SÃO LUÍS – Na tarde desta quarta-feira (27), foi realizada uma entrevista coletiva com a Polícia Civil do Maranhão e a Secretaria de Transparência e Controle do Estado (STC) sobre a prisão de quatro pessoas suspeitas de desviar quase R$ 34 milhões da Universidade Virtual do Maranhão (Univima), durante a operação "Cayenne”.
Entenda o caso: Presos suspeitos de desviar R$ 34 milhões da Univima
Segundo o secretário da STC, Rodrigo Lago, as investigações sobre o esquema foram iniciadas no fim do ano passado, por meio de um processo de auditoria proposto pelo Ministério Público do Maranhão (MP-MA), o qual recebeu informações de enriquecimento ilícito de alguns servidores, e levou o fato ao conhecimento dos auditores do Estado.
“Quando nós assumimos em janeiro, recebemos essa auditoria em curso e eu me inteirei sobre o objeto dela. A auditoria foi concluída no início deste ano, e nós compartilhamos o resultado com a Polícia Civil do Maranhão, para instaurar inquérito, pois, houve evidências de desvio de recursos no total de R$ 33,7 milhões. Foram recursos desviados no período de 2010 a 2012 na Univima”, relatou Rodrigo Lago.
O esquema fraudulento funcionava da seguinte forma: os ordenadores de despesa do órgão realizavam pagamentos normais aos credores do órgão, que tinham contratos em vigor e que apresentaram faturas a serem pagas. Depois da emissão das ordens bancárias e de confirmar o pagamento pelo banco, o responsável pelo setor financeiro cancelava o pagamento no sistema Siafem e lançava novo pagamento, dessa vez, para empresas fantasmas, usadas apenas para desviar os recursos públicos.
Três empresas são investigadas por envolvimento no esquema: S.J.S Ferreira Comércio; Valmir Neves Filho Comércio; e I.B Correia Filho Comércio e Representações. Segundo o secretário da STC, elas recebiam os recursos transferidos, indevidamente, das contas do tesouro estadual.
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Andamento das investigações
Além das quatro prisões temporárias, a polícia apreendeu joias, relógios, carros, entre outros bens dos suspeitos. Segundo o delegado-geral da Polícia Civil do Maranhão, Augusto Barros, os bens apreendidos durante a operação são muito valiosos. Suspeitos de participarem do esquema tinham até mansões luxuosas, sendo uma prova de onde os valores desviados estavam sendo investidos.
Ainda de acordo com o delegado-geral, provavelmente, outras pessoas tem envolvimento no caso, e a polícia espera que os responsáveis pelos desvios sejam, de fato, punidos.
“Essas prisões temporárias ajudam a aprofundar as investigações. A polícia é a que mais deseja que essas prisões culminem em condenações efetivas. E que isso sirva de fator moralizante, não apenas na administração pública, mas de um modo geral”, defende Augusto Barros.
Ouça a entrevista que o delegado-geral deu na rádio Mirante AM falando sobre o caso.
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