COLUNA
Marcos Silva
Marcos Silva Marcos Silva é assistente social, historiador e sociólogo.
Marcos Silva

Desenvolvimento econômico no estado do Maranhão com justiça social, um caminho a seguir!

O estado do Maranhão está no caminho adequado quando trabalha um planejamento de longo prazo a exemplo do 50+.

Marcos Silva

O estado do Maranhão está no caminho adequado quando trabalha um planejamento de longo prazo a exemplo do 50+. No entanto, é necessário focar no curto e médio prazo na elaboração e execução de um modelo de desenvolvimento econômico com justiça social e responsabilidade socioambiental. A atual matriz de crescimento econômico prioriza os grandes projetos e, sobretudo a expansão do agronegócio da soja e do milho, ambos pertencentes ao (MATOPIBA) que sem dúvida gera riqueza para o território maranhense com o aumento do PIB. Entretanto, os indicadores de renda demonstram uma concentração de riquezas e os impactos com desequilíbrio ambiental, por meio do desmatamento, principalmente no bioma cerrado e o uso de agrotóxico que tende a prejudicar o solo e os recursos hídricos.

A construção de um programa de desenvolvimento econômico para o estado do Maranhão deve ser parte de uma agenda política com os setores mais amplos da política maranhense e as forças econômicas e sociais comprometidas com a justiça social. Esse é um desafio que só pode ser levado a cabo por meio das forças políticas de esquerda e socialista e com a participação dos movimentos sociais no estado.  Tal programa deve se apoiar na produção agrícola com estímulo à produção em alta escala, porém com o desejo de priorizar a micro e pequena produção agrícola.

Ampliar a produção de frutas, legumes, feijão e arroz; além da produção de carne bovina, suína, pescados e aves e a industrialização dos derivados. Essa produção resolve a questão da fome e reduz a desigualdades econômicas. 

O PIB per capita no estado do Maranhão neste ano é de R$ 50.193,72, o que significa em média mensal uma renda de R$ 4.182,81, muito superior à média salarial que não chega a R$ 2 mil reais. Outro aspecto é que mais de 1,2 milhões de famílias vivem do Programa Bolsa Família. 

O desafio é encontrar um caminho para fazer uma transformação na economia primária em busca de um modelo de produção agrícola voltado para o micro e médio produtor, com foco na diversificação de culturas produtivas que garanta alimentos saudáveis para a população. Também o aproveitamento para ser industrializado, o que vai gerar empregos e agregar valor à produção maranhense. Isso ajuda a manter o mercado interno abastecido e gera entrada de recursos com a produção industrial fortalecendo a economia do estado do Maranhão.

Para realizar esse desafio será necessário avançar na reforma agraria e evitar a especulação financeira da terra. As forças políticas do estado do Maranhão precisam decidir pelo desenvolvimento econômico com justiça social. Essa tarefa não pode ser uma intenção do governador Carlos Brandão, a sociedade política deve garantir o apoiou necessário para que seja consolidado. 

O agronegócio pode operar com produção diversificada e com a ausência de agrotóxicos com prevenção à saúde das pessoas e respeito ao meio ambiente. Um modelo de agronegócio com responsabilidade socioambiental é possível.  Ou seja, respeitando as leis ambientais e as leis da natureza, investido em educação ambiental e execução de projetos sociais que ajude a tornar a economia menos desigual. 

Digo anteriormente, menos desigual em função da própria natureza do capitalismo. Pois só será capaz de superar as desigualdades em uma futura sociedade socialista, onde o trabalho seja social e a riqueza produzida socialmente, seja também distribuída socialmente.

Contudo, não pode a economia maranhense ficar refém dos grandes projetos. É necessário pensar uma forma de fortalecer a agricultura familiar e os micros, pequenos e médios projetos de desenvolvimento econômico no setor rural.

O estado do Maranhão precisa olhar para os ODS e em especial ao ODS-2 (Objetivos do Desenvolvimento sustentável) que chama a atenção para “acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria na nutrição, bem como promover a agricultura sustentável até 2030, erradicar a fome e garantir o acesso de todas as pessoas, em particular os pobres e as pessoas em situações vulneráveis, incluindo crianças e idosos, produzir alimentos seguros, culturalmente adequados, saudáveis e suficientes durante todo o ano”.

Não tenho dúvidas dos esforços do governador Carlos Brandão para fazer a vida do povo maranhense melhorar. Agora é preciso vencer os entraves e buscar um planejamento de curto e médio prazo que possa ir além dos desejos. O governo do Maranhão deve focar nas metas dos ODS, Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

O governador Carlos Brandão possui vários elementos na atual conjuntura em seu favor, a exemplo: do apoio do governo Lula e a composição de forças políticas no estado do Maranhão favoráveis e que compõem uma frente ampla no governo e no parlamento.

O importante é que a economia maranhense possui uma perspectiva de crescimento com responsabilidade socioambiental.  

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