Dia Mundial da Água

Saneamento básico: São Luís está entre as 20 cidades do país com piores serviços

Em São Luís, mais de 80% da população tem acesso à água tratada, segundo dados coletados pelo Instituto Trata Brasil.

Imirante.com

Atualizada em 26/03/2022 às 18h01
Relatório mostra posição preocupante da capital maranhense no quesito saneamento básico. (Foto: Divulgação / Prefeitura de São Luís )

SÃO LUÍS – A capital maranhense aparece entre as 20 cidades do país com piores serviços de saneamento básico, segundo o relatório do Instituto Trata Brasil. A nova edição do estudo aborda os indicadores de água e esgoto nas 100 maiores cidades do país com base nos dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) – ano base 2019, divulgado pelo Ministério das Cidades.

O novo ranking confirma que o país mantém sem serviços de água tratada quase 35 milhões de habitantes, sendo 5,5 milhões nas 100 maiores cidades. O Brasil tem aproximadamente 100 milhões de pessoas sem acesso à coleta de esgotos, sendo 21,7 milhões nesses maiores municípios.

Em 89 cidades, mais de 80% da população possui atendimento de água potável. São Luís aparece na pesquisa com 83,25% da população com acesso ao precioso líquido. A água, tão essencial para a vida, é também importante fator no combate ao coronavírus na hora da higienização das mãos. Quantas vezes fomos advertidos sobre a necessidade de lavar as mãos com água e sabão, não é mesmo? Hoje, 22 de março, é celebrado o Dia Mundial da Água, e a pesquisa vem mostrar um cenário preocupante.

Enquanto o Brasil perde 39% da água potável produzida (para cada 100 litros de água produzida no país, 39 não chegam formalmente a nenhuma moradia), o indicador para as 100 maiores cidades é 4 p.p. abaixo, ou seja, 35,66%. 79 dos 100 municípios perdem acima de 30% da água, com destaque para 7 deles com índices acima de 60%. Estas perdas são, na maioria das vezes, devido a vazamentos, furtos, roubos ou erros de medição. Em São Luís, 63,78% da água é perdida.

Pela primeira vez no Ranking do Saneamento, o índice de perdas volumétricas passa a ser considerado e ele avalia a quantidade de litros de água perdidas por dia por ligação. Não necessariamente esse indicador tem ligação com o índice de perdas na distribuição porque o cálculo incorpora o volume de perdas ao número de ramais de ligações de água dos usuários. São Luís perde 1.034,44 litros por ligação/dia.

Um grande desafio da capital está relacionado à coleta de esgoto. Um pouco mais da metade das cidades estudadas apresentaram indicadores superiores a 80% da população com coleta de esgotos, contudo, 35 grandes cidades apresentaram indicadores inferiores a 60%. Como São Luís, onde 49,65% da população é atendida por este serviço.

Somente 23 cidades brasileiras tratam mais de 80% do esgoto gerado, e este é o indicador mais desafiador até mesmo para os grandes municípios. São Luís atingiu apenas 22,23%.

O Imirante.com aguarda posicionamento da Companhia de Saneamento Básico (Caema) e da Prefeitura de São Luís sobre a questão.

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Ranking do Saneamento Básico - 20 piores cidades:

1 Macapá (AP)
2 Porto Velho (RO)
3Santarém (PA)
4 Rio Branco (AC)
5 Belém (PA)
6 Ananindeua (PA)
7 São Gonçalo (RJ)
8 Várzea Grande (MT)
9 Gravataí (RS)
10 Maceió (AL)
11 Duque de Caxias (RJ)
12 Manaus (AM)
13 Jaboatão dos Guararapes (PE)
14 São João de Meriti (RJ)
15 Cariacica (RJ)
16 São Luís (MA)
17 Teresina (PI)
18 Recife (PE)
19 Belford Roxo (RJ)
20 Canoas (RS)

Desde 2009, o Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados, divulga o Ranking do Saneamento Básico. Nesse ano de 2021, o Instituto Trata Brasil consultou entidades do setor, autoridades, empresas operadoras e ONGs para aperfeiçoar a metodologia do Ranking. Desta vez, foram consultadas mais de 20 entidades em três meses de reuniões e consultas. Entre os consultados tivemos também técnicos da ANA, Ministério do Desenvolvimento Regional e até do Ministério da Saúde. Com isso, esse Ranking incorpora nova metodologia, o que deve ser considerado na hora de comparar a colocação das cidades com anos anteriores.
No Relatório Completo nesta página é possível entender a metodologia adotada.

Saneamento Básico no Maranhão

Os índices de saneamento no Maranhão avançaram, segundo informações do site do Governo do Maranhão. É o que evidencia o Diagnóstico SNIS de 2021, relatório publicado pelo Sistema Nacional de Informações de Saneamento (SNIS), e que tem o ano de 2020 como referência. O percentual de atendimento urbano de água no Estado saltou para 76,29% e o de coleta de esgoto alcançou 32,49%, resultado dos investimentos realizados pelo Governo do Maranhão, por meio da Caema.

Para melhoria dos índices de esgotamento sanitário, o governo implantou mais de 50 km de rede coletora de esgoto em São Luís: na Avenida Mario Andreazza, no Cohajap, na Avenida Litorânea, e nas bacias dos rios Claro e Pimenta. Foram também concluídas novas Estações Elevatórias de Esgoto como a do Canaã e do Rio Claro e realizadas melhorias nos sistemas existentes com reformas estruturais e substituição de equipamentos nas Estações Elevatórias de Esgoto do Iemanjá, Pimenta I, Ponta da Areia, Calhau I, Calhau II e Cohajap.

Ainda em 2022, está prevista a entrega do Sistema Anil, em São Luís, com a ampliação da rede coletora na Vila Conceição e intervenções no esgotamento sanitário no São Francisco e Renascença, somando mais de R$ 80 milhões em investimentos.

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