SÃO LUÍS - O presidente da comissão organizadora do XV Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas, Antônio José Araújo, e o geólogo Carlos Borromeu, em entrevista exclusiva a O Estado, expuseram a preocupação e necessidade emergencial de um projeto e execução de monitoramento ambiental em postos de combustível de São Luís, por causa do risco de contaminação dos lençóis de água subterrânea. Conforme os especialistas, há instalação indiscriminada de postos de combustível no Estado.
Terça-feira (12), os estudiosos receberam o presidente da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (Abas), Ewerton Sousa e Dorothy Casarini, da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), chefe do Departamento de Geologia da Universidade Federal do Ceará para definirem os temas que serão debatidos durante o congresso, que será realizado em setembro no Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana, no Cohafuma. A comissão foi recebida ainda pelos secretários de Meio Ambiente do Estado e Município, Washington Rio Branco e Afonso Henriques Lopes. O patrono do congresso será o ex-ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho.
Monitoramento
De acordo com Antônio José Araújo, como o trabalho de monitoramento ambiental nunca foi feito em São Luís, é provável que haja pontos com contaminações de água subterrânea. Ele destacou que o trabalho específico é de competência da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que, por meio de um convênio, assumiu a responsabilidade do Estado em território ludovicense. "É necessário que se realize o monitoramento da cadeia de hidrocarbonetos, dos benzenos, além de se verificar a pluma de contaminação. Esse monitoramento deve ser realizado trimestralmente, algo que nunca ocorreu no Maranhão", enfatizou.
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Ele disse que o objetivo do XV Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas é despertar o interesse, a conscientização e a preocupação dos órgãos públicos para a questão da necessidade de monitoramento ambiental.
O geólogo Carlos Borromeu destacou que o trabalho de monitoramento e identificação de pontos com poluição de águas subterrâneas já ocorreu em Estados como São Paulo e Paraná. "Em São Paulo, foi constatado que 70% dos pontos contaminados foram provocados por postos de combustível. É algo alarmante que também pode estar ocorrendo no Maranhão, uma vez que há instalação indiscriminada deste tipo de segmento", explicou.
Carlos Borromeu ressaltou que, entre os meses de abril e maio, técnicos da Cetesb devem ministrar cursos de capacitação para técnicos das secretarias de Meio Ambiente do municípios e Estado, além de representantes do sindicato de postos de combustível sobre o monitoramento ambiental. "A partir daí, deve-se iniciar um trabalho de mapeamento das áreas onde estão instalados os postos e de contaminação do lençol freático, como já ocorre no Estado de São Paulo", pontuou.
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