Air France

Parentes de vítimas de acidente com voo 447 intensificam esforço para retomada de investigações

Dayana Vítor e Renata Giraldi/ Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 12h46

BRASÍLIA - Um ano e meio depois do acidente com o voo 447 da Air France, que saiu do Rio de Janeiro rumo a Paris, o presidente da Associação das Famílias das Vítimas, Nelson Marinho, luta para obter garantias de que as investigações serão acompanhadas de perto pelo Ministério Público do Brasil. A primeira vitória foi obtida e, no próximo dia 16, Marinho se reúne com o procurador da República em Pernambuco, Anderson dos Santos, e o especialista em comunicação aérea Sérgio Martins.

“Nosso interesse era envolver as autoridades brasileiras. Nós conseguimos e queremos agora o retorno dos nossos esforços lá fora”, afirmou Marinho à Agência Brasil. Ele tenta agora fazer com que a Justiça dos Estados Unidos também se envolva no processo, considerando que várias peças da aeronave acidentada foram fabricadas por indústrias norte-americanas.

Marinho e integrantes de associações de outros países defendem ainda o direito à indenização para os parentes das vítimas do acidente. Segundo ele, há, sobretudo, o objetivo de garantir voos mais seguros aos passageiros do transporte aéreo. Paralelamente, Marinho acompanha as discussões em torno das investigações na França.

No dia 19, autoridades do governo francês e da Air France fazem uma reunião privada com integrantes do Ministério Público brasileiro, do Alto Comando da Aeronáutica e da Polícia Federal, na França. A Associação das Famílias das Vítimas do Voo 447 foi excluída desse encontro.

Porém, Marinho reiterou que haverá uma campanha intensa para a retomada das buscas dos destroços do Airbus A330, que desapareceu no Oceano Atlântico no dia 31 de maio do ano passado, quando morreram 228 pessoas.

Três buscas foram feitas depois do acidente, mas não foram encontradas peças nem mesmo as caixas-pretas da aeronave. Entre os 50 corpos resgatados, 20 eram de brasileiros. No voo, havia brasileiros, franceses, alemães, italianos e passageiros de outras nacionalidades.

Segundo Marinho, depois do acidente com o voo 447, houve mais seis quedas de Airbus. Para ele, quando houve o acidente, em setembro de 2009, deveriam ter sido requisitadas as caixas-pretas do avião. Uma das suspeitas da causa do acidente foi o funcionamento inadequado dos pitots.

Em setembro, a Justiça francesa determinou o pagamento de indenização à família de uma aeromoça do voo 447. Para Marinho, a decisão abre jurisprudência para que parentes dos demais passageiros consigam o benefício. Associações do Brasil, da França, da Alemanha e dos Estados Unidos trabalham pela causa. A presidenta de uma dessas entidades, criada em Paris, está abrigando nove órfãos de passageiros franceses que desapareceram na queda do Airbus, informou Marinho.

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