Indiano é internado em hospital de São Luís com Covid-19; ele é tripulante de um navio que está em quarentena no litoral maranhense
Segundo a SES, o indiano é um homem de 54 anos, que está internado. A Índia é líder mundial em número diário médio de novas mortes por covid, e a variante identificada no país está sendo classificada como digna de preocupação global.
SÃO LUÍS - A Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão (SES-MA) informou, na noite desse sábado (15), que um indiano, tripulante do navio “MV SHANDONG DA ZHI”, deu entrada em um hospital da rede privada de São Luís, com sintomas da Covid-19. A SES afirma que tomou conhecimento do fato após ser informada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do governo federal.
"O paciente testou positivo para Covid-19 por meio de exame PCR, e a amostra coletada foi encaminhada ao LACEN/MA para posterior envio ao Instituto Evandro Chagas, que realizará sequenciamento genômico", informou a SES, por meio de nota.
Segundo o relatório repassado pela Anvisa ao governo do Estado, o indiano é um homem de 54 anos, que está internado. Ele começou a sentir os sintomas da covid no dia 4 de maio, apresentando febre.
Apesar dos procedimentos médicos terem sido realizados, os sintomas persistiram. Diante do quadro de saúde do tripulante, ele foi levado ao hospital na última sexta-fera (13). De acordo com a SES, a remoção do paciente foi realizada por meio de helicóptero, por determinação médica.
A Índia é a líder mundial em número diário médio de novas mortes por coronavírus e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a variante do novo coronavírus identificada no país está sendo classificada como digna de preocupação global, pois ela se dissemina mais facilmente.
A SES foi informada, ainda, pela Anvisa que o navio em que o indiano estava encontra-se em quarentena (área de fundeio) no litoral maranhense, para isolamento dos demais tripulantes.
A SES foi notificado pela Anvisa para que siga tudo o que é determinado pelo protocolo sanitário, devendo fazer a coleta de exame de teste de Covid, o PCR, em toda a tripulação. De acordo com Secretaria Estadual de Saúde, o procedimento já está sendo realizado.
De acordo a Secretaria, ela segue acompanhando o caso, sob coordenação da Anvisa.
Covid-19 na Índia*
A pandemia de covid-19 na Índia apresenta poucos sinais de abrandamento. Segundo informações divulgadas pela Agência Brasil, na última terça-feira (11), a média semanal de casos da doença teve nova alta, e autoridades de saúde internacionais alertaram que a variante do país representa perigo global.
O número diário de casos de covid-19 na Índia cresceu em 329.942, e as mortes pela doença aumentaram em 3.876, de acordo com o Ministério da Saúde. O total de infecções pelo novo coronavírus no país está agora em 22,99 milhões e o total de mortes subiu para 249.992.
A Índia é a líder mundial em número diário médio de novas mortes relatadas, respondendo por um de cada três óbitos anunciados a cada dia no mundo, segundo contagem da Reuters. A média de sete dias de novos casos teve alta recorde de 390.995.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que a variante do novo coronavírus identificada primeiramente no país no ano passado está sendo classificada como digna de preocupação global, e estudos preliminares mostram que ela se dissemina mais facilmente.
"Nós a classificamos como uma variante preocupante em nível global", disse Maria Van Kerkhove, autoridade técnica da OMS em Covid-19, em entrevista coletiva. "Existe alguma informação disponível que indica uma transmissibilidade acentuada."
Nações de todo o mundo enviam cilindros de oxigênio e outros equipamentos médicos para aliviar a crise indiana, mas muitos hospitais do país estão sofrendo com a escassez de equipamentos que salvam vidas.
Onze pessoas morreram na noite dessa segunda-feira (10) em um hospital governamental de Tirupati, cidade de Andhra Pradesh, um estado do sul, devido ao atraso na chegada de um caminhão-tanque com oxigênio, disse uma autoridade do governo.
"Houve problemas com a pressão do oxigênio devido à baixa disponibilidade. Tudo aconteceu em um intervalo de cinco minutos", informou M Harinarayan, principal autoridade do distrito, na noite de ontem, acrescentando que agora o hospital SVR Ruia tem oxigênio suficiente.
