E a muriçoca?

Infestação de muriçocas em São Luís: biólogo explica causa e quais os riscos para a saúde

Nas redes sociais, a infestação de muriçocas em São Luís é bastante comentada.

Adriano Soares / Imirante.com

Atualizada em 26/03/2022 às 18h34
Muriçocas têm tirado o sossego dos ludovicenses. (Foto: Divulgação)

SÃO LUÍS – Uma infestação de muriçocas tem incomodado moradores de São Luís nos últimos dias. Em praticamente todos os bairros da capital, há registro de ataque dos insetos, principalmente no período da noite.

Nas redes sociais, a infestação e ataque de muriçocas em São Luís é bastante comentada. Ao Imirante.com, o doutor em Ciências Biológicas e professor do departamento de Biologia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Macário Rabêlo, explica que a chegada do período chuvoso na capital é o principal motivo do aparecimento da grande quantidade de muriçocas por causa do acúmulo de água em determinados locais.

“Como os mosquitos, de modo geral, são insetos aquáticos, então é natural que no início do período chuvoso, devido ao surgimento de vários criadouros de coleção de água, os mosquitos se desenvolvam”, explica o professor.

Ainda segundo o doutor em Ciências Biológicas, a infestação de muriçocas na capital é algo passageiro. Macário Rabêlo conta que pico da infestação é quando as chuvas são mais intensas, como as registradas nos últimos dias.

“Se este ano for de muita chuva, e elas se intensificarem agora nos meses de janeiro e fevereiro, posteriormente esses criadouros se desestabilizam por conta das enxurradas, diminuindo a proliferação dos mosquitos, pelo menos em determinadas áreas. Já naquelas áreas que não sofrem tanto com as enxurradas, a infestação continua”, afirma Macário.

O professor do departamento de Biologia da UFMA também explica que a presença do mosquito ocorre o ano inteiro e que vários deles se criam no ambiente doméstico porque tem água acumulada em baldes, tanques e tonéis, mas com uma frequência baixa. Porém, quando chega o período chuvoso, os criadouros se formam nas ruas, em terrenos baldio, pequenos riachos e valas e a infestação é maior.

Riscos para a saúde

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O doutor em Ciências Biológicas explica também que as muriçocas podem, em alguns casos, transmitir a elefantíase, que é uma doença causada por um parasita transmitido pela picada de um mosquito, levando a uma inflamação no sistema linfático, fazendo com que o paciente desenvolva um grande inchaço (também conhecido como edema) em seus membros e em pontos como os seios e a bolsa escrotal.

“A muriçoca perturba muito o repouso das pessoas. O macho faz um zumbido irritante, e a fêmea pica. A fêmea pode transmitir alguns patógenos, mas a principal doença que a muriçoca transmite é a elefantíase, um tipo de filariose. Em São Luís e todo o Maranhão essa doença ela não é tão comum”, diz o professor da UFMA.

Proteção

Uma das formas das pessoas se prevenirem contra a picada das muriçocas é fazendo o uso de repelente. A dica é passar o produto em todas as áreas expostas, não esquecendo do rosto, dorso das mãos e também as orelhas. Uma outra recomendação é fazer um repelente caseiro, colocando uma pedrinha de cânfora dentro de uma embalagem de álcool e pulverizar nas áreas expostas.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de São Luís afirmou que tem intensificado as ações de borrifação via carros fumacê para combater a infestação.

Leia a nota na íntegra:

A Secretaria Municipal de Saúde (Semus) informa que tem intensificado as ações de borrifação via carros fumacê para combater a infestação do mosquito Culex (muriçoca). A Semus ressalta que possui veículos em vários bairros, divididos por distritos e em horários pré-estabelecidos pela Coordenadoria da Vigilância Epidemiológica e Sanitária. Além disso, a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp) já ampliou os trabalhos de limpeza de valas e galerias que são locais propícios para o aparecimento do mosquito. Em paralelo à estas ações, a Semus orienta os agentes de saúde para que, durante as visitas domiciliares, reforcem com os moradores o pedido de limpeza de tanques, caixas d´água e recipientes que podem vir a ser criadouros do mosquito Culex e do Aedes, este último causador da dengue e de outras enfermidades.

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