MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS

Portos do Itaqui e de Ponta da Madeira se destacam no 1º semestre

Porto público maranhense registrou crescimento de 1,6% e terminal privado da Vale movimentou 74,1 milhões de toneladas.

Imirante.com

Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís, foi a instalação que mais movimentou cargas em 2022 (Divulgação)

SÃO LUÍS - Os portos maranhenses de Itaqui e de Ponta da Madeira se destacaram no primeiro semestre deste ano, de acordo com o levantamento realizado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). O primeiro, que é público, por ter registrado variação positiva na movimentação de cargas, e o segundo, da empresa Vale, por ter movimentado mais carga entre os terminais privados. 

Os dados da Antaq mostram que em relação aos terminais públicos, o Porto do Itaqui movimentou 15,7 milhões de toneladas no primeiro semestre, incremento de 1,6%, ficando atrás em termos de variação somente do Porto de Santos, que cresceu 5,6% no período, para uma movimentação de 62,6 milhões de toneladas. 

Em relação aos terminais de uso privado (TUPs), o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira (MA) foi a instalação que mais movimentou em 2022, com 74,1 milhões de toneladas (- 10,8%). O Terminal de Tubarão (ES) ficou em segundo lugar, com 31,5 milhões de toneladas (+11,3%). Em terceiro, aparece o Terminal Aquaviário de Angra dos Reis (RJ). A instalação carioca movimentou 30,1 milhões de toneladas (-14,4%).

De um modo geral, no primeiro semestre de 2022, o setor portuário brasileiro, formado pelos portos públicos e terminais privados, movimentou 581,3 milhões de toneladas. O volume é 3,3% menor do que o registrado no primeiro semestre de 2021, de acordo com a Antaq. 

Em relação aos perfis de carga, o destaque foi para carga geral, que teve crescimento na movimentação de 18,6%, influenciado principalmente pelo aumento da demanda da celulose (27%) e Ferro/Aço (+4%). Granel sólido e granel líquido registraram variação negativa devido a menor demanda internacional de minério de ferro, soja e petróleo. Já a queda nos contêineres de Longo Curso (5%, em TEU) se deve pelo cenário internacional de retração do comércio, refletindo-se no Brasil em queda na exportação e importação de mercadorias em portos, em volumes movimentados.

A menor demanda por parte da China, explicada pelo fechamento dos portos devido à pandemia de Covid-19, e outros fatores afetaram as exportações de algumas commodities brasileiras. Por outro lado, a 2ª safra do milho projeta uma produção recorde da commodity e deve puxar alta de granel agrícola a ser movimentado em portos nos próximos seis meses do ano.

A Antaq prevê crescimento na movimentação portuária no segundo semestre de 2022, sendo estimado um volume de 631 milhões de toneladas – alta de 2,9% em relação ao segundo semestre do último ano. Contudo, os números projetados para o fim do ano mostram estabilidade da movimentação anual em comparação com 2021, totalizando o ano com 1.212 milhões de toneladas movimentadas, quase igualando com o último ano – 1.214 milhões (recorde nacional do setor).

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Balança comercial

Tanto as exportações quanto importações vêm crescendo, em valor monetário, no primeiro semestre dos últimos anos e, com isso, o Brasil mantém o saldo positivo na balança comercial desde 2016. Em 2022, as exportações registram US$ 164,3 bilhões e as importações US$ 129,8 bilhões. No caso das exportações, o resultado está relacionado ao aumento dos preços da soja e do petróleo, mesmo ambos terem apresentado queda na movimentação. Já nas importações, os fertilizantes apresentaram alta, afetada pela maior movimentação, mas principalmente pelo preço.

Navegações

Desde 2015, a Navegação Interior vem apresentando elevações bem acima das outras navegações e, na comparação com 2010, já teve crescimento de 156%. Entre janeiro e junho, a movimentação foi de 40,8 milhões de toneladas, que resultado em alta de 6,8%.

A navegação de longo curso movimentou 398,3 milhões de toneladas no período. O número representou queda de 4,8% em relação a 2021. Os dados da ANTAQ mostram a China (47%) e os Estados Unidos (5%) são os principais parceiros comerciais do Brasil nas exportações. Nas importações, os principais parceiros comerciais são os Estados Unidos (24%), China (11%), Rússia (8%) e Argentina (6%).

Já a navegação de cabotagem movimentou 140,6 milhões de toneladas nos seis primeiros meses deste ano. O transporte de contêineres por cabotagem registrou alta de 2,9% (1,8 milhões de TEU). As principais mercadorias movimentadas foram: plásticos (+6,9%), arroz (+9,2%) e máquinas e materiais elétricos (+23,7%).

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