BRASÍLIA - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez uma declaração acusando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, de atuar junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para derrotá-lo nas eleições presidenciais de 2022. A polêmica surgiu após Barroso afirmar, no dia 12 de um mês anterior, que havia derrotado o "bolsonarismo" em um discurso durante o 59º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE).
No evento da UNE, o ministro Barroso declarou: "Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo, para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas." Essa fala foi o ponto de partida para a acusação de Bolsonaro, que interpretou o pronome "nós" como referência à atuação de Barroso junto ao TSE.
Em uma entrevista concedida ao O Estado Play, o ex-presidente argumentou que o ministro não foi às ruas pedir votos para o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva, mas teria influenciado o resultado das eleições através do seu trabalho dentro do TSE. Bolsonaro também criticou a Comissão de Transparência das Eleições criada por Barroso em 2021, alegando que ela não era transparente de fato.
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"Afinal de contas, ele enquanto ministro do TSE criou lá atrás aquela comissão de transparência eleitoral, que de transparência não tinha nada", afirmou Bolsonaro.
Barroso, por sua vez, esclareceu que a declaração sobre a derrota do "bolsonarismo" dizia respeito ao "extremismo golpista e violento que se manifestou no 8 de janeiro e que corresponde a uma minoria". Em nota divulgada pelo STF, o ministro reiterou que não tinha a intenção de ofender os eleitores do ex-presidente e que respeitava todas as visões de mundo conservadoras e democráticas.
O ex-presidente Jair Bolsonaro também destacou que enfrentou uma "perseguição implacável" durante a campanha eleitoral e acusou o TSE de se comportar como um partido político ativo contra sua candidatura. Apesar disso, ressaltou que nas ruas não foram derrotados.
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