Arthur Lira defende autonomia do BC, e diz que deputados são contra mudanças na lei
A declaração foi dada durante entrevista em Cascavel (PR). Lira disse ainda que 'tanto faz' Coaf ficar na alçada do BC ou do Ministério da Fazenda.
BRASÍLIA- Nesta quinta-feira (9), Arthur Lira defendeu a autonomia do Banco Central, na avaliação dele se trata de uma “marca mundial”. O Presidente da Câmara disse ainda que a maioria dos deputados é contra mudança na lei que rege a instituição. A lei de autonomia do Banco Central foi aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo então presidente Jair Bolsonaro, e tem o objetivo blindar a instituição de pressões político-partidárias.
Arthur Lira deu a declaração durante entrevista em Cascavel (PR) onde participou de uma feira agropecuária. O deputado alagoano afirmou também que a maioria da Câmara é contra uma mudança na legislação que rege a instituição. "O Banco Central independente é uma marca mundial", afirmou Lira.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem feito uma série de críticas ao banco nas últimas semanas. Questionando o Comitê de Política Monetária (Copom) do órgão e ao presidente Roberto Campos Neto. O petista também já chamou de "bobagem" a independência do BC. Para Lula, o país terá dificuldades de crescer com a atual taxa básica de juros, mantida em 13,75% pelo Copom na semana passada.
Economistas avaliam que a redução dos juros, para não piorar a inflação, deve ser acompanhada de melhorias na economia. O governo precisa dar sinais positivos ao mercado e aos investidores, por exemplo, garantindo responsabilidade fiscal e segurança jurídica.
Coaf
Durante a entrevista, Lira também foi questionado sobre a situação do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
O Coaf é uma unidade de inteligência financeira do governo federal que atua principalmente na prevenção e no combate à lavagem de dinheiro, crime que consiste na prática de disfarçar dinheiro de origem ilícita.
Na gestão Jair Bolsonaro, o órgão integrava a estrutura do Banco Central. No início do governo, Lula editou medida provisória, colocando o órgão sob a supervisão do Ministério da Fazenda, pasta chefiada por Fernando Haddad.
Um movimento, capitaneado pelo senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e pelo deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR), defende a volta do órgão para o Banco Central.
Para Arthur Lira, "tanto faz" a localização do Coaf, desde que a atuação seja estritamente técnica. "O Coaf é um órgão técnico, que tem que ir atrás de operações irregulares, não atrás de pessoas. Seguindo o rito do que ele tem que se dispor a fazer, tanto faz, no meu ponto de vista, ele ficar no Banco Central como no Ministério da Economia", declarou.
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