Na zona rural de São Luís

Campanha 'Salve o Rio da Ribeira' alerta sobre poluição em área de preservação ambiental permanente

Moradores do Residencial Natureza lutam há anos pela despoluição do rio.

Imirante.com, com informações da assessoria

Atualizada em 13/11/2023 às 18h53
O Residencial Natureza fica localizado em uma área onde foram instaladas diversas empresas, de diferentes ramos de atuação. (Foto: Kadu Vassoler)

SÃO LUÍS - Uma iniciativa com o objetivo de mobilizar e articular a sociedade civil e órgãos públicos responsáveis para adotar providências urgentes de combate à grave poluição do Rio da Ribeira, que atravessa o Residencial Natureza, comunidade localizada na zona rural de São Luís, foi criada pela Rede Emaranhadas, em parceria com a Associação de moradores do Residencial Natureza.

A campanha Salve o Rio da Ribeira foi lançada nas redes sociais da Rede Emaranhadas e entidades parceiras, como CIMI Maranhão, Justiça nos Trilhos, Coletivo Reocupa, Tapajós de Fato e Coletivo Mulheres Negras da Periferia. 

“A possibilidade da morte de um rio é devastadora. Por muitos anos o Rio da Ribeira era fonte de sustento para a comunidade, espaço de lazer, fonte de água potável. Hoje em dia ele é fonte de dejetos, animais mortos, fortes odores que causam mal-estar e muita tristeza para quem vê essa degradação. Precisamos unir forças para mudar essa realidade e salvar o rio.”, explicou Karoline Ramos, advogada e coordenadora Geral da Rede Emaranhadas.

O Residencial Natureza fica localizado em uma área onde foram instaladas diversas empresas, de diferentes ramos de atuação. A poluição do rio é atribuída ao despejo de dejetos industriais que vêm dessas empresas e são descartados de forma irregular, além da poluição atmosférica, que prejudica também a vegetação nativa. 

O problema já é de conhecimento do Ministério Público do Maranhão e a Secretaria Estadual de Direitos Humanos (SEDIHPOP) que protocolaram ações e encaminhamentos para que um laudo técnico sobre a poluição e os agentes poluidores sejam identificados e os responsáveis notificados. No entanto, a comunidade segue sem respostas e seu acesso aos laudos.

A Sedihpop, por meio da Comissão Estadual de Prevenção à Violência no Campo e na Cidade (Coecv), após visita técnica à comunidade, concluiu que se trata de conflito socioambiental e emitiu parecer às Secretarias municipal e estadual de Meio Ambiente para que dessem providências ao caso.

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Em relatório, informou que “os supostos crimes ambientais de responsabilidade de diversas e desconhecidas empresas instaladas no Distrito Industrial têm ocasionado danos aos direitos humanos e socioambientais da comunidade Residencial Natureza, dentre os quais destacam-se: poluição hídrica, do solo, atmosférica e visual.”. A denúncia de crime ambiental está sendo investigada pelo Ministério Público do Estado do Maranhão (MPE-MA).

“A realização da campanha é uma forma de engajar toda a população nessa luta por justiça climática, pela recuperação do Rio da Ribeira e principalmente pelo bem viver das pessoas que têm atividades diretamente ligadas ao rio. É um pedido de socorro!”, afirmou  Polyana Amorim, coordenadora de Comunicação da Rede Emaranhadas.

Além da campanha digital nas redes sociais, também serão realizadas ações presenciais. A primeira delas foi um encontro na comunidade Residencial Natureza, com a presença de 43 moradores do Residencial que se comprometeram em ser multiplicadores da ação, levando-a ao conhecimento de mais pessoas, dentro e fora da comunidade, planejada desde o começo do semestre.

“Muitas pessoas aqui tiravam seu sustento e sua alimentação do rio. Hoje não podem mais. O que a gente quer é resgatar o rio. Voltar a pescar, cultivar e banhar nele. Ele é parte da nossa comunidade”, disse Hariadna Silva, Presidente da Associação de Moradores do Residencial Natureza. 

Outra ação que decorreu de oficina organizada na comunidade foi a colagem de cartazes em perímetro urbano e rural de São Luís, com participação de pessoas da comunidade e voluntários da sociedade civil.

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