SÃO LUÍS - Líderes da Comissão Pastoral da Terra (CPT) viajaram ontem para o Assentamento Terra Bela, em Buriticupu. Por telefone, a assessoria da CPT informou que promoverá uma reunião com a intenção de apurar, na comunidade, as informações sobre o assassinato de Raimundo Alves Borges, presidente da Associação de Moradores do Assentamento Terra Bela, executado sábado, a tiros, em uma emboscada nas imediações de sua casa, por volta das 18h.
Na reunião, também deve ser decidido quais medidas serão tomadas na Justiça. Segundo informações, o líder camponês já teria sofrido um atentado há alguns anos, mas nenhuma providência foi tomada para garantir a segurança da vítima.
O presidente da associação era pai de 13 filhos, que moram no mesmo assentamento. A vítima pode ter sido morta como represália a uma denúncia que havia feito ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) sobre a venda ilegal de lotes de terra do assentamento supostamente promovida por microfazendeiros.
Moto - Segundo testemunhas, os assassinos estavam numa moto. Eles colocaram pedaços de madeira na estrada para dificultar a passagem do veículo dirigido pela vítima. No momento em que Raimundo Alves Borges retirava os obstáculos, os homens dispararam vários tiros.
Contra o líder camponês havia ações de reintegração de posse movidas por grileiros de terra. Em uma ação movida pelos grileiros contra a vítima, a audiência de instrução e julgamento estava marcada para o dia 26 deste mês.
Segundo a CPT, Raimundo Alves Borges é a 247ª vítima da violência no campo nos últimos 25 anos, no Maranhão. Em 2011, a CPT registrou 223 conflitos agrários, com mais de 100 pessoas ameaçadas de morte.
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.