CODÓ – A polícia descobriu um buraco de proporção pequena dentro de uma das quatro celas da 4ª Delegacia Regional de Codó. O buraco seria o início de um túnel para uma fuga. Tudo ficou calmo após a revista, mas, ainda na madrugada desta terça-feira (25), a Polícia Militar (PM) teve que ser acionada para conter a revolta que se instalou após a descoberta, segundo o comandante da Nona Companhia Independente, major Jairo Xavier.
“Por volta das 2h30 da manhã houve um momento tenso, houve a necessidade de uma pequena ação, uma intervenção policial militar, foi feita sem nenhum dano lateral, nada que viesse a prejudicar a integridade física de alguém”, disse.
Violência
As grades foram arrancadas e os presos tomaram de conta do corredor da carceragem. Houve agressão contra colegas. Francisco de Assis da Silva Ribeiro, Alessandro Santiago da Silva e Adriano Sousa dos Santos foram retirados pela manhã e encaminhados para atendimento médico com hematomas por todo o corpo.
Às 2h da madrugada, o pastor Silas Henrique, que faz trabalho de evangelização na delegacia, foi chamado a pedido dos rebeldes e conseguiu, conversando, acalmar os ânimos. Quando a situação ficou menos tensa a PM conseguiu isolar os detentos e revistar o local. Foram encontrados até facões.
“Foram encontrados celulares, baterias de celular, carregador, giletes, ferros, pontiagudos”, revelou o tenente Igor Vieira.
Ação do MP
O promotor de Justiça, José Jailton Andrade de Cardoso, constatou que 27, dos 74 presos da delegacia de Codó alegaram ter direito à progressão de regime, alguns disseram que já deveriam estar em liberdade. A partir de agora, o Ministério Público vai analisar processo por processo e ver quem tem, realmente, razão.
Os presos, também, incluíram nos motivos da rebelião a alimentação. O Estado gasta em média R$ 68.000 só com comida e eles exigem mais qualidade.
Para o delegado regional, Rômulo Vasconcelos, o maior problema continua sendo a falta de um presídio. A delegacia está com 74 presos, num espaço construído para apenas 20.
“É delegacia, realmente, não é local de presos, nós deveríamos ter, pelo menos um Centro de Detenção Provisória pra resolver o problema dos presos de Codó que é uma cidade de 120 mil habitantes, a sexta maior do Maranhão e não temos um presídio para conter o número de presos”, reclamou o delegado.
O reforço policial deve ficar até a quarta-feira para que a situação volte à sua completa normalidade.

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