Aluísio Mendes fala sobre a segurança pública no Estado

SÃO LUÍS - Em entrevista exclusiva ao Imirante, o secretário de segurança do Estado, Aluísio Mendes abordou a situação da segurança pública no Maranhão. Ele falou sobre os recentes sequestros relâmpagos e assaltos a residências ocorridos na capital maranhense. Ele disse que a ampla divulgação dos sequestros causou uma sensação de insegurança e que, na realidade, os índices desse tipo de crime , ainda, estão abaixo da média nacional. "Cidades como Brasília, tem até oito sequestros-relâmpago por semana. Nós tivemos apenas quatro em dois meses", relatou.

O secretário ressaltou, ainda, que o aumento no número de homicídios se refere a um período específico por causa da guerra entre traficantes. "Nós tivemos, pelo menos, 18 mortes relacionadas ao tráfico num período muito pequeno, o que trouxe uma sensação artificial de insegurança. A polícia já atuou sobre esse caso e os índices de violência já voltaram à normalidade", destacou.

Em relação aos dados da violência do Maranhão, Aluísio Mendes afirmou que houve redução em todas as regiões do Estado. "Em todas as regionais da polícia, houve uma redução média de 10% nos índices de criminalidade. O que houve, de fato, foi um aumento do número de homicídios, em comparação com o ano passado, na capital, em função das mortes relacionadas ao tráfico, que são dados totalmente atípicos", lembrou o secretário. "Dentre os tipos de crime em que houve redução, destaca-se a queda no número de carros roubados e de furtos a residências", acrescentou.

Efetivo policial e modernização da segurança pública

O Maranhão, atualmente, tem o menor índice de efetivo policial no país. Segundo relatório do Ministério da Justiça, divulgado em 2012, o Estado possui um policial para cada 877 habitantes, bem distante do penúltimo colocado, o Estado de Santa Catarina, que possui um policial para cada 560 pessoas. O Distrito Federal é o que possui melhor distribuição policial, com um para cada 170 pessoas.

Segundo Aluísio Mendes, essa deficiência se deve à falta de concursos públicos constantes para o aumento do efetivo, o que não acompanhou o crescimento da violência no país. "Estamos há mais de 20 sem concursos públicos regulares. A criminalidade aumentou, o número de homicídios aumentou e a quantidade de policiais não acompanhou essa evolução", admitiu o secretário.

Ele assegurou que o governo do Estado está se mobilizando para minimizar o problema da deficiência no policiamento. "Está em curso o maior concurso público da área de segurança pública no Estado. São 2.500 vagas para polícia militar, civil e bombeiros. Isso não vai resolver o nosso problema. Continuaremos na última posição no Brasil em efetivo, mas já estaremos mais próximos dos outros Estados", enfatizou.

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O secretário fez, também, uma avaliação positiva do sistema de videomonitoramento, que entrou em vigor em 2012 . Ele sinalizou que haverá ampliação do sistema, ainda, este ano. "Serão mais 200 câmeras até o final do ano, o que totalizará 300 câmeras à disposição da segurança". "Aliado ao novo efetivo policial que estará a disposição da região metropolitana, as novas câmeras nos darão uma situação mais cômoda de segurança até o fim deste ano", ressaltou.

Ele comentou, também, acerca das Unidades de Segurança Comunitária (USCs), projeto-piloto que foi inaugurado em 2012, na área da Vila Luizão. Disse que o resultados são bastante expressivos. "Com esse projeto, tivemos a redução de alguns tipos de crimes em até 87% na região", afirmou. Ele antecipou os bairros que serão beneficiados, em breve, unidades do tipo. "Os próximos bairros a receberem o projeto serão a Cidade Olímpica e o Coroadinho. Estamos aguardando, apenas, a finalização do concurso público da segurança pública para expandir esse projeto", disse.

Caso Décio Sá

Sobre o assassinato do blogueiro Décio Sá, ocorrida há um ano, o secretário de segurança do Estado acreditar ter elucidado o caso e disse que, agora, os acusados estão sendo investigados pelo crime de agiotagem ."Acredito que o caso está esclarecido e, a partir dessas investigações da morte do Décio Sá, estamos investigando os acusados pela prática da agiotagem e cremos que, em breve, teremos outras notícias sobre isso", sinalizou Aluísio Mendes.

Ele desmentiu algumas hipóteses que presumiam a inocência dos acusados. Também, esclareceu que o vazamento das imagens e áudios sobre depoimentos não foram fornecidas pela secretaria de segurança. Negou, ainda, as acusações de ter beneficiado, apenas, uma emissora no fornecimento de dados sobre a investigação do caso. "Nós encaminhamos todas as provas ao judiciário. Vários advogados, além da defesa, acusação e a imprensa tiveram amplo acesso aos relatórios do caso", finalizou.

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