Vila Embratel

Polícia prende autor de disparo que matou policial civil

Marlon da Silva Soares é suspeito de ter atingido o investigador com uma pistola ponto 40.

Saulo Mclean / O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 12h16

SÃO LUÍS - A polícia prendeu nesta quinta-feira (18), Marlon da Silva Soares, de 22 anos, morador da Aldeia, no bairro do Barreto. Ele é suspeito de ter atingido com uma pistola ponto 40 o policial civil Cristiano Azevedo da Mota, de 36 anos, na noite de quarta-feira (17), no bairro do Sá Viana. Além dele, foram presos mais duas pessoas com drogas e um pistola 9mm de uso exclusivo da polícia.

Ontem (17), seis criminosos que também participaram do tiroteio que resultou na morte do policial, foram presos pela polícia. A maioria dos suspeitos, segundo as investigações, é oriunda da comunidade Promorar (área do bairro Liberdade). Eles caíram em uma emboscada armada por desafetos, moradores da localidade onde se deu o crime, a mando de um detento da Penitenciária de Pedrinhas identificado como Lêca.

Os primeiros suspeitos foram presos no Hospital Municipal Dr. Djalma Marques (Socorrão I). Deusdeth Garcia Gusmão, o Pelado, de 35 anos; Rafael Mendonça Costa, também conhecido como Niquito ou Fafá, de 23 anos, baleado na perna direita, e sua companheira, uma adolescente de 16 anos. Em seguida, policiais da Superintendência de Polícia Civil da Capital (SPCC) e da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic) prenderam outros dois, no conjunto Lima Verde.

Gustavo Augusto Menezes Lopes, conhecido como Gugu, de 20 anos, e Taynara de Jesus Gomes Mendes, de 18 anos, foram localizados em uma invasão, nas proximidades da Pousada Saramanta, na MA-201 (Estrada de Ribamar). Com eles, os investigadores apreenderam um revólver calibre 38, municiado, quase 60 projéteis intactos e o Gol Trend de cor vermelha (NXO-1208) que ocupavam no momento do tiroteio e que foi atingido com pelo menos 11 disparos.

Apresentação - A quadrilha foi conduzida para o Plantão Central da Vila Embratel e apresentada ao delegado Gilmar Campos, que os autuou pelos crimes de homicídio qualificado com emprego de arma de fogo, e formação de quadrilha. O delegado explicou como se deu o confronto entre as gangues rivais. “A denúncia é de que Rafael negociou com um preso de Pedrinhas a compra de uma arma de fogo. O detento pediu que ele se encontrasse com seus cúmplices na Praça do Sá Viana”, disse o delegado.

Segundo investigou a polícia, a intenção do preso, na verdade, era executar Fafá, que foi abordado por quatro homens, três a pé e um em um Fiat Punto de cor preta, que ainda não foi localizado. “Assim que um destes se aproximou do veículo Gol vermelho, ocupado pela gangue do Rafael Mendonça, o tiroteio foi iniciado pelos criminosos do Sá Viana, que estavam armados de pistolas calibre ponto 40. Foi um dos tiros deste modelo de arma que atingiu o policial”, completou Gilmar Campos.

O autor do tiro que atingiu o investigador, segundo a polícia, foi Marlon da Silva Soares, que foi preso por policiais do Departamento de Combate a Narcóticos (Denarc), também mobilizado na operação. “Não temos dúvidas quanto à participação de Marlon da Silva no tiroteio. Ele, inclusive, acompanha as diligências para que os demais sejam presos”, informou o delegado Guilherme Sousa Filho, da Delegacia de Homicídios (DH).

Fogo cruzado – O policial civil Cristiano Azevedo da Mota foi alvejado com um tiro nas costas, que lhe atingiu um dos rins, quando transitava pela Avenida do Contorno, atrás da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), em sua moto Tornado de cor preta (NHT-1903), rumo ao Plantão Central da Vila Embratel. Ele substituiria um colega de trabalho que estava de plantão naquela unidade de polícia. A vítima era lotada no Plantão Central da Beira-Mar e morava no Itapiracó (área do bairro Turu).

O corpo do policial civil foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), onde foi autopsiado e velado durante todo o dia de ontem na Central de Velórios Pax União, Centro, por amigos, familiares e colegas de profissão. Conhecido por ser um profissional pacato, Cristiano da Mota ingressou na Polícia Civil do Maranhão em 1998, e os quatro primeiros anos passou na Delegacia Regional de Imperatriz. Em São Luís, o investigador trabalhou também nas delegacias dos bairros Cidade Olímpica, Cidade Operária e Vinhais.

Enquanto alguns policiais trabalhavam na caçada aos criminosos que tiraram a vida do investigador, muitos outros acompanharam o cortejo fúnebre até o Cemitério Jardim da Paz, na Estrada de Ribamar, onde o corpo do investigador foi sepultado, ontem, por volta das 16h30.

Cristiano Azevedo da Mota ainda fez parte da diretoria do Sindicato dos Policiais Civis do Maranhão (Sinpol) entre 2004 e 2007. Ele era casado e pai três filhos: um adolescente de 17 anos e duas meninas de 13 e 4 anos.

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