SÃO LUÍS – Mais três empresários depuseram na tarde desta quinta-feira (24), na Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa. A CPI investiga as causas do aumento no preço da gasolina em postos de São Luís. Para o deputado que preside a comissão, Othelino Neto (PCdoB), as testemunhas ouvidas, até agora, confirmam a suspeita de formação de cartel na capital maranhense.
No terceiro dia de depoimentos de testemunhas à CPI dos Combustíveis, o tom dos depoimentos foi o de que o mercado é regulado pelos preços “do vizinho” e de que é um negócio sem prosperidade e fadado ao fracasso. Os três foram multados em R$ 31 mil no ano passado, após o Ministério Público ter confirmado a existência de cartel em 2011.
O primeiro a depor foi Carlos Moacir Lopes Fernandes. Dono de apenas um posto na capital, o empresário chegou a afirmar aos deputados que o posto era uma desgraça em sua vida. Sua família o criticava pelo negócio malsucedido. Moacir disse que não participava de acerto de preço e que se baseava nos concorrentes da área. Ele chegou a propor a venda a quem estivesse interessado em pagar o mesmo preço pago por ele, quando da compra do estabelecimento.
Em seguida, foi a vez de Thiago Morais Lima, sócio-arrendatário em três postos e cuja atuação no ramo é de, aproximadamente, 10 anos. A exemplo de seu antecessor, Thiago disse que seus preços são baseados conforme seu concorrente direto. Ele desconheceu a prática de cartel, mesmo com o deputado César Pires, relator da CPI, lendo trechos de conversas suas acertando valores de gasolina, Ele disse que não se recordava dos diálogos e que assinou o acordo proposto pelo MP-MA “inocentemente”.
O terceiro e último empresário a depor foi Herbeth de Jesus Costa dos Santos. Ele, também, é sócio-arrendatário em dois postos e, além de afirmar que não participa de cartel, não acredita na prática do crime na cidade. Para ele, o fato de, praticamente todos os postos, terem aumentado seus valores de forma simultânea se deve a uma “coincidência”.
Para o deputado Othelino Neto, até agora, nenhum dos depoimentos de empresários foi capaz de mostrar que o mercado seja livre. Ao contrário, o parlamentar acredita que as versões para a alta apresentadas só confirmam a tese que originou a proposição da CPI. “Nenhum deles (empresários) pode mostrar que não há cartel. Todos os depoimentos só mostraram que os indícios são fortes.”
Sobre as contradições nos depoimentos prestados nesta CPI e durante a investigação do MP-MA, o parlamentar foi enfático em dizer que “a CPI está sendo assessorada, também, pelo MP-MA. A investigação de 2011 não é alvo desta comissão, mas ela auxilia em seu entendimento”, finalizou.
Nesta sexta-feira (25), são esperados mais dois empresários e, na próxima semana, devem depor o presidente do Sindicato dos Revendedores de Combutíveis, Orlando dos Santos e seu antecessor no cargo, Dileno de Jesus Tavares. Os dois já deveriam ter prestado depoimento à CPI, porém problemas de saúde impossibilitaram a presença de Orlando dos Santos à comissão. Dileno Tavares não justificou sua falta e, caso não compareça a próxima sessão, será conduzido à força.
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