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Dezesseis membros de departamentos e vários professores e funcionários aposentados que estavam morando no campus da Universidade Muçulmana Aligarh, uma das mais prestigiadas da Índia, morreram de covid-19, informou a escola.
Dezenas de corpos apareceram às margens do Rio Ganges à medida que os indianos não conseguem lidar com as cremações de quase 4 mil pessoas que morrem a cada dia devido à pandemia de covid-19 no país.
As zonas rurais da Índia não só têm cuidados de saúde mais rudimentares, como também estão ficando sem lenha para as cremações tradicionais hindus.
Autoridades disseram nessa terça-feira (11) que investigam a descoberta de dezenas de corpos encontrados flutuando pelo Rio Ganges em dois estados separados.
"No momento, é muito difícil para nós dizer de onde vieram esses corpos", disse o M.P. Singh, autoridade do governo na cidade de Ghazipur, em Uttar Pradesh, na Índia.
Akhand Pratap, morador local, disse que "as pessoas estão mergulhando corpos no sagrado Rio Ganges em vez de cremar por falta de madeira para cremação".
Mesmo na capital, Nova Delhi, muitas vítimas da covid-19 são abandonadas por seus parentes após a cremação, deixando voluntários para lavar as cinzas, rezar sobre elas e depois dispersá-las no rio, na cidade sagrada de Haridwar, a 180 quilômetros de distância.
"Nossa organização recolhe esses restos mortais de todos os crematórios e realiza os últimos rituais em Haridwar, para que eles possam alcançar a salvação", disse Ashish Kashyap, um voluntário da instituição de caridade Shri Deodhan Sewa Samiti.
Para piorar a situação dos hospitais, o governo indiano orientou os médicos a procurarem sinais de mucormicose, ou "fungo negro", em pacientes de covid-19, já que centros de saúde relatam um aumento de casos dessa infecção rara, mas que mata.
Governo proíbe entrada de estrangeiros em voos provenientes da Índia*
O governo federal publicou na noite de sexta-feira (14) uma portaria que proíbe temporariamente a entrada no país de passageiros estrangeiros de voos com origem ou passagem pela Índia, pelo Reino Unido, pela Irlanda do Norte e pela África do Sul.
O texto é assinado pelos ministros Marcelo Queiroga (Saúde), Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil) e Anderson Torres (Justiça e Segurança Pública) e foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). Um dos motivos alegados na portaria é o impacto epidemiológico das novas variantes do coronavírus identificadas justamente nesses países. A Índia, por exemplo, vive um agravamento da pandemia, com cerca de 4 mil mortes diárias e centenas de milhares de novos contaminados a cada dia.
O Brasil já havia proibido voos do Reino Unido, da Irlanda do Norte e da África do Sul no final do ano passado e em janeiro deste ano, mas é a primeira vez que a Índia sofre o mesmo tipo de restrição. A nova portaria restringe também a entrada de estrangeiros, de qualquer nacionalidade, por fronteiras terrestres e aquaviárias.
As restrições não se aplicam a brasileiro nato ou naturalizado; imigrante com residência de caráter definitivo no território brasileiro; profissional estrangeiro em missão a serviço de organismo internacional, desde que identificado; funcionário estrangeiro acreditado junto ao governo brasileiro; estrangeiro que tenha cônjuge, companheiro, filho, pai ou curador de brasileiro, ou que tenha ingresso autorizado especificamente pelo governo brasileiro ou portador de registro nacional migratório. O transporte de carga também não será afetado.
No caso de um estrangeiro que se enquadre nessas exceções, com origem ou histórico de passagem pelo Reino Unido, Irlanda do Norte, África do Sul e Índia nos últimos quatorze dias, ao ingressar no território brasileiro ele deverá permanecer em quarentena por quatorze dias.
Todos os viajantes internacionais que chegam ao Brasil ficam obrigados a apresentar à companhia aérea o exame RT-PCR com resultado negativo nas últimas 72 horas contadas do início do embarque no país de origem. Nestes casos, serão aceitos exames em português, espanhol ou inglês, que tenham sido realizados em laboratório reconhecido pela autoridade de saúde do país de embarque.
* As informações são da Agência Brasil.
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