SÃO LUÍS – O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), informou, na manhã desta quarta-feira (17) que o governo assinou o contrato para a compra da vacina russa Sputnik, produzida pelo instituto russo Gamaleya em parceria com a farmacêutica brasileira União Química. A informação foi divulgada pelo governador no Twitter.
Segundo Flávio Dino, o Maranhão pretende adquirir 4.582.861 doses da vacina. A compra, a princípio, não teria a participação do Consórcio Nordeste. O contrato será enviado nesta quarta para a empresa russa, responsável pela fabricação do imunizante contra a Covid-19, e a expectativa é que a conclusão da compra e início das entregas das doses ao Maranhão seja em abril.
O governador destacou, também, que “o Maranhão reitera o compromisso com o Plano Nacional de Imunização (PNI), nos termos da lei. Assim, caso o Ministério da Saúde opte por assumir o contrato, não vamos nos opor. Caso não queira, vamos manter a compra”, disse por meio do Twitter.
Na última sexta-feira (12), o governador já havia sinalizado que pretendia comprar as doses da Sputnik, caso o Ministério da Saúde não comprasse a vacina.
Flávio Dino falou que havia a pretensão dos Estados do Nordeste em adquirir vacinas contra a Covid-19 diretamente dos fabricantes, mas ressaltou que era preciso ter uma forma legal de fazer isso, já que essa função cabe ao Ministério da Saúde. O governador destacou que, na última quinta (11), os nove governadores do Nordeste se reuniram com o, estão ministro da Saúde, Eduardo Pazzuelo, para falar sobre a possibilidade de comprar doses da vacina russa Sputnik.
“Nós dissemos que temos um pré-contrato com uma empresa russa, um acordo para compra dessas vacinas e questionamos se o Ministério da Saúde queria comprar as doses, a resposta foi que sim. Hoje está prevista a assinatura desse contrato pelo Ministério da Saúde. Caso o Ministério não efetue essas compras hoje, aí a decisão é que cada Estado vai fazer suas próprias compras de vacina”, afirmou Flávio Dino.
No mesmo dia (12 de março) em que o governador fez essa declaração, o Ministério da Saúde anunciou a compra de 10 milhões de doses da vacina Sputnik V. Segundo o Ministério, o contrato foi assinado, e as doses deverão ser disponibilizadas no primeiro semestre deste ano, sendo que devem ser entregues 400 mil doses até abril, 2 milhões até maio e 7,6 milhões em junho.
Na noite desse mesmo dia, os nove estados do Nordeste fecharam a compra de cerca de 37 milhões de doses da Sputnik V. O anúncio foi feito na sexta-feira (12) pelo governador da Bahia, Rui Costa.
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Já no dia 13 de março, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), que preside o consórcio Nordeste, informou que as 37 milhões de doses da Sputnik V, compradas pelo consórcio de governadores da Região Nordeste integrarão o Plano Nacional de Imunização (PNI), do Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com vídeo divulgado pela assessoria do governador, as doses do imunizante desenvolvido pelo Instituto Gamaleya, da Rússia, serão distribuídas para todo o país, a partir de abril. Ao Ministério da Saúde caberá o papel de interveniente no processo.
A Sputnik V ainda não tem autorização de uso emergencial concedida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Nesta quarta (17), a Anvisa deverá se reunir com representantes do laboratório União Química, que pretende produzir a vacina russa Sputnik V em território brasileiro para tratar do pedido de autorização de uso emergencial do imunizante, que estava paralisado há dois meses.
Sputnik V
A vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Rússia, a Sputnik V, revelou uma eficácia de 91,6% contra as formas sintomáticas da doença, segundo resultados publicados no dia 2 de fevereiro deste ano, na revista médica The Lancet e validados por especialistas independentes.
"O desenvolvimento da Sputnik V tem sido criticado pela sua precipitação, por ter saltado etapas e pela falta de transparência, mas os resultados são claros e o princípio científico dessa vacinação está demonstrado", estimaram dois especialistas britânicos, Ian Jones e Polly Roy, num comentário anexado ao estudo.
Isto "significa que uma vacina extra pode ser acrescentada à luta contra a covid-19", ressaltaram os dois investigadores, que não participaram no estudo.
Os primeiros resultados de eficácia verificados corroboram as afirmações iniciais da Rússia, recebidas ano passado com desconfiança pela comunidade científica internacional.
Estes dados parecem colocar a Sputnik V entre as vacinas com melhores desempenhos, como as da Pfizer/BioNTech, que anunciam uma eficácia de cerca de 95% mas utilizam, no entanto, uma tecnologia diferente (RNA mensageiro).
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