SÃO LUÍS - Nos últimos seis meses, três ciclistas morreram em avenidas de São Luís, vítimas de acidente de trânsito. O último caso foi de Claudiomar Silva, que ia para o trabalho no dia 3 de janeiro, quando foi atropelado por um carro. Ele era um ciclista profissional.
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Outra vítima que perdeu a vida enquanto trafegava pelas avenidas da capital, foi o médico intensivista Édson Soares, de 54 anos. Ele era natural do Rio de Janeiro, e residia em São Luís. Édson foi atropelado por um carro, no dia 29 de setembro, na Avenida Litorânea, enquanto treinava de bicicleta.
A terceira vítima foi o entregador Marider Júnior, que morreu quando estava fazendo entregas de bicicleta na Avenida Jerônimo de Albuquerque, em 28 de dezembro. Ele foi atropelado por motoristas que estariam fazendo manobras arriscadas na pista.
Mobilidade urbana
A morte dos três ciclistas chamam a atenção para um grave problema de mobilidade urbana em São Luís, a falta de ciclovias (via separa da avenida para quem anda de bicicleta) e ciclofaixas (marcação na pista para uso dos ciclistas).
As ciclovias e ciclofaixas ajudam a evitar acidentes com ciclistas, pois eles não precisam disputar espaço nas avenidas com os veículos de maior porte.
De acordo com levantamento da Associação Brasileira do Setor de Bicicletas, São Luís tem apenas 40 km de ciclofaixas e ciclovias. Apesar da importância desse tipo de via. Isso faz da cidade a capital do Nordeste com a menor quilometragem de ciclovias na região e é a quarta capital do país nesse ranking.
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Com poucos quilômetros de vias exclusivas, quem pedala pelas ruas e avenidas da capital maranhense enfrenta um perigo constante, pois a distância entre quem pedala e os veículos é mínima. Para se proteger de acidentes, tem ciclista que trafega pela calçada.
“Hoje nós estamos brigando com os carros. Andando entre os carros, e muitas vezes somos confundidos com alguém que está atrapalhando o trânsito. Isso é um absurdo”, desabafa João Carlos Gomes.
Com segurança daria para atravessar a ilha de São Luís de um lado ao outro só de bicicleta, o que também ajudaria a resolver alguns problemas de trânsito. Mas são poucas as vias que têm estrutura de segurança para quem anda de bike.
Quem trabalha fazendo entrega de bicicleta conhece bem os desafios dessa perigosa rotina.
“É muito triste ver que a gente aqui tentando ganhar o nosso dinheiro, trabalhar de forma honesta e acaba perdendo a vida nesse tipo de acidente”, lamenta o entregador Josué Martins.
Procurada pela TV Globo, a Prefeitura de São Luís não se manifestou sobre as medidas que estão sendo tomadas diante dos riscos que os ciclistas enfrentam na cidade.
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