A melancolia ao longo dos tempos
O termo refere-se a um estado de intenso mal-estar psicológico, apatia, desinteresse e de tristeza profunda. A melancolia apresenta um intenso entristecimento, acompanhado de sensação difusa de desânimo e desesperança.
Melancolia, é um nome por demais utilizado na clínica psiquiátrica quando alguém, encontra-se em uma consulta médica ou referida em diferentes momentos nas relações sociais. O termo refere-se a um estado de intenso mal-estar psicológico, apatia, desinteresse e de tristeza profunda. A melancolia apresenta um intenso entristecimento, acompanhado de sensação difusa de desânimo e desesperança. A melancolia é mais intensa e persistente que a tristeza comum, que todos experimentamos em alguns momentos da vida. A melancolia é um estado emocional mais complexo e profundo.
Etimologicamente, a palavra melancolia advém do grego Melan (Negro) e Cholis (Bílis), isto é, melancholia, significa, portanto, bile negra. Era um dos quadros humores citados na teoria dos humores de Hipócrates (Cós, 460 a.C.-370 a.C.), que garantia que todas as doenças se originavam a partir das alterações desses humores. Hipócrates, também classificava a melancolia a partir de um conjunto de sintomas: “aversão à comida, falta de ânimo, insônia, irritabilidade e inquietação”.
Do ponto de vista histórico, o termo melancolia sofreu modificações em seu conceito, sendo substituído por depressão a partir de 1680 e em 1750, Samuel Johnson, escritor, biógrafo e pensador inglês, incorporou o termo ao dicionário. Só, que do ponto de vista psiquiátrico, há diferenças clínicas e fenomenológicas em ambos os termos, melancolia e depressão, muito embora possam estar interconectadas em alguns casos.
Psicologicamente, a melancolia se caracteriza como uma tristeza profunda onde a pessoa melancólica a descreve como intensa, profunda e duradoura, muitas vezes surge, sem motivo aparente. Essa tristeza profunda pode ser opressiva e difícil de ser superada, além do mais, os melancólicos referem desânimo, desinteresse e falta de prazer pelas atividades habituais lhes causavam. A pessoa pode se sentir desmotivada e incapaz de encontrar alegria nas coisas cotidianas.
O sentimento de vazio, de isolamento social, queixas somáticas vagas e de vazio intenso que a leva ao isolamento são marcas referidas pelos melancólicos. A sensação predominante é como se a pessoa estivesse desconectada do mundo ao seu redor.
Pensamentos negativos e pessimistas, são comuns entre os melancólicos. Isto é, tendem a ter esses pensamentos recorrentes, tornando-os, excessivamente, pessimistas em relação ao futuro. Outras queixas comuns são a fadiga intensa, a perda de energia, sensação de fraqueza e desânimo geral associadas à exaustão, tornando suas atividades enfadonhas, desinteressadas e desafiadoras, muitos até as abandonam tais atividades corriqueiras pela incapacidade de executá-las.
Problemas de sono, surgem habitualmente, podendo incluir insônia ou sono excessivo (hipersonia). Afetando a qualidade do sono, pois muitas dessas pessoas dormem, mas tem a sensação de não terem dormido, pois já acordam cansadas, indispostas e sem interesse qualquer de sair da cama.
Ainda do ponto de vista psicológico, referem dificuldade de concentração, na memória, na capacidade executiva e de tomar decisões, podem, ainda, procrastinar tarefas habituais e as tornam bem mais difíceis de serem executadas. O apetite e outras funções como a sexualidade, o desejo e a expressão afetiva se tornam bloqueadas e inibidas.
É importante destacar que a melancolia não é apenas uma tristeza passageira ou um mau humor temporário, mas sim uma condição que pode interferir, significativamente, na qualidade de vida da pessoa e, em casos mais graves, levar a um quadro severos de depressão.
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A melancolia tem raízes em várias bases existenciais, ou seja, fatores que contribuem para a sua origem e manifestação. Essas bases existenciais podem ser influências internas, externas e até mesmo uma combinação de ambos. Algumas das principais bases existenciais da melancolia incluem:
Fatores biológicos também podem influenciar com o surgimento de quadros melancólicos. A predisposição genética e disfunções neuroquímicas no cérebro e outras doenças cerebrovascular, podem influenciar a forma como uma pessoa responde emocionalmente às situações. Por exemplo, desequilíbrios em neurotransmissores cerebrais, como serotonina e noradrenalina, estão associados a distúrbios do humor, incluindo quadros de melancolia.
Traumas e eventos estressantes, também colaboram com a expressão da melancolia. Perda de entes queridos, de emprego de amigos e muitas outras perdas, abuso de todos os tipos, fracassos significativos ou eventos estressantes prolongados podem desencadear sentimentos profundos de tristeza e desesperança, contribuindo para o desenvolvimento da melancolia.
Vulnerabilidades psicológicas, incluindo aí condições psicológicas e de sensibilidade exageradas podem tornar algumas pessoas mais suscetíveis à melancolia devido a essas vulnerabilidades. A baixa autoestima, autocritica severa, perfeccionismo ou pessimismo crônico, também colaboram.
O isolamento social e solidão são duas condições que podem caminhar juntas com a melancolia. A falta de conexões sociais significativas e o isolamento emocional podem aumentar os sentimentos de tristeza e desesperança, contribuindo para a melancolia, são fatos também muito comuns na modernidade, onde muitos sacrificam padrões de relações sociais importantes e ficam recluídos por trás das telas de computadores, smartphone, tablets etc.
A falta de sentido e significado na vida, ou sentir-se perdido ou incapaz de encontrar um propósito para sua vida são condições pessoais e psicológicas que podem colaborar com a sensação de vazio existencial, alimentando a melancolia.
Pressões culturais e sociais, tão comuns nos dias atuais, especialmente em atividades laborativas, familiares escolares e em universidades bem como corrida frenética de muitos na busca de sucesso, de felicidade plena ou a volúpia pelas as redes sociais, podem gerar pressões emocionais e levar ao desenvolvimento de sentimentos melancólicos.
É importante observar que a melancolia é uma emoção complexa e multifacetada, e as bases existenciais podem variar de pessoa para pessoa. Além disso, ela pode se associar a transtornos mentais, como a depressão maior. Se estiveres passando por algo assim, é essencial buscar apoio profissional para avaliação, diagnóstico e tratamento.
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