Superação

Conheça a história de superação do estudante Marcelo Reyner

Um acidente de trânsito, no dia do seu 18º aniversário, mudou a vida dele.

Daniel Moraes / Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h42
Marcelo, no centro, junto com amigos. Foto: Arquivo Pessoal

SÃO LUÍS - No dia do seu décimo oitavo aniversário, Marcelo Reyner sofreu um grave acidente de trânsito. Ele voltava de uma festa com dois amigos da faculdade (todos alcoolizados) quando o carro deles bateu na traseira de outro veículo - que, curiosamente, havia parado na pista para socorrer vítimas de um acidente. Marcelo estava no banco de trás e era o único que não usava cinto de segurança. Com o forte impacto, ele acabou fraturando duas vértebras da coluna. No hospital, Marcelo recebeu a notícia: ele nunca mais poderia andar, estava tetraplégico.

“Foi um choque para mim. Pelo diagnóstico dos médicos, eu poderia até ficar em estado vegetativo”, conta Marcelo. Apesar do baque que sentiu, ele precisou ser forte desde os primeiros momentos. “O choque maior foi o da minha mãe, ela sofreu muito, por isso eu tive que segurar a barra, fingir que estava tudo bem, mostrar que eu estava forte”, relata.

Foi um choque para mim. Pelo diagnóstico dos médicos, eu poderia até ficar em estado vegetativo.
Marcelo Reyner
Marcelo começou as sessões de fisioterapia imediatamente, já no leito do hospital. “Começar logo a fisioterapia foi muito importante para mim, porque os nervos e músculos atrofiam muito rápido, então, se você não faz nenhum exercício, acaba não tendo nenhuma evolução”, destaca.

Aprendizado

Os dois amigos que estavam com ele no momento do acidente nada sofreram. Eles eram vizinhos de Marcelo, mas, depois do ocorrido, se mudaram do bairro. “Acho que eles não conseguiram encarar. Foi daí que começou o aprendizado, de saber quem são os amigos de verdade”, relembra.

Marcelo em foto antes do acidente. Foto: Arquivo Pessoal

Os primeiros meses pós-acidente foram os mais difíceis. Marcelo precisava de auxílio para tudo, até para simples atividades cotidianas, como ficar sentado ou escovar os dentes. “Eu precisava usar uma cadeira adaptada, inclinada, porque eu não tinha controle de tronco”, conta.

Reclusão

Além de todas as dificuldades, Marcelo sentia vergonha da sua nova condição. “Eu tinha muita vergonha das pessoas, quando eu saia na porta de casa, achava que todo mundo estava me olhando, me criticando”, desabafa. Por isso, ele acabou se fechando dentro de casa por dois anos. “Fiquei dois anos mal, tentando entender o que tinha acontecido comigo, tentando aceitar”.

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Superação

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Eu decidi que não podia mais ficar em casa parado. Coloquei na minha cabeça que o mundo não tinha acabado, que eu precisava seguir com a minha vida.
Marcelo Reyner
Marcelo foi acompanhado por psicólogos, médicos e fisioterapeutas. Mas foi, principalmente, com a ajuda da família e dos amigos que ele conseguiu dar a volta por cima. “Eu decidi que não podia mais ficar em casa parado. Coloquei na minha cabeça que o mundo não tinha acabado, que eu precisava seguir com a minha vida”, diz. Ele tentou voltar para o curso de odontologia. Mas, segundo conta, teve os sonhos frustrados pelos professores. “Eles diziam que talvez eu não conseguisse continuar por causa da minha dificuldade no toque”. Mas, dessa vez, ele não se deixou abater e ingressou no curso de psicologia. “Essa decisão de retomar a minha vida foi muito importante para a minha recuperação, tanto física quanto mental”, destaca.

Vida nova

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Hoje, Marcelo está indo para o oitavo período de psicologia e conseguiu reconquistar a sua independência. “A minha vida mudou, mas eu já consegui me adaptar a essa nova realidade”, afirma. Depois de formado, ele pretende se especializar no tratamento de pessoas que sofreram traumas como o dele.

“Eu já consigo fazer as minhas atividades normalmente, certo que com algumas adaptações, mas consigo tocar a minha vida, tenho a minha vida social. E a mensagem que eu quero deixar para quem estiver passando pelo o que eu passei, é que não desista dos seus sonhos, se tiver um sonho corre atrás mesmo, não fique abatido, deprimido, porque se você não tomar a decisão de querer mudar, melhorar, ninguém poderá tomar por você. Então siga em frente, toque a sua vida, e acredite que amanhã vai ser melhor, sempre”, finaliza.

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