Covid-19

Carlos Lula critica ministro da Saúde: "Papagaio de pirata do presidente"

Secretário de Saúde do Maranhão e presidente do Conass pediu unidade de conduta e coerência.

Gilberto Léda

Atualizada em 26/03/2022 às 18h49
Carlos Lula diz que será difícil conter manifestações populares no Carnaval (Foto: Reprodução/TV Mirante)

SÃO LUÍS - O secretário de Saúde do Maranhão e presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, Carlos Lula (PSB), fez uma dura crítica ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

Em entrevista a O Globo, ele reclamou que o Ministério da Saúde tem atuado como uma espécie de "papagaio de pirata" do presidente Jair Bolsonaro.

"O ministério virou papagaio de pirata do presidente, eles repetem o que o presidente diz. Ele diz que é contra o carnaval, eles repetem. O presidente é contra o passaporte vacinal e o ministério se diz contra também. Não tem sentido. Temos que agir numa conduta só e ter coerência no que falamos", disse.

Ele reclamou da postura da pasta também em relação ao debate a respeito do passaporte vacinal.

"A postura do ministério é muito ruim, como no caso da frase 'é melhor perder a vida do que a liberdade', sobre o passaporte sanitário. Depois, a adoção dele ter sido decidida pelo Supremo é muito ruim. O ministério poderia ser uma engrenagem para facilitar a vigilância e o cuidado, e acaba sendo alguém para criar mais confusão. A gente vê na figura do presidente alguém que potencializa esse problema. A gente entra nessa disputa que gasta energia e não resolve. Poderíamos ter adotado outra postura com a Ômicron, até por reciprocidade em relação a países que exigem certas condutas dos brasileiros. Muitas vezes me parece que o governo está pedindo a suprema humilhação. Era uma medida que podia ter sido adotada sem decisão judicial. Temos movimentos antivacina no mundo inteiro, mas a figura do presidente é paradigmática. Se ele, que é a maior autoridade da República, duvida, por que alguém do povo não pode duvidar?", completou.

Carnaval - Segundo Lula, não deve haver Carnaval estimulado pelo Estado, mas será difícil conter a festa organizada pela população.

"Tendo ou não proibição, vai ter carnaval. É muito difícil conter esse público. O que não podemos ter é o carnaval estimulado pelo Estado. O nosso ponto é o Estado não estimular essa conduta, mas é muito ruim quando não há uma união de discurso", declarou.

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