Investigação

Polícia abre procedimento para apurar caso de militar que agrediu motorista de app em São Luís

Caso é investigado pelo 13° Distrito Policial do Cohatrac.

Imirante.com

Atualizada em 24/07/2024 às 12h53
Agressões foram gravadas e vídeo compartilhado nas redes sociais. (Foto: Reprodução / Redes Sociais)

SÃO LUÍS - A Polícia Militar do Maranhão (PMMA) abriu um procedimento para apurar a conduta de um militar, identificado como Alisson Pinto, que foi flagrado agredindo um motorista de aplicativo, no bairro Cohatrac, em São Luís. De acordo com a corporação, medidas disciplinares cabíveis em relação à conduta do militar também serão tomadas.

O caso, que aconteceu na última sexta-feira (20), é investigado pelo 13° Distrito Policial do Cohatrac, onde o policial militar compareceu na terça-feira (23), para prestar depoimento.

Entenda o caso

De acordo com os relatos do motorista, identificado como Hugo Reis, as agressões começaram após acusações de que ele estaria roubando a televisão da ex-mulher do policial, que solicitou a viagem por aplicativo.

Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, é possível observar o policial com um revólver na mão, que acaba sendo usado para tentar intimidar Hugo durante a discussão. A situação aconteceu no meio de uma rua do bairro.

Além disso, Alisson também usou a arma para dar coronhadas no motorista que, por causa das agressões, ficou com ferimentos abertos e precisou de pontos na cabeça.

Ainda de acordo com os relatos dos envolvidos no caso, antes de entrar dentro do carro, a mulher teria colocado uma televisão dentro no banco de trás do veículo. Após isso, o motorista seguiu viagem, até ser abordado pelo policial.

Veja o vídeo:

Versão do motorista

Hugo, vítima das agressões, contou em entrevista à TV Mirante que aceitou a corrida solicitada pela ex-mulher do PM e iniciou viagem após chegar ao local, mas que não havia percebido que ela não tinha entrado dentro do carro, depois dela ter colocado a televisão no banco de trás do veículo.

Ele afirmou que dirigiu cerca de 300 metros, antes de parar o carro ao escutar os chamados das pessoas que, segundo ele, gritavam “ladrão” para tentar chamar sua atenção. Quando parou o veículo, Hugo diz que não teve tempo de se explicar, pois foi logo agredido pelo policial.

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“Eu estranhei, mas falei ‘quem não deve não teme’. Eu achei até que a moça tinha furtado essa televisão. Eu olhei para trás e não tinha ninguém, eu parei o carro. Aí, quando o cara (PM Alisson) veio, não deu nem de me explicar, já foi me agredindo, cortou minha cabeça”, disse o motorista na entrevista.

O motorista vive dos serviços prestados aos aplicativos de transportes. Após o caso, ele registrou um boletim de ocorrência. Ainda durante a entrevista à equipe da TV Mirante, ele disse que pensou que fosse morrer durante a agressão e intimidação com a arma de fogo e espera justiça pelo o que aconteceu.

“Eu peço justiça, que isso não venha aconteceu com um pai de família. Eu imaginei que ia morrer. Pensei que tenho um filho de 9 anos, tenho uma família que eu luto todo dia pra levar o pão de cada dia”, relatou Hugo.

Versão da ex-mulher do policial 

A mulher afirmou que, no momento do ocorrido, pensou que Hugo estava roubando a televisão dela. De acordo com ela, ao colocar a TV no carro, o filho dela teria pedido ajuda para fechar o portão de casa. Ela conta que quando foi ajudar o filho, o homem teria fechado a porta do carro e foi embora.

Ela também afirmou que saiu correndo atrás do motorista, gritando por ele, que seguiu viagem. Diferente do que conta Hugo, a mulher diz que o policial chegou no momento em que o motorista saiu e que os dois teriam ido de carro até ele, para tentar alcançá-lo.

“Eu peguei a TV e pedi a ajuda do meu filho pra ele poder me ajudar e eu fui colocar a televisão dentro do carro. Nisso, meu filho foi me pedir ajuda para fechar o portão. Quando meus filhos me avisaram ‘mãe, ele tá indo embora’, ele fechou a porta do carro e eu saí correndo atrás dele”, disse a passageira.

Ao conseguir alcançar o motorista, a mulher alega que Hugo demonstrou resistência ao ser abordado, mas conta que só pegou a televisão do motorista e foi pra casa, sem participar das agressões. Em nota, a Polícia Civil do Maranhão (PC-MA) disse que o caso já está sendo apurado e que vai tomar as medidas necessárias, de acordo com a Lei.

O policial militar Alisson Pinto não atendeu aos pedidos de contato.

 

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