SÃO LUÍS - Uma iniciativa com o objetivo de mobilizar e articular a sociedade civil e órgãos públicos responsáveis para adotar providências urgentes de combate à grave poluição do Rio da Ribeira, que atravessa o Residencial Natureza, comunidade localizada na zona rural de São Luís, foi criada pela Rede Emaranhadas, em parceria com a Associação de moradores do Residencial Natureza.
A campanha Salve o Rio da Ribeira foi lançada nas redes sociais da Rede Emaranhadas e entidades parceiras, como CIMI Maranhão, Justiça nos Trilhos, Coletivo Reocupa, Tapajós de Fato e Coletivo Mulheres Negras da Periferia.
“A possibilidade da morte de um rio é devastadora. Por muitos anos o Rio da Ribeira era fonte de sustento para a comunidade, espaço de lazer, fonte de água potável. Hoje em dia ele é fonte de dejetos, animais mortos, fortes odores que causam mal-estar e muita tristeza para quem vê essa degradação. Precisamos unir forças para mudar essa realidade e salvar o rio.”, explicou Karoline Ramos, advogada e coordenadora Geral da Rede Emaranhadas.
O Residencial Natureza fica localizado em uma área onde foram instaladas diversas empresas, de diferentes ramos de atuação. A poluição do rio é atribuída ao despejo de dejetos industriais que vêm dessas empresas e são descartados de forma irregular, além da poluição atmosférica, que prejudica também a vegetação nativa.
O problema já é de conhecimento do Ministério Público do Maranhão e a Secretaria Estadual de Direitos Humanos (SEDIHPOP) que protocolaram ações e encaminhamentos para que um laudo técnico sobre a poluição e os agentes poluidores sejam identificados e os responsáveis notificados. No entanto, a comunidade segue sem respostas e seu acesso aos laudos.
A Sedihpop, por meio da Comissão Estadual de Prevenção à Violência no Campo e na Cidade (Coecv), após visita técnica à comunidade, concluiu que se trata de conflito socioambiental e emitiu parecer às Secretarias municipal e estadual de Meio Ambiente para que dessem providências ao caso.
Em relatório, informou que “os supostos crimes ambientais de responsabilidade de diversas e desconhecidas empresas instaladas no Distrito Industrial têm ocasionado danos aos direitos humanos e socioambientais da comunidade Residencial Natureza, dentre os quais destacam-se: poluição hídrica, do solo, atmosférica e visual.”. A denúncia de crime ambiental está sendo investigada pelo Ministério Público do Estado do Maranhão (MPE-MA).
“A realização da campanha é uma forma de engajar toda a população nessa luta por justiça climática, pela recuperação do Rio da Ribeira e principalmente pelo bem viver das pessoas que têm atividades diretamente ligadas ao rio. É um pedido de socorro!”, afirmou Polyana Amorim, coordenadora de Comunicação da Rede Emaranhadas.
Além da campanha digital nas redes sociais, também serão realizadas ações presenciais. A primeira delas foi um encontro na comunidade Residencial Natureza, com a presença de 43 moradores do Residencial que se comprometeram em ser multiplicadores da ação, levando-a ao conhecimento de mais pessoas, dentro e fora da comunidade, planejada desde o começo do semestre.
“Muitas pessoas aqui tiravam seu sustento e sua alimentação do rio. Hoje não podem mais. O que a gente quer é resgatar o rio. Voltar a pescar, cultivar e banhar nele. Ele é parte da nossa comunidade”, disse Hariadna Silva, Presidente da Associação de Moradores do Residencial Natureza.
Outra ação que decorreu de oficina organizada na comunidade foi a colagem de cartazes em perímetro urbano e rural de São Luís, com participação de pessoas da comunidade e voluntários da sociedade civil.
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