Dia Mundial da Água

“Os rios do Maranhão sofrem muito com a poluição”, afirma bombeiro mergulhador

O tenente Diego Castro falou da profissão e sobre a necessidade de preservação das águas.

Neto Cordeiro/Imirante.com

Atualizada em 22/03/2023 às 10h46
Bombeiro mergulhador fala do trabalho e da necessidade de preservar rios e mares. (Foto: Arquivo Pessoal)

SÃO LUÍS – Ele trabalha no fundo dos mares e rios do Maranhão. Enfrenta perigos e lida com as dificuldades que o ambiente aquático pode oferecer. O tenente Diego Castro do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA), que é mergulhador de resgate, falou sobre sua profissão e das tristes condições das águas maranhenses nesta quarta-feira (22), Dia Mundia da Água.

Ao longo de sua carreira, ele confirmou as belezas naturais do Estado, mas lembra também que a poluição é um grande entrave e precisa ser combatida com mais firmeza.

“A água representa vida. A preservação dos rios e mares é essencial para que a manutenção da vida continue. Como mergulhador, eu venho observando que os rios do Maranhão sofrem muito com a poluição, além da devastação da vegetação, da mata ciliar, que vai causando o assoreamento de muitos rios. Isso vai favorecendo que muitos rios sofram com a seca e a poluição, tornando o rio inviável para atividades essenciais”, relata.

O vídeo abaixo mostra um trecho do treinamento de mergulhadores de resgate do CBMMA, em que fazem a reflutuação de um automóvel, mostrando como se dá a recuperação de bens nas profundezas.

“O trabalho do mergulhador do Corpo de Bombeiros se resume em busca de bens ou de corpos desaparecidos em meio aquático, seja no ambiente marinho, seja em águas doces. A atuação do Corpo de Bombeiros é, em último caso, fazer a busca do corpo para que a família faça um velório e enterro digno. Existem técnicas para fazer a varredura e encontrar o corpo desaparecido. Também buscamos material desaparecido de uma empresa”, detalha o tenente.

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Falando um pouco mais do trabalho, seja na água doce ou salgada, o mergulhador dos bombeiros acaba indo a um ambiente onde muita gente não consegue ir, segundo conta o tenente Castro. “Nem mesmo um mergulhador recreativo consegue ir a um ambiente em que um mergulhador de resgate do Corpo de Bombeiros consegue ir. Adentramos a um local de grande risco, mas que com a técnica e segurança que utilizamos, conseguimos exercer a atividade”, ressalta.

Ele também acrescenta que há pouca diferença entre mergulhar no mar ou no rio. “O problema está nas buscas, pois na água salgada o movimento das águas influencia, quando ela enche, quando ela vaza. O mergulhador acaba tendo uma certa dificuldade em manter uma varredura em certo local. Na água doce não, muitas vezes, a corrente do rio é utilizada para que a gente possa fazer a varredura e acaba facilitando para a busca de um bem ou de um corpo”, explica.

Um salvamento de uma criança na orla de São Luís foi um dos momentos mais marcantes de sua jornada em resgates, conforme relata o bombeiro. “Um salvamento que me marcou bastante foi de uma criança que estava se afogando lá na praia do Calhau, pois a criança já estava a uns 200 metros da faixa de areia quando a gente recebeu o socorro. Foi um movimento sutil que surgiu na água, acho que com a ponta dos dedos, eu mergulhei - um mergulho livre, sem equipamento algum -, e puxei a criança pelo cabelo”. A vítima foi resgatada, se recuperou e agradeceu à equipe com um forte abraço. “Isso é gratificante pra todos nós”, revela o mergulhador.

No Corpo de Bombeiro Militar, há um curso específico para o militar, que o qualifica para ser mergulhador de resgate. Além do curso, também são realizados exames médicos.

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