SÃO LUÍS – O transplante de órgãos é um ato de humanidade que pode ajudar a salvar vidas, contudo, o Brasil (assim como outros países) enfrenta dificuldades na sensibilização dos familiares em doar órgãos que podem proporcionar a outras pessoas o direito humano à vida. Mas, há esperança! Segundo dados atualizados do Ministério da Saúde, a adesão de famílias brasileiras à doação de órgãos aumentou 56% no último ano. Dos países latino-americanos, o Brasil é o país com maior percentual de aceitação familiar, seguido da Argentina (52,8%), Uruguai (52,6%) e Chile (51,1%).
A fila nos hospitais, no primeiro semestre de 2014, registrou 37.736 pessoas à espera de doadores. Desde 2007, o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) pretende aumentar o número de doadores efetivos em todo o país. Naquele ano, a estimativa era de seis doadores por um milhão de habitantes. A meta, até 2017, é atingir a marca de 20 doadores por um milhão de população. Atualmente, a taxa nacional está em 13,2 doadores. O Estado de São Paulo e o Distrito Federal têm destaque no índice de doadores. São 26 e 33 doadores por um milhão de habitantes, respectivamente.
A situação do Maranhão, em relação aos outros Estados, é preocupante. A estatística do SNT constatou que o Estado tem somente 0,3 doadores efetivos por milhão de habitantes. O cirurgião Artur Serra Neto, diretor médico do Hospital Universitário Presidente Dutra, da UFMA, em entrevista ao Imirante.com, afirmou que “para tirarmos o Maranhão dessa realidade [de baixo número de doadores], as famílias precisam ser sensibilizadas ou, se continuar como está, não conseguiremos salvar muitas vidas”.
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Hoje, no Estado, somente o Hospital Universitário está apto a transplantar órgãos. A lista de espera do hospital de transplante renal é de 89 pacientes e, a fila para transplante de córnea, é de aproximadamente 700 pacientes. O diretor médico do Hospital Universitário explica que a fila de espera para o transplante de córnea é maior porque este tipo de transplante pode ser realizado somente por doadores com morte cerebral. Já o de rins, é feito por doadores “inter vivos”, ou seja, aqueles que são compatíveis e podem doar um órgão sem prejudicar o funcionamento do corpo.
Para contornar a situação, o médico acredita que “o caminho é fortalecer as centrais internas hospitalares de doações de órgãos; maior notificação por parte dos hospitais; e, também, estadualizar as organizações para procura de órgãos”. Essas organizações para procura de órgãos (OPO) funcionam como um banco de identificação, manutenção e captação de potenciais doadores para fins de transplantes. Além disso, o médico cita que o consentimento da família é primordial para reverter o quadro do Estado. “Somente com a divulgação da causa e a sensibilização de mais pessoas é que podemos melhorar o quadro dos transplantes, então, a captação pode contribuir, significativamente, para atingir o patamar satisfatório nas estatísticas”.
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