RIO DE JANEIRO - Pessoas que sofrem de doenças cardíacas correm um maior risco de problemas sérios em caso de dengue. Para tentar prevenir possíveis complicações, médicos do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), no Rio, em parceria com a Secretaria de Vigilância em Saúde e o o Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis, elaboraram as normas para o atendimento desses pacientes.
Segundo cardiologistas do INC, há dois motivos importantes para o maior risco de dengue em cardiopatas. O primeiro é que a infecção causada pelo vírus ataca um organismo já doente. Por exemplo, a febre aumenta o número de batidas do coração. Assim o órgão precisa fazer um esforço maior, o que pode causar dor no peito (angina) numa pessoa com doença coronariana, explica o médico Bernardo Tura, chefe do Núcleo de Bioestatística e Bioinformática do INC.
— Isto pode ocorrer mesmo em pacientes com a doença controlada e tratada — diz Tura.
Outra questão diz respeito ao tratamento do cardiopata. Alguns deles tomam ácido acetilsalícilico e outros anticoagulante para evitar a formação de trombos nas artérias. O médico precisa avaliar cada caso para saber se vale a pena suspender estes medicamentos em caso de dengue, pois existe o risco de hemorragia.
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— Outro exemplo é o fato de alguns pacientes com dengue precisarem de hidratação, receber água por via oral ou soro na veia. Isto pode ser um problema, pois alguns remédios para controlar hipertensão podem dificultar o tratamento — comenta.
As normas elaboradas pelo INC (www.inc.saude.gov.br) visam a garantir uniformidade dos tratamentos de pacientes cardíacos com dengue, acrescenta Tura.
— Desta forma, os médicos podem oferecer um tratamento mais adequado, reduzindo o número de mortes. As diretrizes são públicas — diz o médico
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