COLUNA

Curtas e Grossas
José Ewerton Neto é poeta, escritor e membro da Academia Maranhense de letras.
Curtas e Grossas

A história do beijo

Se o inventor do beijo nunca apareceu, teorias e especulações é o que não faltam.

José Ewerton Neto

Atualizada em 02/05/2023 às 23h58
 

A respeito de como e onde surgiu o beijo os historiadores só têm uma certeza: ninguém sabe como começou. Os humanos sempre se socorrem da religião para explicar as coisas, mas, evidentemente, Deus desta vez nada teve a ver com isso porque nunca teve parceiros para beijar. Seu filho, sim Jesus Cristo, foi beijado e, através dele, traído, razão pela qual Deus, naturalmente desconfiado, ainda vai passar umas tantas eternidades sem beijos.

Se o inventor do beijo nunca apareceu e, muito menos, a razão pela qual foi inventado, teorias e especulações é o que não faltam. Vamos a duas delas:

1. A teoria do é bom ser fresco. Na idade da Pedra a pele da pessoa seria uma rara fonte de sal, sempre à mão. Como o sal retém a água, mantendo a temperatura do corpo, especula-se que nossos ancestrais tenham começado a se beijar para se manterem frescos. Dá pra acreditar? 

2. A teoria da confiança. Muitos cientistas evolutivos confiam em que os primeiros beijos (do tipo usado para cumprimentar) foram atos de confiança e proximidade. Autorizar alguém a ficar junto/beijar significaria mostrar que não havia medo de que o parceiro  mordesse ou atacasse pelas costas. Sendo entre parceiros do mesmo sexo, convenhamos,  era melhor passar por beijoqueiro do que correr o risco de comprometer o fiofó. 

2. A história continua

2.1. Três mil anos A.C os adoradores já atiravam beijos a seus deuses, demonstrando que beijos não só eram praticados como jogados para o céu. A quantidade de morticínios e calamidades que se seguiam às oferendas faz acreditar que beijinhos voando não eram muito apreciados pelos deuses. 

2.2. O costume do beijo variava segundo a região e a cultura dos povos. Na Roma antiga o beijo era usado para cumprimentar não apenas amigos ou família, mas também estrangeiros com quem se cruzasse as ruas, ou até mesmo vendedores de porta em porta. Enquanto isso, no Egito mal se ouvia falar de beijos. 

Acredita-se que Cleópatra, famosa por muitos e poderosos amantes romanos, nunca os tenha beijado e, talvez, por isso deva tê-los deixado a seus pés. Imagine o fogo de uma princesa que dispensava preliminares! 

2.3. Durante a Idade Média, na Itália, se um homem beijasse uma mulher em público tinha que se casar com ela. Se esse costume ainda prevalecesse hoje em dia cada mulher que fosse a uma balada levaria mais de  vinte maridos para casa!

2.4. A grande praga que assolou Londres em 665 DC pôs um fim então ao ato popular de beijar. O medo de pegar essa doença fatal fez com que as pessoas começassem a tirar o chapéu, curvar-se, fazer referências e apertar as mãos como novos gestos populares de cumprimento.

Qualquer semelhança aos dias recentes de pandemia, caro leitor,  não é mera coincidência. Mas, passada a pandemia, nada como um beijo atrás do outro! Basta tirar a máscara de proteção e colocar a máscara do amor. Vai que funcione!... 

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