SÃO LUÍS - Os bairros que formam o polo Cidade Operária/Cidade Olímpica e os da área Itaqui-Bacanga têm criminalidade elevada. Por terem um território vasto e grande população, essas regiões são propícias ao crime e, muitas vezes, a polícia enfrenta dificuldade para combater os criminosos que constantemente agem nessas localidades.
Os bairros guardam características comuns, desde os delitos que são cometidos com mais frequência, até o comportamento dos moradores, que muitas vezes têm de alterar a rotina para evitar serem vítimas de um ato criminoso.
Cidade Operária/Cidade Olímpica - De acordo com o delegado Walter Wanderley Ferreira, titular do 18° Distrito Policial (18° DP) da Cidade Olímpica, a maioria dos crimes registrados na região são homicídios, roubos qualificados, latrocínios (matar para roubar), tráfico de drogas e estupro de vulneráveis. Grande parte dessas ocorrências acontece durante os fins de semana ou na madrugada.
Um dos últimos casos que ganhou repercussão foi o do aposentado Getúlio Soares, de 73 anos, preso sob a acusação de abuso de sua enteada - uma adolescente de 13 anos - desde quando ela tinha 8 anos. Em depoimento, a vítima disse que era torturada e obrigada a tomar anticoncepcionais injetáveis, aplicados pelo idoso.
Ocorrências dessa natureza são registradas principalmente - além da Cidade Operária e Olímpica -, na Vila Riod, Santa Clara, Vila Janaína, Vila Alexandra Tavares e na comunidade de São Brás dos Macacos.
Segundo o delegado, na maioria das vezes, os crimes têm como principais causas a pobreza, a falta de educação e, até mesmo, a religião. "Essas causas, isoladamente, não são nada. No entanto, em conjunto contribuem para aumentar os índices de criminalidade na região", frisou o titular do 18° DP.
A pequena quantidade de policiais foi apontada por Walter Wanderley Ferreira como um dos obstáculos no combate à criminalidade na região. No entanto, superada essa barreira, ele frisou que constantemente são feitas incursões na região para reduzir os índices de criminalidade no local.
O reflexo dessa atividade pode ser visto na quantidade de inquéritos policiais que foram instaurados no 18° DP: de janeiro até o início deste mês, foram abertos aproximadamente 160 inquéritos e 80% deles foram concluídos e remetidos para a Justiça. "Essa é uma quantia que está bem acima de média", avaliou Walter Wanderley.
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Itaqui-Bacanga - Nos bairros da área Itaqui-Bacanga, homicídios, furtos, roubos a veículos e a violência doméstica são as principais ocorrências criminais que acontecem quase diariamente. Anjo da Guarda, Fumacê, Vila Mauro Fecury I e II, Vila Isabel, Sá Viana e Vila Embratel são os bairros onde os atos de criminalidade são mais registrados.
De acordo com o tenente-coronel Celso de Assis, comandante do 1° Batalhão de Polícia Militar (1° BPM) - responsável pelo patrulhamento na região -, o tráfico de drogas é a principal causa dessas ocorrências. "O traficante pressiona outra pessoa a pagar a dívida que tem e essa pessoa comete os delitos para quitar a dívida", afirmou o militar.
A falta de efetivo também foi apontada pelo tenente-coronel Celso como um fator que dificulta as atividades da polícia para combater a criminalidade na região. Somado a isso, o comandante do 1° BPM ressaltou que a fragilidade nas leis é outro elemento que desfavorece as ações da PM. "Muitos homicídios são cometidos por egressos do sistema penitenciário que estão em liberdade condicional. Nossa legislação precisa ser modificada para mudar essa realidade", disse.
Apesar disso, o tenente-coronel Celso afirmou que incursões são feitas diariamente para reduzir os índices de criminalidade na área Itaqui-Bacanga, principalmente no bairro Fumacê, onde o comandante do batalhão se reuniu com moradores e lhes garantiu que reforçará o patrulhamento por causa da intensa atuação de traficantes de drogas na área.
O comandante do 1° BPM afirmou ainda que, de quinta-feira a domingo, é realizada a Operação Pegasus. "As abordagens são realizadas durante a noite e madrugada, pois é quando são registrados os maiores índices de criminalidade. Nessas abordagens, nós visamos ao desarmamento e combater o tráfico de drogas", pontuou o tenente-coronel Celso.
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Além da região do Maiobão, Cidade Operária/Cidade Olímpica e área Itaqui-Bacanga, os bairros da Liberdade, Coroadinho e adjacências, Bairro de Fátima, São Francisco e Ilhinha são outras localidades onde os índices de criminalidade também são elevados.
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