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Aprovada em cinco universidades dos EUA, maranhense de 17 anos faz campanha para arrecadar fundos e custear estudos no exterior

Natural de Itapecuru-Mirim, Hayêssa é egressa do curso técnico em Meio Ambiente, do Instituto Federal do Maranhão (IFMA).

Imirante.com

Atualizada em 17/04/2023 às 19h01
Estudante maranhense Hayêssa Siqueira foi aprovada em cinco universidades dos EUA. (Foto: Arquivo Pessoal)

SÃO LUÍS - Aos 17 anos, a estudante maranhense Hayêssa Siqueira foi aprovada em cinco universidades dos Estados Unidos e agora se prepara para embarcar rumo a uma nova etapa de sua vida acadêmica, fruto de muita dedicação e preparo. Natural de Itapecuru-Mirim, cidade a 118 km de São Luís, Hayêssa é egressa do curso técnico em Meio Ambiente, do Instituto Federal do Maranhão (IFMA).

Filha de servidores públicos, Hayêssa conta que sempre teve vontade de conhecer outras culturas e que, inicialmente, queria viajar para o Japão, o que a motivou estudar um pouco de japonês e aprender sobre a cultura local. Além disso, segundo a estudante, o desejo de estar em um local que até então só via por fotos, era também um desejo de buscar o melhor de si.

“Desde jovem eu tinha a ambição de saber que tipo de pessoa eu seria se eu desse o melhor de mim em um lugar onde eu poderia crescer como pessoa e profissional, em um lugar que poderia me oferecer as melhores oportunidades para que me desenvolver”, conta Hayêssa.

A estudante maranhense prestou seleção para Harvard University, Colgate university, Abilene Christian University, Anna Maria College, Colby-sawyer college, Hofstra University, Pacific Lutheran University, Saint Leo University, Yale University e Saint Martin's University. Ela foi aceita na Pacific Lutheran University, Saint Leo University, Hofstra University, Abilene Christian University e Anna Maria college.

Preparação

Das cinco universidades onde foi aprovada, Hayêssa escolheu cursar Psicologia na Pacific Lutheran University, em Washington. Ela conta que começou a se preparar para os processos de seleção das universidades norte-americanas comprando livros didáticos sobre os vestibulares que prestaria. O material dava dicas do que esperar em cada uma das bancas.

No processo de preparação para os seletivos, Hayêssa conta que estudava cerca de quatro horas por dia – duas horas para cada vestibular. Ela conta que separava ao longo da semana momentos para estudar assuntos importantes como redação, interpretação textual e matemática, de acordo com tópicos definidos pela própria estudante.

“Eu acordava de segunda a sábado às 4h30 da manhã para estudar e ter tempo de ir para a escola. No começo eu via apenas o conceito das perguntas, depois de um tempo eu comecei a fazer simulado, sempre antes de começar a estudar, após isso eu fazia revisão dos meus erros e estudava mais profundamente os assuntos que percebi que ainda não dominava. Eu costumava utilizar uma semana para fazer simulados e corrigir erros e na semana seguinte eu estudava os assuntos que eu errava com frequência. Os livros contavam com simulados, mas eu também pesquisava pela internet por aulas e um banco de provas para treinar”, explica a estudante.

Segundo a estudante, como as atividades extracurriculares são importantes no processo de admissão nas universidades em que foi aprovada, durante o ensino médio, Haysêssa conta que participou de projetos de pesquisa orientados por seus professores do IFMA, por meio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic). Ela, inclusive, ficou em primeiro lugar em um trabalho realizado na área de ciências da saúde, quando apresentou o resultado de um projeto na edição do ano passado do Universo IFMA, realizado na cidade de Grajaú, a 566 km de São Luís.

O projeto da estudante, que ficou em primeiro lugar, tinha como objetivos realizar o monitoramento e controle de populações do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como a dengue, zika e chikungunya, utilizando armadilhas de oviposições e estações disseminadoras em uma comunidade quilombola. Hayêssa conta que realizava pesquisas em laboratório utilizando dados coletados na comunidade quilombola para obter os resultados da pesquisa.

“No projeto foi possível identificar não só as espécies Aedes aegypti como também Aedes albopictus na comunidade quilombola Filipa”, relembra.

Engajamento escolar

Sempre engajada no ambiente escolar, Hayêssa se tornou presidente do Grêmio estudantil quando cursava o terceiro ano do ensino médio. Enquanto estava à frente do grêmio, ela promoveu junto com os colegas saraus culturais para incentivar o talento artístico dos estudantes por meio de concursos de poesias e canto. Além disso, organizou jogos interclasse e reativou a rádio do campus de Itapecuru-Mirim do IFMA.

“Sempre tive em mente ser a melhor aluna da turma, ajudar meus colegas no ambiente acadêmico e dar o melhor de mim para obter bons resultados nos vestibulares”, diz a estudante.

Segundo Pedro Júnior e Eline Haiana, pais de Hayêssa, a certeza da aprovação da filha já era esperada devido ao compromisso que ela sempre teve com os estudos. De acordo com Eline, a filha sempre acordava muito cedo e dormia tarde, chegava da escola e já se recolhia para cumprir sua jornada diária de estudo em casa.

“Foi um processo longo de provas em outros estados, viagens e muita dedicação diária aos estudos, então, nós sabíamos que seria aprovada, sim. É sempre uma grande felicidade quando o fato se concretiza”, conta a funcionária pública Eline Haiana, mãe de Hayêssa.

Vaquinha on-line

Em fevereiro deste ano, Hayêssa e os pais criaram uma campanha para arrecadar o valor que a estudante precisa para custear o primeiro ano na universidade em que escolheu estudar, em Washington. Pedro Júnior, pai de Hayêssa, explica que o custo anual da faculdade é de U$ 65 mil, porém, a estudante ganhou uma bolsa de U$ 43 mil, mas a família precisa arcar com U$ 21 mil de diferença, que convertidos em reais dá R$ 103.590,90.

“Inicialmente, eu comecei no Vakinha, uma plataforma onde qualquer pessoa poderia criar sua própria vaquinha. Muitas pessoas duvidavam da minha história, apesar de eu disponibilizar todas as provas, incluindo as cartas de aceitação. Além disso, com as taxas de manutenção que o site cobrava, eu acabei perdendo uma quantia significativa sobre o valor arrecadado, então dos R$ 46 mil, com as taxas, eu fiquei com R$40 mil. Desde o início, eu postava vídeo explicando a minha história, foi então que, graças aos comentários e marcações nas redes sociais, a equipe do ‘só vaquinha boa’ entrou em contato comigo para me ajudar na campanha. Decidi então, encerrar a vaquinha anterior e aceitar a ajuda da equipe, pois eles trabalham com seriedade e vi que passam bastante credibilidade, além da taxa ser menos prejudicial para a campanha", explica Hayêssa.

Em busca de realizar o sonho, a estudante conta a ajuda de pessoas que queiram ajudá-la a realizar o sonho de estudar em uma universidade dos EUA. Quem tiver interesse em participar da vaquinha, pode acessa o link https://sovaquinhaboa.com.br/bolsa-faculdade

Veja aqui as cartas de aceite da estudante nas universidades dos EUA.

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