Gravidez

Partos em adolescentes caem 27,1% no Maranhão

Em 2008, foram registrados 27,2 mil partos contra os 37,3 mil, em 1998.

Imirante

Atualizada em 27/03/2022 às 13h08

BRASÍLIA - O número de partos realizados na rede pública do Maranhão em meninas entre 10 e 19 anos caiu 27,1% nos últimos dez anos. De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2008, foram feitos 27,2 mil partos no estado contra 37,3 mil, em 1998. No Brasil, a quantidade de partos em adolescentes caiu 30,6% no mesmo período. O total de nascimentos com mães nessa faixa etária registrado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no ano passado, em todo o território nacional, foi 485,64 mil.

A queda na quantidade de adolescentes grávidas no Brasil deve-se, principalmente, ao acesso às políticas de prevenção e orientação sobre saúde sexual. Os postos de saúde no país disponibilizam, gratuitamente, métodos contraceptivos. A compra pelo Ministério da Saúde de preservativos masculinos, por exemplo, chegou a um bilhão em 2008, a maior feita por um governo no mundo. Grande parte dessa leva é distribuída em campanhas como as do carnaval, cujo foco é a população de adolescentes e jovem. Antes do carnaval de 2009, foram entregues aos estados 19,5 milhões de preservativos.

O aumento no número de equipes de Saúde da Família também reflete no acesso a informações sobre planejamento familiar nas comunidades da capital e cidades do interior. Atualmente, esses profissionais atendem 49% da população, levando informações sobre prevenção de gravidez, saúde sexual e reprodutiva aos adolescentes e jovens das cidades atendidas. Em 2000, o índice de cobertura era 15,7%. O total de equipes trabalhando em todo o país saltou de 7,6 mil para 29,7 mil nos últimos nove anos.

Resultados

“Por causa dessas iniciativas, meninas e meninos estão mais informados sobre saúde sexual e reprodutiva e têm mais acesso a preservativos e métodos contraceptivos”, afirma a coordenadora da área de Saúde do Adolescente e do Jovem do Ministério da Saúde, Thereza de Lamare. Ela destaca ainda como fundamental na redução do número de partos entre adolescentes os programas que unem saúde e educação, como Saúde nas Escolas e Prevenção e Saúde nas Escolas.

Essas duas iniciativas levam aos alunos da rede pública informações sobre puberdade, saúde reprodutiva, prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e sobre o sexo seguro. “Um dos grandes desafios nessa área é educar e orientar o jovem”, destaca Thereza de Lamare. Com o intuito de melhorar o acesso dessa parcela a informações sobre saúde, o Ministério da Saúde realiza, a partir do dia 22 de setembro – Dia Nacional da Juventude, uma série de ações para incentivar o adolescente a procurar os serviços de saúde.

Seminário sobre juventude

A data será comemorada com o seminário Mais Saúde na Juventude: Vamos Falar Disso?, que reúne, em Brasília, jovens, especialistas e gestores para discutir políticas de saúde para a juventude. O encontro, realizado pelo Ministério da Saúde em parceria com a Secretaria Nacional de Juventude da Presidência da República, estará focado em quatro temas – saúde sexual e reprodutiva, violência e acidentes, álcool e outras drogas, meio ambiente, esporte e lazer. As discussões ocorrem hoje, dia 22, às 9h30, no Hotel Carlton, Setor Hoteleiro Sul.

De acordo com a coordenadora da área de Saúde do Adolescente e do Jovem do Ministério da Saúde, Thereza de Lamare, a proposta é dar maior visibilidade ao atendimento dessa parcela, que requer cuidados especiais por estarem em fase de crescimento e desenvolvimento. “Iniciativas em educação em saúde, alimentação saudável, informações sobre sexualidade, violência e drogas são fundamentais para prevenir situações que podem colocar em risco a saúde de adolescentes e jovens”, afirma. “Eles estão no auge das transformações e necessitam de orientação e informação”, reitera.

Caderneta da Saúde jovem

É exatamente a partir da difusão de informações sobre saúde que o Ministério quer incentivar o jovem a buscar os serviços nas unidades com mais freqüência. Até outubro deste ano, quatro milhões de Cadernetas de Saúde do Adolescente serão distribuídas a 433 municípios brasileiros. Impressa em duas versões -para homens e para mulheres, elas serão utilizadas no acompanhamento da saúde de jovens entre 10 e 16 anos. São 50 páginas com informações sobre saúde sexual e reprodutiva, sobre alimentação, puberdade, drogas e os cuidados necessários nessa faixa etária.

Embora a caderneta fique com o adolescente, existem páginas específicas para o profissional de saúde. Ele deverá preencher e acompanhar o cartão de vacinação e a tabela do Índice de Massa Corporal (IMC) com a estatura para avaliar o desenvolvimento do paciente. O investimento na impressão e distribuição das cadernetas foi de R$ 940 mil. No próximo ano, outras 4 milhões deverão ser produzidas e enviadas aos estados.

Os 433 municípios que participarão da primeira distribuição das cadernetas foram escolhidos por apresentarem projetos voltados a essa parcela, além de integrarem programas do Ministério da Saúde que vão facilitar o uso do material, como o Saúde nas Escolas e o Saúde e Prevenção nas Escolas. Os profissionais de saúde dessas cidades participarão de oficinas realizadas com os técnicos do Ministério nos estados sobre o funcionamento do projeto.

A proposta das oficinas é capacitar os profissionais de saúde quanto ao atendimento de adolescentes, em especial no seu crescimento e desenvolvimento como também as questões éticas e legais conversarem e orientarem o adolescente. “Existem muitas dúvidas, por exemplo, se eles podem ser atendidos sem os pais ou receberem prescrição de anticoncepcionais sem autorização da família. O profissional também deve aproveitar o atendimento para orientar o adolescente. É preciso esclarecer que o direito deles à saúde esta em primeiro lugar”, esclarece Thereza de Lamare.

As informações são do Ministério da Saúde.

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