SÃO LUÍS – O subdelegado-geral, Marcos Affonso Júnior, afirmou que vai ser instaurado um inquérito policial para apurar de que forma os depoimentos das testemunhas do assassinato do jornalista Décio Sá foram parar, na íntegra, na internet, desde a terça-feira (1º).
“A divulgação desses documentos não partiu da polícia, tem carimbos no documento que mostram que ele saiu de outro local e não da Secretaria de Segurança. Será instaurado um inquérito para que se descubra de onde esses documentos vazaram. Vamos pedir que a Corregedoria de Justiça auxilie apurando também”, afirmou o subdelegado-geral.
Mesmo com o nome das testemunhas ocultados dos documentos, é possível captar o nível de envolvimento delas na cena do crime, permitindo compreender que algumas delas trabalhavam inclusive no Bar Estrela do Mar, no qual o jornalista foi assassinado, na noite do dia 23 de abril.
Problemas
Segundo Marcos Affonso Júnior, a divulgação desses documentos atrapalhou todo o andamento das investigações. “O mais demorado não é a coleta de informações, mas, sim, conseguir que as pessoas prestem depoimento. Quem presenciou um crime como este tem muito medo de se pronunciar e, quando decidem fazê-lo, damos toda a garantia de que essas informações não vão vazar. E foi justamente o contrário o que aconteceu. Teremos muito trabalhado tentando conquistar a confiança dessas pessoas novamente. Essa divulgação atrapalhou completamente as investigações”, explicou.
O subdelegado-geral informou, ainda, que algumas pessoas que estavam com o depoimento marcado já desistiram de depor após o vazamento da documentação.
Nota Corregedoria
Sobre a divulgação dos documentos, a Corregedoria Geral da Justiça enviou a seguinte nota:
“Diante de informações divulgadas na imprensa, de que representantes da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão estariam atribuindo à Justiça o vazamento de três depoimentos de testemunhas da morte do jornalista Décio Sá, a Corregedoria Geral da Justiça vem a público dizer que não existem provas que confirmem tal fato. A CGJ esclarece que a Justiça está apreciando com urgência todos os requerimentos da polícia e que cumpre com todas as formalidades que o sigilo exige por lei. Vale ressaltar que o sigilo das investigações foi decretado na última sexta-feira, dia 27 de abril. Além dos fatos expostos anteriormente, cabe frisar que o pedido inicial de prisão temporária dos suspeitos foi entregue na Distribuição do Fórum Des. Sarney Costa, em São Luís, sem as cautelas de sigilo. É importante tornar público que a Justiça cumprirá rigorosamente com o seu dever, respondendo a todos os requerimentos da Secretaria de Segurança Pública, de modo que não haja prejuízo às investigações. O corregedor-geral da Justiça, desembargador Cleones Carvalho Cunha, determinou a abertura de sindicância para apurar se houve vazamento de informações no Fórum de São Luís após a decretação de sigilo. E em havendo quebra do sigilo por parte de servidores do Judiciário, eles serão devidamente punidos”.
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