Negociações

Caças suecos custarão metade do preço, diz vice-ministro sueco

Pedro Peduzzi/ Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 13h09

BRASÍLIA - O vice-ministro de Defesa da Suécia, Hakan Jevrell, afirmou, nesta quinta-feira (17), durante coletiva de imprensa, que seu país “não está buscando compradores, mas parceiros” para o caça Gripen. Segundo ele, caso opte pela proposta sueca – que será apresentada, juntamente com as demais propostas no próximo dia 21 –, o Brasil poderá comprar o dobro de aviões pelo preço de um, oferecido pelos concorrentes.

Jevrell se reunirá nesta tarde com o ministro da Defesa, Nelson Jobim. O vice-ministro garantiu que a Suécia e a Saab, empresa fabricante do caça Gripen NG, estão 100% comprometidas com a transferência de tecnologia para o Brasil. “Não buscamos um comprador. Buscamos uma parceria estratégica e cooperação de longo prazo para as futuras gerações do poder aéreo e do desenvolvimento industrial”, disse.

“A Suécia pode oferecer um programa de desenvolvimento conjunto de uma aeronave, com a Embraer, que tem como principal característica a capacidade de se adaptar às necessidades específicas de cada usuário”, afirmou.

O vice-ministro garantiu que a proposta que será apresentada ao governo brasileiro será muito atrativa. Segundo ele, o caça Gripen é o que apresenta menor custo por ciclo de vida. Além disso, segundo ele, “a Suécia oferecerá um financiamento bastante favorável ao Brasil”, caso seu caça seja o escolhido.

Apesar da garantia de transferência de tecnologia, o Gripen não utiliza nem motor nem radar com tecnologia sueca. O motor é norte-americano e o radar é italiano.

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“A grande vantagem para o Brasil seria a possibilidade de integrar constantemente novos sistemas ao caça. A filosofia sueca é de que a célula dure 40 anos. Para manter o caça como top de linha, é fundamental que utilize plataformas que comportem computadores cada vez mais rápidos e softwares sempre atualizados. Essa é a característica mais marcante do Gripen”, explica o presidente da Saab no Brasil, Bengt Janér.

“Já a filosofia tradicional é de utilizar uma plataforma de 15 anos e, então, fazer uma atualização de meia-vida”, acrescenta. Segundo Janér, os caças suecos estão constantemente atualizados porque mantêm a “massa crítica” funcionando. “Se você parar durante 15 anos, boa parte do pessoal que estava envolvido no projeto provavelmente não estará mais trabalhando. Nossa filosofia é de estar sempre mexendo para estar sempre com o produto atualizado”, argumenta.

Ele cita, como exemplo, os radares atuais, que “são menos capazes dos que os que estão por vir,” com varredura eletrônica e mais pesados em termos de softwares. “Nossa proposta permitirá ao Brasil estar com seus caças sempre atualizados e sem depender de apenas um fornecedor de equipamentos”, garante o presidente da Saab no Brasil.

“O que queremos é, com o desenvolvimento de um projeto conjunto ente os dois países, dar ao Brasil a liberdade de fazer as modificações no futuro, com ou sem a Suécia”, resumiu.

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