado pela Polícia Militar com R$ 1 milhão em caixas de papelão no porta-malas na Rua das Andirobas, bairro do Renascença, em São Luís, na terça-feira (30) estava estacionado exatamente em frente a uma empresa registrada em nome de uma cunhada do prefeito da capital, Eduardo Braide, e do deputado estadual Fernando Braide, ambos do PSD.
O caso ganhou repercussão nacional nesta sexta-feira (2), após a exibição de uma reportagem sobre o assunto pelo Jornal Nacional, da TV Globo.
Um vídeo apresentado no telejornal mostra o momento em que, no dia 16 de julho, Guilherme Ferreira Teixeira - assessor exonerado também na sexta do gabinete do parlamentar estadual - deixa o veículo estacionado, checa se a porta está devidamente fechada e, então, entra em um Honda Fit preto. A polícia ainda tenta identificar quem estava dirigindo este segundo carro.
O Clio ficou em frente, mas do lado oposto da rua, ao número 20, onde, segundo dados da Receita Federal, funciona a empresa C. S. Loiola Braide, de propriedade da médica Clarice Sereno Loiola Braide.
Ela é esposa de Antônio Salim Braide, irmão do prefeito e do deputado, que não chegou a ser intimado para depor, mas enviou um advogado espontaneamente à sede da Seic para se colocar à disposição dos investigadores. O Imirante procurou o defensor em busca de um posicionamento, e a guarda retorno.
Apesar de ter como atividade econômica principal “atividade médica ambulatorial restrita a consultas”, o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) aponta como nome fantasia “Café e Companhia”.
Intimação - Guilherme Teixeira deveria comparecer na sexta-feira à sede da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic) para prestar depoimento sobre sua aparição deixando o veículo no local com a quantia milionária.
Ele foi intimado a comparecer para uma oitiva, mas preferiu não atender ao chamado. Em vez disso, enviou um advogado, que solicitou marcação de uma nova data para depoimento.
Do agora ex-assessor parlamentar, os investigadores da Seic devem tentar obter informações sobre a origem do dinheiro.
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Assessor do prefeito- Como mostrou o Imirante, além de auxiliar de Fernando Braide, Teixeira já foi assessor, também, do prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), quando este ocupava o cargo de deputado federal na Câmara dos Deputados.
Ele deixou o posto em 2021, para assumir como assessor especial da Secretaria Municipal de Governo (Semgov) da Prefeitura da capital, após a posse do atual gestor.
Da estrutura do Executivo Municipal, Teixeira saiu apenas em fevereiro de 2023, para assumir logo em seguida o cargo que ocupa atualmente no Legislativo estadual.
O Imirante entrou em contato com a Prefeitura de São Luís e aguarda posicionamento sobre o assunto.
Mais um a depor - Quem também ainda deve prestar depoimento é Carlos Augusto Diniz da Costa, o “Makilas”, exonerado na quarta-feira (31) do cargo que ocupava na Secretaria Municipal de Informação e Tecnologia (Semit) da Prefeitura de São Luís. O ato foi publicado em edição extra do Diário Oficial do Município (DOM).
Levado a depor na sede da Seic, no entanto, ele preferiu ficar calado, sem declinar quem teria sido o destinatário do veículo.
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