Saúde

Casas de apoio a pessoas em tratamento de saúde enfrentam dificuldades para se manterem em São Luís

Para muitos pacientes e acompanhantes, o atendimento em casas de apoio é a única opção para hospedagem durante o tratamento.

Imirante.com, com informações da TV Mirante

Atualizada em 27/03/2022 às 11h02
Sede do Instituto Maranhense Amigos da Vida (Imav), em São Luís. (Foto: Reprodução / TV Mirante)

SÃO LUÍS - Os hospitais de São Luís atendem pacientes de várias cidades do Maranhão, que buscam na capital serviços não disponíveis nos municípios. Para muitos pacientes e acompanhantes deles, o atendimento em casas de apoio é a única opção para hospedagem durante o tratamento. Mas a pandemia provocou queda nas doações, e algumas dessas casas - mantidas por voluntários - estão em dificuldades para se manterem.

Uma dessas pessoas é Elizângela, que há dois anos faz tratamento de saúde em São Luís e a cada consulta ou exame é preciso se deslocar trezentos e cinquenta quilômetros de Santa Quitéria até a capital. Sem ter onde ficar, ela procurou um abrigo que acolhe pacientes do interior do Estado em tratamento.

“A dificuldade é muito grande pra gente chegar até aqui e eu agradeço muito a Deus por ter providenciado essa casa de apoio, não só pra mim, mas pra muitas pessoas. Às vezes você quer ir pro hospital e você não saber aonde você vai, como vai, mas sempre tem alguém aqui que já foi e já leva você. Então, aqui é uma irmandade”, afirma a dona de casa Elizângela Carvalho.

Instituto Maranhense Amigos da Vida

É em uma casa alugada na rua Azul, no Centro de São Luís, que o Instituto Maranhense Amigos da Vida (IMAV), fundado em 15 de dezembro de 2017, recebe os pacientes em tratamento, na capital. A instituição social beneficente não possui vínculo político/partidário e presta serviço de acolhimento em tempo integral a pacientes do interior do Estado, que chegam na capital para tratamentos de saúde e não possuem condições para se manter (moradia temporária e alimentação).

Cerca de 30 pessoas são acolhidas no local e, além de alimentação e hospedagem, elas também recebem apoio psicológico. A psicóloga Ana Catarina Muniz é profissional voluntária na causa, porque a instituição não tem condições de pagar pelo serviço.

“Nós temos a intenção de oferecer um suporte emocional, um acolhimento tanto para os pacientes, como para os acompanhantes. Para que essa pessoa consiga lidar com esse sofrimento, com essa situação que ele tá passando. É muito importante que a casa receba doações pra que a gente possa permanecer com nosso trabalho e acolhendo as pessoas. A casa não pode fechar, porque ela ajuda muitas pessoas dos municípios do Maranhão”, explicou a psicóloga Ana Catarina Muniz.

Atualmente, o IMAV passa por dificuldades para se manter, pois precisa de patrocínio e doações para continuar prestando serviços de acolhimento, alimentação, hospedagem, acompanhamento hospitalar, marcação de consultas e exames, atendimento psicológico, entre outros.

Na casa de apoio, os efeitos das poucas doações já são visíveis. Na dispensa, o que ainda resta de alimento para ser preparado para quem precisa do abrigo. Os equipamentos eletrônicos estão fora da tomada, porque a energia elétrica foi cortada, pois tem dois meses que ela não é paga. A conta de água também está em atraso, assim como o aluguel do imóvel.

O instituto ainda está de portas abertas, porque são os próprios voluntários e pacientes que fazem vaquinhas para manter o mínimo em funcionamento. Mas quase nunca dá pra fechar as contas.
“Antes da pandemia a gente tinha nossos eventos beneficentes, todo mês era em média dois eventos e dava pra manter, mas devido a pandemia, não conseguimos mais fazer evento nenhum. As doações não estão chegando, já buscamos ajuda nos órgãos públicos, mas até agora não chegou. Os próprios pacientes estão tendo que fazer colaborações pra manter, pelo menos na alimentação”, destaca Vandro Valverde, fundador do Instituto Maranhense Amigos da Vida.

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Para saber mais sobre a casa e ajudar o local a se manter, é só entrar em contato pelos telefones: (98) 98486-9009 / (98) 32610762.

Casa Acolhida Frei Rogério

A Casa Acolhida Frei Rogério, mais conhecida como ‘Cantinho do Céu’, também é uma casa de apoio e acolhimento. A casa oferece apoio e acolhimento para acompanhantes de pacientes que aguardam procedimento cirúrgico no Hospital de Urgência e Emergência Dr. Clementino Moura (Socorrão II). O projeto surgiu depois que Maria visitou o pai internado no Hospital Municipal Djalma Marques (Socorrão I) e percebeu quantos acompanhantes de pacientes não tinham onde ficar.

“Eu encontrei uma senhora de Santa Luzia do Tide, que estava há dois meses com o filho internado na UTI do Socorrão, grávida de três meses. Aquela situação me comoveu muito, porque ela dizia p seguinte, que fome ela já era acostumada a passar, o que mais fazia ela sofrer era a saudade dos filhos menores e a falta de um local para tomar banho e dormir. Foi a partir desse momento que surgiu a necessidade da Casa de Acolhida Frei Rogério”, contou Maria Alves Martins Socorro, presidente da Casa.

Casa Acolhida Frei Rogério, em São Luís. (Foto: Reprodução / TV Mirante)

No começo, sem verbas para construir ou alugar um local, a fundadora contou com a ajuda de amigas da igreja. O ‘Cantinho do Céu’ funciona há dez anos na rua Cururupu, no Jardim Lisboa, na região da Cidade Operária, em São Luís. O local, que fica perto do Socorrão II, presta serviços de hospedagem, alimentação e palestras, além da assistência aos acompanhantes de pacientes que vêm do interior e não sabem andar pela cidade.

Com o início da pandemia, a casa de apoio passou por dificuldades, mas não deixou de acolher os acompanhantes um dia sequer.

Agora, para se manter, a instituição também precisa de doações. Uma vaquinha virtual foi criada para tentar driblar a situação financeira. O dinheiro deve ajudar a comprar a sede da Acolhida Frei Rogério, que ainda é alugada. Além de uma vaquinha virtual, a instituição realiza venda de rifas, brechó e feijoada.

“Os herdeiros dela resolveram colocar a casa à venda e nós não tínhamos um centavo de reserva. Então, conversando em casa, meus netos sugeriram que a gente fizesse uma vaquinha”, explicou Benedita Barbosa Moreira, presidente do conselho fiscal da Casa. Quem precisa de casas de acolhimento sabe bem da importância desse tipo de projeto.

“Nunca passou pela minha cabeça de um dia vir para o Socorrão e ter essa casa aqui que é uma benção pra nós, pra todo mundo que é acolhido aqui e ter essas mulheres guerreiras, heroínas, mulheres de Deus que tomam conta aqui e que acolhem a gente”, destacou Maria Moraes Batista, hóspede da Casa.
Para saber mais sobre a casa e ajudar o local a se manter, é só entrar em contato pelos telefones: (98) 98463-6581 / (98) 99985-8495.

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