BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comemorou o resultado das eleições legislativas da França neste domingo (7). A direita foi derrotada, ficando em terceiro lugar, atrás da esquerda e do centro, que se uniram. Com essa aliança, a esquerda deve indicar o novo primeiro-ministro francês.
Em publicação no X (antigo Twitter), Lula expressou sua satisfação com o resultado, classificando a decisão de formar uma coalizão de centro-esquerda como uma "demonstração de grandeza e maturidade" para enfrentar o extremismo representado pelo Reagrupamento Nacional (RN), partido de Marine Le Pen, e seus aliados.
INSPIRAÇÃO PARA A AMÉRICA DO SUL
Lula mencionou também a vitória do Partido Trabalhista no Reino Unido na última semana, que voltou ao poder após 14 anos, com Keir Starmer como primeiro-ministro. Segundo Lula, os resultados na Europa devem servir de inspiração para a América do Sul. "Esse resultado, assim como a vitória do partido trabalhista no Reino Unido, reforça a importância do diálogo entre os segmentos progressistas em defesa da democracia e da justiça social. Devem servir de inspiração para a América do Sul", afirmou.
A direita ficou em terceiro lugar no segundo turno das eleições para a Assembleia Nacional, realizado neste domingo (7). O RN e seus aliados conquistaram 143 assentos, segundo projeções do Le Monde. As urnas fecharam às 20h (15h no horário de Brasília).
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O resultado ficou abaixo das expectativas após o primeiro turno, quando se esperavam 297 cadeiras. A aposta do presidente francês Emmanuel Macron de convocar novas eleições legislativas após o avanço da direita no Parlamento Europeu se mostrou eficaz. A aliança entre centro e esquerda foi crucial para impedir a vitória esperada do RN.
O "cordão sanitário", que incentivou candidaturas menos competitivas a desistirem do segundo turno, foi eficaz em barrar a ascensão de um primeiro-ministro do RN. Jordan Bardella (RN) era o mais cotado para assumir o cargo. No entanto, nem o centro nem a esquerda alcançaram a maioria absoluta de 289 cadeiras das 577 necessárias para formar um governo sozinho.
Assim, a França deverá formar um governo de coalizão entre a Nova Frente Popular (NFP), liderada por Jean-Luc Mélenchon, e a coalizão Juntos, que inclui o partido de Macron, Renascimento. Este será o primeiro governo francês sem uma força dominante clara desde a Segunda Guerra Mundial. Projeções indicam que a coligação de esquerda pode conquistar de 177 a 192 assentos, enquanto a coalizão Juntos está prevista para obter de 152 a 158 cadeiras.
O futuro da coabitação entre os partidos na Assembleia Nacional ainda é incerto. Macron evitou uma derrota esmagadora, já que sua coalizão terá um desempenho superior ao da direita. No entanto, sua coalizão ainda foi menos votada que a união de esquerda, evidenciando o descontentamento de segmentos franceses com seu governo.
Saiba quem disputa as eleições em São Luís.
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