Solidariedade

Ação da Cidadania envia 2 mil cestas básicas para o Maranhão

Além da capital São Luís, outros cinco municípios serão beneficiados, como Codó, Cururupu, Paço do Limiar, Serrano do Maranhão e Santa Rita.

Divulgação/Assessoria

Atualizada em 27/03/2022 às 11h03
Com o intuito de tentar minimizar a situação da fome na Bahia e também no Brasil, a Ação da Cidadania criou em fevereiro a campanha Brasil Sem Fome. (Foto: Divulgação)

SÃO LUÍS - Duas mil famílias no Maranhão serão beneficiadas com 20 toneladas de alimentos na próxima semana por meio de doações da Ação da Cidadania. Os municípios contemplados serão Codó, Cururupu, Paço do Limiar, Serrano do Maranhão e Santa Rita, além da capital São Luís.

Desde que a Ação da Cidadania lançou a campanha Brasil Sem Fome, outros estados do Norte e do Nordeste já receberam doações. No mês passado, 8 mil cestas chegaram ao Acre, Amazonas, Pará e Bahia. Na última semana, a capital baiana voltou a receber mais 10 toneladas de alimentos. A intenção da ONG é continuar sua missão de muitos anos - levar comida a milhões de brasileiros - mas principalmente agora, durante a crítica situação da pandemia. Apesar de todas as dificuldades impostas pela Covid-19, a Ação da Cidadania tem conseguido realizar suas ações, mas os recursos para comprar as cestas têm caído.

"Em 2020, comprávamos e distribuíamos perto de 80 mil cestas por mês. Agora, só conseguimos distribuir 8 mil cestas mês. Ou seja, estamos recebendo 10% do que recebíamos no ano passado", destaca Rodrigo "Kiko" Afonso, diretor executivo da Ação da Cidadania.

A pandemia da Covid-19 afetou a vida de dezenas de milhões de brasileiros, não apenas como um caso de saúde pública, mas também socioeconômico. O número de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza no Brasil já era crescente nos últimos anos e, após a instauração da quarentena, cresceu ainda mais rapidamente. Por conta desta situação, a Ação da Cidadania intensificou sua atuação na doação de alimentos e deu início, em fevereiro, à campanha do Brasil Sem Fome, que até o momento já auxiliou mais 48.000 brasileiros e brasileiras, distribuindo mais 12 mil cestas, já contando com as 2 mil no Maranhão.

"Mesmo com todo apoio da sociedade civil organizada, dezenas de milhões de brasileiros continuam sob ameaça de insegurança alimentar, já que a situação socioeconômica do país não melhorou em 2020 e tende a não melhorar nos próximos meses", diz Afonso. Diante do impasse - tanto da doença quanto do valor do auxílio emergencial, que acabou vindo bem abaixo referente ao ano passado - muitos brasileiros não conseguem pagar as contas e muito menos colocar comida na mesa.

Brasil sem Fome

Com o intuito de tentar minimizar a situação da fome na Bahia e também no Brasil, a Ação da Cidadania criou em fevereiro a campanha Brasil Sem Fome (https://www.brasilsemfome.org.br). Ela seguirá de forma contínua até julho na tentativa de ajudar ainda mais brasileiros, além da capital baiana.

Desde o ano passado, a ONG vem fazendo ações ininterruptas com o mesmo objetivo. As cestas entregues minimizam uma situação pontual - como a carência alimentar imediata - e ajudam a garantir condições mínimas de quem passa fome, mas é preciso muito mais.

"A Ação da Cidadania entende que essas doações vão ajudar a suprir a necessidade do momento, mas é necessário que os governos pensem em algo a longo prazo e desenvolvam políticas públicas mais eficientes para minimizar a situação caótica", completa o diretor executivo.

Dados de Insegurança alimentar no Maranhão

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Maranhão é o estado com maior percentual de pessoas sem acesso a alimentação. Por meio da pesquisa, foi constatado que quase 63% dos lares maranhenses vivem em situação de insegurança alimentar.

O estudo, que foi feito entre os anos de 2017-2018, mostrou que essa não foi a primeira vez que o Maranhão ficou em primeiro lugar nas estatísticas com mais de 1,4 milhão de pessoas que vivem sem alimentação adequada. Entre 2009 e 2013, o estado também ficou no topo do ranking ao sofrer o mesmo problema. Vale ressaltar que entram nessa conta os moradores com residências fixas. Estão de fora aqueles que vivem em situação de rua, o que poderia aumentar ainda mais o rastro da fome pelo país.

Dados da POF - Pesquisa de Orçamentos Familiares

A partir dos dados apontados pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Ação da Cidadania, preocupada com a situação, já apresentava informações de como tentar mudar esta realidade.

Segundo o estudo, mais de 10,3 milhões de pessoas já vivem em domicílios em que se observou privação severa de alimentos. Desde o ano passado, o Brasil já dava indícios que voltaria a fazer parte do Mapa da Fome. Dos 68,9 milhões de domicílios no país, 36,7% estavam com algum grau de insegurança alimentar, atingindo 84,9 milhões de pessoas. E a prevalência nacional de segurança alimentar caiu para 63,3%, em 2017-2018, alcançando seu patamar mais baixo.

Sobre a Ação da Cidadania

A Ação da Cidadania foi fundada em 1993 pelo sociólogo Herbert de Souza, conhecido como Betinho, com o intuito de combater a fome e a desigualdade socioeconômica em nosso país e ajudar os mais de 32 milhões de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza naquele ano. Desde sua criação, a ONG deu início a uma série de iniciativas, sendo o Natal Sem Fome a mais célebre delas. Após dez anos sem ser realizada, a campanha voltou em 2017 e, em 2020, ganhou força total para ajudar os agora dezenas de milhões de brasileiros que vivem abaixo da linha da pobreza, segundo dados do Cadastro Único do Governo Federal.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.