Caso Décio Sá

Defesa diz que Jhonatan Silva fará novas revelações à Justiça

Advogado Pedro Jarbas, um dos defensores do pistoleiro que assassinou o jornalista Décio Sá, disse que o réu revelará novos fatos.

Imirante, com informações de O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 12h08

SÃO LUÍS - A defesa de Jhonatan de Sousa Silva, de 25 anos, assassino confesso do jornalista Décio Sá, declarou, ontem, durante o segundo dia de audiências com as testemunhas de acusação, arroladas pelo Ministério Público no processo, que o réu fará novas revelações à Justiça, não compartilhadas ao inquérito policial. Segundo Pedro Jarbas, um dos defensores do pistoleiro paraense, o depoimento do criminoso será decisivo para que mandantes e intermediadores do crime sejam, de fato, punidos.

“Nosso papel não é inocentar Jhonatan, até porque o mesmo confessa a autoria dos fatos. Entretanto, nosso compromisso é contribuir para que a verdade prevaleça, e que todos os envolvidos neste crime de homicídio sejam identificados e condenados. Nessa disposição, inclusive, o mesmo demonstra-se profundamente arrependido do que fez, principalmente por, até o momento, não ter conhecido a própria filha que nasceu em meio a todo esse evento”, disse o advogado ao final das oitivas.

O clima de expectativas quanto à confirmação dos autores do crime, bem como a hipótese de novos nomes surgirem no curso do processo, também foram reforçados pela própria defesa dos agiotas Gláucio Alencar Pontes Carvalho, de 35 anos; e seu pai, José de Alencar Miranda Carvalho, de 73 anos, acusados de financiar ao valor de R$ 100 mil pela morte do jornalista. Adriano Cunha, advogado dos réus, disse que algumas testemunhas cobram outras linhas de investigação.

“Alguns depoimentos se mostram reveladores, a ponto de nomes de novos supostos ‘mandantes’ serem citados. Também se fala muito acerca de outras linhas de investigações desprezadas pela polícia judiciária, entre as quais a que aponta empresários de Barra do Corda como autores intelectuais. Isso, certamente, nos fará requerer apurações mais aprofundadas. Não queremos julgar de qualquer forma, muito menos condenar a qualquer maneira”, afirmou Adriano Cunha.

Testemunhas – Ontem, das 10 pessoas aguardadas pelo Ministério Público, seis prestaram depoimento no Salão do Júri do Fórum Desembargador Sarney Costa, no bairro Calhau, a maioria jornalistas e blogueiros que cobrem o cotidiano político no Maranhão. Entre aqueles que conversaram com a imprensa, estão os jornalistas Itevaldo Júnior, Caio Hostilio, Marco Aurélio D’Eça e Marcelo Gomes Vieira, que falaram sobre o perfil profissional do colega Décio Sá.

Em seus depoimentos, alguns profissionais ressaltaram a atividade de Décio Sá na redação de O Estado; em qual época o conheceram, inclusive sobre os tempos de universidade. Também prestou depoimento o vereador Fábio Câmara (PMDB), amigo e compadre do jornalista assassinado. O parlamentar foi uma das últimas pessoas a falar ao telefone com Décio Sá, antes de sua morte. “Décio está fazendo falta não apenas a mim, mas à sociedade”, disse Câmara, ao deixar a sala de audiências.

Das demais testemunhas de acusação arroladas no processo, dois homens e uma mulher foram dispensados pelo MP no segundo dia de audiências. “São pessoas cujo teor de seus depoimentos não difere das demais testemunhas já ouvidas pelo Ministério Público. Por uma questão de celeridade processual, optamos por dispensá-las, e faremos dessa forma quando necessário for”, justificou o promotor de Justiça da 1ª Promotoria do Tribunal do Júri, Luis Carlos Correa Duarte.

Durante as oitivas, apenas o jornalista Marcelo Vieira optou por depor sem a presença dos réus, no Salão do Júri. Acompanharam os depoimentos das demais testemunhas, presididos pelo juiz Márcio Castro Brandão, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, os agiotas Gláucio Carvalho; o pai dele, José de Alencar Miranda Carvalho; os intermediadores Fábio Aurélio do Lago e Silva, o Bochecha, de 33 anos; o pistoleiro paraense Jhonatan de Sousa Silva, de 25 anos; Marcos Bruno Silva de Oliveira, de 29 anos, piloto de fuga do assassino; Elker Farias Veloso, o Diego, de 26 anos; os dois policiais civis afastados da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), Alcides Nunes da Silva e Joel Durans Medeiros, que, segundo o inquérito, tinham ligação estreita com a rede de agiotas; e o ex-subcomandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar, capitão Fábio Aurélio Saraiva Silva, o Fábio Capita, de 37 anos, que, de acordo com a polícia judiciária, foi citado pelo assassino como a pessoa que teria fornecido a arma do crime.

Novos depoimentos - Os depoimentos das testemunhas de acusação terminam na próxima semana. Os acusados serão interrogados de 20 a 24 deste mês. Hoje, (8), terceiro de dia de oitivas, estão previstos depoimentos de mais dez testemunhas de acusação:

1.Mariana Amorim Mualém,

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2.Kaine Fernandes Costa,

3.Sebastiana Cantanhede Baldez, conhecida como "Tiana".

4.Adriana Silva de Oliveira,

5.Laércio Carlos Tavares Matos,

6.Paulo Roberto Pinto Lima Oliveira,

7.Lucivalda Martins Carvalho,

8.Marcos Bruno Martins,

9.Jacira Nunes Aguiar,

10.Josival Cavalcanti da Silva, conhecido como "Pacovan";

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